Amigos Tricolores, agora é Guerra ! Não é apenas uma frase feita, é a pura realidade. Antes da primeira batalha já tivemos a oportunidade de ver o real clima de guerra que se instalou na série B do campeonato brasileiro. Seguranças contratados, suspeita de adulteração de alimentação, etc. Todos os ingredientes de uma verdadeira guerra.
De fato, o clima se justifica pela grande dificuldade que é disputar a série B. Com menos dinheiro, menos exposição na mídia, os times lutam desesperadamente por uma vaga de volta à elite. Para os marinheiros de primeira viagem, como o Brasiliense, é a chance de sair de uma posição coadjuvante e ascender a um cenário de maior destaque, como fizeram no passado recente equipes como São Caetano e Juventude, por exemplo. Para times tradicionais como o nosso Bahia, é a chance de apagar a vergonha e humilhação do rebaixamento que ainda inquieta os corações tricolores e retornar ao local que lhe é de direito no que seria uma espécie de “olimpo” do futebol brasileiro. Estes fatores justificam o verdadeiro clima de guerra estabelecido.
No nosso âmbito doméstico, devemos lembrar que, finda esta atual guerra em 11 de dezembro, será iniciada outra maior. Aquela que poderá evitar que novos vexames como o de 2003 ocorram no futuro, aquela que pode extinguir as práticas administrativas ultrapassadas de uma vez por todas do nosso tricolor. Mas esta é uma guerra interna, que só poderá ser vencida pelos torcedores do Bahia que realmente amam e idolatram o clube (e não as pessoas que o dirigem). Esta é uma guerra que ganhará força a partir de 11 de dezembro, por enquanto, embora já iniciada, não convém colocar este assunto como foco central das atenções, já que de uma forma ou de outra, é fundamental para o Bahia voltar à primeira divisão seja com uma gestão ultrapassada ou com uma desejável futura nova gestão efetivamente comprometida com o crescimento do clube.
Voltando à primeira e mais imediatista guerra, a do acesso à série A, estreamos com um tropeço lamentável. Embora não tenha admitido diretamente, mas o próprio Vadão deixou claro nas entrelinhas o equívoco da estratégia traçada para esta primeira batalha. Entrar com um time recuado com apenas 1 atacante – ainda mais sendo este atacante o Selmir – não é uma estratégia de quem pretendia vencer a partida. Certamente, para que a lógica traçada por Vadão desse certo seria necessário contar com um bocado de sorte. Infelizmente não se pode fazer planos contando com a sorte. Basta olhar o retrospecto do time: nosso sistema defensivo só funciona bem quando, taticamente, temos uma postura ofensiva, atacando o adversário desde o princípio, inibindo suas iniciativas ao ataque e assim diminuindo suas chances.
Definitivamente o meio-campo defensivo super povoado foi ineficaz. Tantos jogadores de marcação neste setor e os jogadores do Brasiliense tiveram chance de chutar de fora da área, chutes tranqüilos, preparados sem a pressão de um marcador, com boas chances de acertar a meta como efetivamente o fizeram em duas oportunidades. Ao tomar o 1o gol logo aos 2 minutos, caberia ao treinador já pensar em, ainda no 1o tempo, corrigir a estratégia defeituosa e não aguardar até o intervalo como foi feito.
Mas esta não foi a única causa deste primeiro revés. Temos ainda a intranqüilidade que atingiu alguns jogadores, a exemplo de Rodriguinho, que mais uma vez foi expulso prejudicando demais o Tricolor. Será que ele ainda joga este ano ? Afinal, já perdi a conta de quantas vezes este jogador foi expulso por lance violento. Imagino que o STJD não vai aliviar para ele. Outro que já vem devendo há algumas partidas é exatamente o cérebro do nosso time: Robert. Há muito que não vemos uma partida de qualidade deste jogador. É importante que Vadão e o psicólogo tricolor descubram o que acontece com o nosso craque, pois agora é a hora de mostrar a qualidade que aprendemos a admirar e torcer. Agora é que vale alguma coisa, antes era só classificação.
Apesar deste primeiro tropeço, não há motivos para por fogo às vestes. Nada de anormal uma derrota por um gol de diferença fora de casa. Este era uma risco conhecido nesta tabela onde se estréia fora de casa. Portanto, não chega a surpreender o resultado. Importante é aprender as lições com os erros cometidos – alguns dos quais acabamos de analisar aqui neste texto – e voltar a apresentar o futebol que tem encantado a Nação Tricolor que com certeza irá dar um novo show no próximo sábado para comemorar nossos primeiros três pontos neste quadrangular. Vencer o Avaí é mandatório, e a partir daí é seguir cumprindo a obrigação de vencer os jogos em casa e jogando com a mesma atitude e poder ofensivo fora de casa para também trazer os pontos que precisamos conquistar lá. Que venham os próximos embates, pois agora é Guerra!
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