Mantendo a tradição dos festejos natalinos, Papai Noel foi a campo neste domingo no Maracanã e não perdeu tempo. Logo aos 9 minutos, entregou um presentaço para o tricolor, com a expulsão de Gabigol, a referência de área do clube rubro-negro que, àquela altura, já ganhava por um gol de diferença, dado que o Bahia dificilmente nesta temporada passa sem sofrer gols nos primeiros minutos de jogo. Em clima de troca de presentes, Juninho também manteve a tradição e se apressou a deixar Bruno Henrique ganhar terreno e achar Isla sozinho na área: 2×0. Placar merecido, mas que não fazia jus às oportunidades desperdiçadas pelo Bahia.
O Bahia voltou para o segundo tempo jogando como nunca antes neste campeonato. Marcando em cima, apertando o Flamengo, visivelmente atordoado com a postura tricolor. Tanto foi assim que, aos 13 minutos da segunda etapa, o Bahia já estava à frente no placar, com gols do colombiano Ramirez e dois de Gilberto, um deles de fora da área, sério candidato ao mais bonito tento tricolor em 2020. E como Papai Noel estava em tarde inspirada, não se contentou em nos presentear com a virada, o time continuava pressionando a equipe carioca e fazendo uma partida digna do Bahia de outrora, com o Índio Ramirez se destacando como nosso principal jogador, fazendo valer a aposta em sua contratação.
Mas, o bom velhinho precisava contentar a todos, sem distinção. Daí, Mano Menezes teve a sua vez de distribuir presentes, colocando Clayson e Rodriguinho e fazendo a superioridade numérica e técnica do Bahia saírem pela chaminé. Não se discute aqui a saída de Ramirez e Gilberto. O primeiro, pelo risco de expulsão, já que era o jogador mais visado pelos flamenguistas. O segundo, por ter demonstrado cansaço, após bravo esforço durante o jogo. O que condenamos – e já o fizemos antes – são as escolhas do técnico para entrar na partida. Clayson já demonstrou sua inutilidade em várias partidas e Rodriguinho não consegue repetir boas atuações após o período de contusão e recuperação. Pior que essas escolhas, só se colocasse Elias em campo…
Após as substituições, o Bahia cedeu espaço e viu o Flamengo não só empatar, como virar e ganhar o jogo, colocando uma pá de cal na era Mano Menezes no Bahia. O próprio (agora ex) treinador reconheceu a necessidade de mudança nas peças da engrenagem tricolor, tanto no comando técnico quanto no elenco. Talvez tenha sido o derradeiro presente da noite de ontem para a torcida tricolor, há muito descontente com o trabalho de Mano Menezes.
Além da sofrida derrota, o Bahia saiu de campo maculado pela acusação de racismo contra Ramirez, levantada por Gérson, atleta rubro-negro. Até o momento em que escrevo não surgiram imagens, nem vídeos que comprovem a acusação e, na súmula, o árbitro informou “que este suposto ato não foi percebido por nenhum membro da equipe de arbitragem no campo de jogo”. Todavia, com base na reação de Gérson, no silêncio de Ramirez e no comportamento dos jogadores do tricolor após o entrevero em campo, não descartaria a acusação. Cabe ao Bahia apurar o que ocorreu e tornar público o resultado dessa apuração e, se o caso, as medidas adotadas. Agora é a hora de demonstrar que não fazemos apenas campanhas publicitárias e sim, temos atitude. Torço muito para que não tenhamos sofrido uma derrota dupla neste domingo: uma em campo, outra moral.
Esta não era a coluna com que esperava desejar um Feliz Natal e um 2021 que nos faça esquecer o ano que se encerra, mas, na vida, assim como no campo de futebol, aprender com as derrotas, inclusive as morais, é o caminho para o sucesso. BBMP!!!
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