A derrota para o Tombense colocou uma dúvida cruel na cabeça do torcedor tricolor, nem tanto pelo resultado em si, mas pela forma como o Bahia jogou. Dúvida essa que nem o triunfo sobre o Criciúma, por mais extasiante que tenha sido, conseguiu apagar de todo. Vou além: essa dúvida vem frequentando o imaginário da nossa torcida desde o segundo turno de 2019 e ficou mais clara na temporada 2021. Nos tornamos um cavalo paraguaio?
Cavalo paraguaio é uma gíria muito usada, no turfe e no futebol, para o cavalo que dispara na frente durante uma corrida, mas deixa o triunfo final para quem vem correndo atrás dele. Dizem que surgiu em 1933 no primeiro GP Brasil de turfe e que o cavalo de paraguaio não tinha nada, era mesmo pernambucano. Só quem viveu é capaz de tirar a dúvida, mas é fato que a gíria “pegou” e passou a ser usada no futebol para caracterizar equipes que “largam” bem nos campeonatos, mas não conseguem manter a performance, “entregando” ao fim da disputa, quando não disputando os últimos lugares.
Qualquer um que torça pelo tricolor há mais de 30 anos vai rir dessa dúvida. Sempre fomos o time que ganha sofrido, com gols no fim da partida, empurrado pela maravilhosa torcida. Como alguém já disse: somos um eterno gol de Raudinei. Mas, nunca fomos cavalo paraguaio. Verdade seja dita, nos últimos anos (dez, quinze?) temos nos deparado com equipes que não estão à altura da história do tricolor, com muitos jogadores acomodados, que cumprem com seus compromissos profissionais, mas que não apresentam aquele “algo a mais” que sempre caracterizou quem vestia nosso manto.
Obviamente, essa falta de ânimo e entusiasmo deixa os torcedores mais jovens com a pulga atrás da orelha quando começamos a colher resultados adversos, na sequência de boas partidas. Será que era ilusão? Vamos começar a sofrer, fazer contas? E a dúvida surge! Mas, temos que espantá-la com a força da nossa torcida, nessa simbiose entre a garra em campo e o grito na arquibancada, onde cada um desempenha papel importante para estimular e empurrar o outro. Afinal, somos a turma tricolor. Do povo, o clamor!
Exatamente como aconteceu no segundo tempo da partida contra o Criciúma. Não interessou se Guto errou ou não na escalação. Não interessou se alguns jogadores não corresponderam em campo. O que importava era a necessidade de vencer a partida e isso foi suficiente para a torcida empurrar o time e para o time devolver em garra e dedicação. O resto pode deixar por conta da mística tricolor, que ela não vai nos faltar. E virá a galope e não será de um cavalo paraguaio… Que venha o Sport! BBMP!!!
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