é goleada tricolor na internet
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Publicada em 4 de agosto de 2023 às 14:07 por Carlos Patrocínio

Carlos Patrocínio

Drops de julho, o mês sem triunfos (mas com empates, para alegria de Paiva)

Julho acabou e tem bastante assunto que dá pra refletir ou discutir: Paiva, a sequência de 17 jogos e apenas 1 triunfo, o fechamento da janela, as carências do elenco e as perspectivas… Vamos lá!

 

Julho sem triunfos… E lá se vão 17 jogos, com apenas 1 triunfo…

O Esporte Clube Bahia jogou 7 jogos em julho, totalizando ZERO triunfos, 5 empates (dois deles, pela Copa do Brasil, com uma derrota nos pênaltis) e 2 derrotas. Foram 4 gols pró e 7 gols contra. Com isso, entra agosto, para alguns o mês do desgosto, da desgostosa zona de degola no Brasileirão e eliminado da Copa do Brasil.

Ainda assim, seu treinador parece satisfeito, já que andou incensando que o time dele não apenas perde, já que também empate, ainda que não se mostre capaz de triunfar, além de afirmar, depois de ser amassado pelo São Paulo e só escapar com 1 pontinho graças ao seu goleiro, que o time não sofre gols a 2 jogos (sem lembrar que não marca a 3).

Nesta sequência de jogos fomos amassados pelo São Paulo e pelo Athletico, fizemos um jogo horroroso contra o Cuiabá (que até ali, só havia vencido 1 jogo em casa) e um segundo tempo vergonhoso contra o Grêmio na derrota por 1×2 no Brasileirão. Fora isso, foram dois jogos razoáveis contra o Grêmio pela Copa do Brasil (no segundo jogo, apesar de ter feito um jogo aberto, não consigo elogiar muito a atuação, pela quantidade de chances que forneceu ao adversário) e um bom primeiro tempo contra o Corinthians, que fora de casa tem ataque inofensivo.

Ou seja, vimos em julho mais do mesmo deste Bahia de Renato Paiva. Que mesmo tendo duas semanas inteiras de trabalho entre os 2 últimos jogos, não consegue trazer evolução, continuando a ser um time que é incapaz de negar chances ao seu adversário, além de se mostrar um time sem agressividade no ataque.

O mês de julho é a cereja do bolo de uma vergonhosa sequência de 17 jogos com apenas 1 triunfo. Nesta sequência, são 17 jogos, este ÚNICO triunfo, 10 empates e 6 derrotas. Aproveitamento pavoroso, de um time que soma mais cerca de uma centena de milhões de reais em contratações.

E, para além dos resultados pavorosos, não vejo nada que se salve neste Bahia, que se mostra um bando em campo. Nesta sequência, o máximo que foi possível ver, foram lampejos. Tivemos lampejos contra o Flamengo, quando a arbitragem afetou naquela derrota; contra o Santos, no jogo de volta pela Copa do Brasil, ainda que o Santos seja um time que apresenta tantos ou mais problemas que o próprio Bahia; contra o Corinthians, no primeiro tempo, quando conseguiu criar chances mas foi incompetente para conclui-las; e contra o Grêmio, pela Copa do Brasil, quando criou muitas chances e duas bolas na trave na Arena deles, ainda que tenha cedido muitas oportunidades, sendo salvo por Marcos Felipe.

Neste intervalo, tivemos atuações horrorosas, como a derrota por 3×0 contra o Santos, na Vila; por 2×0 para o Internacional, que era o pior ataque da competição até ali; o segundo tempo contra o Cruzeiro na Fonte Nova, quando só não perdemos porque o Cruzeiro abusou de perder gols; a derrota por 2×1 contra o Fluminense, quando fomos massacrados no primeiro tempo e, depois de achar um gol, sofremos uma virada em 5 minutos mesmo tendo 1 jogador a mais; o já citado segundo tempo na derrota por 2×1 para o Grêmio, pelo Brasileirão; a insossa e atrapalhada atuação contra o Cuiabá; a pálida e inofensiva partida na derrota por 2×0 contra o Athletico; e, por fim, no empate por 0x0 contra o São Paulo, quando o time, para usar a expressão de Cascio Cardoso, foi um passageiro da agonia, escapando da derrota graças ao goleiro.

O único triunfo se deu contra o Palmeiras, por 1×0, num gol marcado por Thaciano no final do jogo. Infelizmente as pessoas não devem lembrar de como foi o gol, no qual Marcos Felipe foi um grande destaque. Ou seja, mesmo ganhando o time mostra sua fragilidade.

Fiz questão de ir pontuando jogos para demonstrar como o time não tem desempenho e, por consequência, resultado. Tem gente que tenta comparar o primeiro turno do Bahia ao do Fortaleza no último ano, quando viraram na lanterna e se recuperaram no 2º turno, beliscando uma Libertadores.

Ali, era diferente. Era um time que perdia, mas que mostrava desempenho, que tinha comando técnico. Quando há desempenho é possível enxergar uma possibilidade de virada de chave, de ter esperança dos resultados passarem a acontecer.

No Bahia de Paiva, sinceramente, salvo um milagre, não vejo perspectivas. E, infelizmente, eu sou ateu.

 

Golei, vença, empate ou perca para o América, aconteça o que acontecer, não dá mais para Renato Paiva

Depois da sequência vergonhosa que destacamos no drop anterior, com sucessivas atuações ruins, seja ofensiva ou defensivamente, ainda que não despreze que os jogadores tem sua importante parcela de responsabilidade, me parece bastante claro que o principal responsável é o treinador Renato Paiva.

E aqui, não dá pra reclamar de tempo. Renato Paiva tem 07 meses de trabalho. Ainda que tenha recebido muitos jogadores ao longo da temporada, contou e ainda conta com uma paciência e respaldo jamais vista por um treinador no futebol brasileiro.

Como disse antes, acho que não é sequer possível comparar a situação atual do Bahia àquela vivida pelo Fortaleza de Vojvoda na temporada passada. Ali, como já antecipei no drop anterior, havia performance, havia trabalho.

Sinceramente, do ponto de vista coletivo, não consigo citar um único aspecto positivo neste time de Renato Paiva. No início do trabalho, ainda era possível ver um time capaz de criar, ainda que apresentasse sérios e graves problemas defensivos. Olhando pra trás e comparando aquele início de trabalho ao desempenho recente, talvez seja possível atribuir isso à menor qualidade dos adversários até então enfrentados.

Hoje é possível ver um time incapaz de pressionar o adversário sem expor a defesa, que joga com linha defensiva alta sem apresentar a organização necessária para tanto. Mesmo nos momentos que tenta se compactar e juntar as linhas defensivas em bloco baixo, vemos um time incapaz de negar espaços e chances para os adversários, como mostraram, principalmente, os jogos contra São Paulo, Fluminense, Athletico e Palmeiras.

O Bahia é o adversário ideal para todos, já que não apresenta a solidez defensiva que assuste times com dificuldades para propor os jogos, além de não apresentar a contundência que que imponha temor aos times que buscam os contra-ataques.

Em resumo, é um time sem ponto forte coletivo.

Eu não gosto daquelas críticas pasteurizadas e desrespeitosas que muitas vezes são feitas por aí. Não questiono  rodagem de elenco e adaptação de jogadores a outras posições, que geralmente resultam na utilização da alcunha pejorativa de Professor Pardal. Não gosto disso e discordo fortemente dessa ridicularização, que acho boba. Inclusive, talvez as únicas coisas que mereçam algum tipo de menção honrosa sejam a ampla utilização do elenco e a visão para adaptar os atletas a outras posições, com destaque para o uso de Rezende na zaga e Jacaré na ala.

Acho o trabalho ruim principalmente pelo o que vejo no campo de jogo, rodada após rodada. Pela falta de evolução, mesmo quando há tempo para trabalhar. Pelas alterações injustificadas, como a que tirou um dos dois únicos volantes que o elenco tem para colocar um atacante, como ele fez ao tirar Rezende e colocar Jacaré, mesmo com o Bahia sofrendo finalizações o tempo todo.

Além disso, um aspecto importante para entender que a manutenção de Paiva é insustentável diz respeito às leituras de jogo que o treinador português tem feito após as sucessivas atuações ruins. É um verdadeiro absurdo ele destacar empates nesta longa série sem triunfos, além de afirmar que “o time soube sofrer” (expressão ridícula, de times que não sabem se defender e negar chances aos adversários) após ser atropelado pelo São Paulo. É uma acomodação inaceitável.

Outra coisa: às vésperas da partida contra o América já é possível ver pelo Twitter um monte de especulações de que este jogo seria decisivo para mante-lo. Não tenho fontes ou contatos dentro do Bahia, já que não sou jornalista e sou apenas um cara que gosta de escrever sobre o nosso clube. Mas, se isso for verdade, considero um verdadeiro absurdo, porque considero essa análise resultadista algo ultrapassado.

E mesmo que o milagre que suscitei no parágrafo final do último drop venha e o Bahia de Paiva consiga uma goleada espetacular, ainda assim penso que deve haver uma troca de comando, porque, na minha opinião, a tendência é de um retorno ao que vimos ao longo de toda a temporada até aqui.

Além do mais, não acredito em milagres, mesmo quando eles acontecem.

 

Fechamento (parcial) da janela e não vieram nem o 9 e nem o 5…

A janela para transferência de jogadores com contrato fechou ontem e o Bahia, apesar de gastar quase 30 milhões de euros em 5 contratações, não trouxe o centroavante tão esperado por todos, muito menos o volante tão esperado por mim e por uma pequena parcela da torcida.

A falta de um 9 de respeito é uma unanimidade em toda a torcida. A questão é que, agora, salvo uma surpresa e achado entre os jogadores livres, deveremos nos virar com Everaldo e Mingotte, salvo se houver uma mudança de sistema ou improvisação na posição.

Sinceramente, penso que a ausência de contratação de um jogador para esta posição é um erro gravíssimo. Mais um, na verdade. É verdade que não considero a contratação de Everaldo um erro. Mas a insistência em ter praticamente apenas este jogador para uma posição fundamental, tendo como único reserva de ofício uma aposta, como Mingotte, é um erro grosseiro do CFG.

O complicado é que, aparentemente, caso não venha ninguém livre, o CFG está apostando na improvisão de Ratão. Vale lembrar que chegaram a apostar na improvisão de Arthur Salles, que deu tão errado que o jogador já foi devolvido para seu time de origem.

Não consigo enxergar justificativa para não terem trazido um 9. Nenhuma.

Ainda que poucos entendam assim, tem muito tempo que tenho batido na tecla que falta pelo menos mais um volante no grupo. Os poucos leitores desta valente coluna poderão ver outras passagens sobre isso.

O fato é que, com alguma característica de camisa 5, só temos Acevedo e Rezende. Apenas dois jogadores para uma posição que constantemente está sob o risco de tomar cartões, isso sem falar no risco de lesão. Lembremos que o próprio Rezende andou um tempo no DM.

No máximo temos jogadores com alguma característica de camisa 8, mas em má fase, como Iago Felipe, ou sem tanto poder de marcação, como Mugni, Thaciano e o recém chegado Citadini.

Até acho um possível time com Acevedo, Thaciano, Citadini, Cauly, Biel e Ratão capaz de entregar bons resultados, desde que bem organizado, o que me parece impossível com Renato Paiva.

Ainda assim, um time capaz de gastar mais de 100 milhões de reais na temporada não ter mais opções sólidas para estas duas posições me parece um verdadeiro absurdo.

Justamente por isso não consigo classificar a janela do Bahia como boa, quando há lacunas como estas.

 

O Bahia pós-janela de transferências…

É bem verdade que podem chegar jogadores livres, mas a parte principal da janela fechou para os times brasileiros, que não podem trazer jogadores com vínculos com outras equipes para esta temporada.

Então, fora uma ou outra eventual surpresa, vamos com o que temos. E, apesar da posição e do trabalho péssimo de Renato Paiva, penso que tínhamos e ainda temos time para muito mais.

No gol, Marcos Felipe cresceu muito nos últimos jogos, ainda que vez ou outra cometa falhas na saída de bola. Além disso, hoje tem como sombra o bastante promissor ex-gremista Adriel. Então, nesta posição estamos bem cobertos.

Para a lateral direita veio o que talvez tenha sido o melhor reforço da 2ª janela: Gilberto. Então, para a posição de titular estamos muito bem servidos. As questões complicam se precisarmos dos reservas imediatos, principalmente se o escolhido for Cicinho. André não consegue se provar. Então, mesmo que jogando em linha de 4, se precisarmos de reposição penso que o melhor é improvisar alguém, seja Jacaré, seja um Marcos Victor. Mas com Cicinho eu sei que não dá. Então, na lateral direita temos um ótimo titular, mas problemas sérios de reposição.

A lateral esquerda, confesso, é uma incógnita pra mim. Não conheço Cândido, então não consigo opinar. Pessoalmente, não gosto de Matheus Bahia, ainda que ele me pareça um reserva ok. Ryan também está longe de ser um ótimo lateral, mas parece ok para uma terceira opção. Então, na lateral esquerda acho que precisamos esperar e observar.

A zaga me parece o setor no qual estamos mais servidos. Penso que ela acaba pagando o pato por causa da absoluta e total desorganização defensiva do time de Paiva, mas vejo bons valores: Gabriel Xavier evoluiu muito nas últimas rodadas; Kanu mostra uma regularidade a temporada toda; Marcos Victor estava numa ascendente antes da lesão; Vitor Hugo teve um começo difícil mas pode evoluir, o que já aconteceu contra o São Paulo; Raul Gustavo está retornando e pode ajudar muito. Ou seja, me parece um grupo de zagueiros muito bom.

A volância, como todos sabem, me preocupa. Volantes-volantes, só temos Acevedo e Rezende. O uruguaio é um ótimo jogador e com potencial de evoluir ainda mais, principalmente se encontrar um time organizado. Com relação à Rezende, apesar de entender que é uma peça útil para o elenco como reposição e pela sua versatilidade, penso que não tem futebol para ser um jogador titular de um time de Série A. Minha preocupação é a quem recorrer se perdemos qualquer um dos dois. Pior: o que fazer se perdermos ambos? Diego Rosa? Não dá. Mas o CFG resolveu pagar pra ver.

Como segundos volantes vejo muitos jogadores, mas com problemas variados. Iago Felipe veio por valor superior a 10 milhões e não entregou nada. Os outros jogadores que podem jogar na posição são mais meias, como Mugni, Citadini e Thaciano. Num time organizado, compacto, até seria possível ver um dos dois (ou até mesmo os dois) últimos jogando ao lado de Acevedo, com 4 jogadores mais ofensivos à frente.

Como meia clássico só temos Cauly. Grande jogador, mas que não tem sombra. Mas, ainda assim, é possível encontrar no elenco soluções, como Biel ou Juba, quando chegar. Os próprios Thaciano e Citadini, com algumas adaptações, podem jogar ali. Além deles temos o sempre esquecido Patrick Verhon, que tem viajado o Brasil inteiro sem entrar em campo. Então não vejo grande problema nesta posição.

Para as beiradas, temos 04 jogadores: Ademir, que ainda não mostrou o futebol que esperava ou que justifique os 13 milhões investidos nele; Ratão, tal qual Cândido, confesso que não conheço, ainda que venha credenciado com bons números do futebol francês; Biel, junto com Cauly, foi a melhor contratação do primeiro semestre tricolor, de modo que sua volta sera fundamental para o time; Juba tem tudo para ser bastante importante, ainda que o fato de não ter experiência de série A traga alguma dúvida sobre o que pode fazer; por fim, temos Jacaré, que é esforçado e pode compor o grupo, principalmente pelo que mostrou na ala direita. Mesmo perdendo Kayky, que vinha crescendo, é uma posição que me parece bem coberta.

Por fim, nossos centroavantes. Everaldo, apesar de ter sido uma grande decepção, poderia tranquilamente ser um bom reserva para a posição e até entregar mais num time organizado. Mas não dá para ser titular absoluto, até porque Mingotte não pode ser considerado sombra. Então, penso que a solução, caso não venha ninguém livre, é uma mudança de sistema, com atacantes móveis.

O fato é que, com todos os problemas, não me parece que o time que temos deveria passar apuros. Ou uma equipe como a seguinte não seria capaz de fazer um campeonato tranquilo: Marcos Felipe; Gilberto, Kanu, Gabriel Xavier e Cândido; Acevedo, Citadini e Thaciano; Biel, Cauly e Ratão.

Imaginem um time escalado com Adriel; Marcos Victor, Vitor Hugo e Raul Gustavo; Jacaré, Rezende, Mugni e Matheus Bahia; Ademir, Juba e Everaldo. Pensem nesse time com a camisa do Fortaleza ou do Cuiabá. Muito provavelmente estariam bem.

Enfim, vejamos o que acontece.

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