Exceto a boa contratação do goleiro Sérgio, os assuntos sobre o Bahia seguem escassos. Permitam-me então os diretores aqui do site, falar de um amigo e figura humana de extrema conduta e bondade. É ele, o Dr. Luís Carlos Menezes, o Lapão. Para satisfação minha somos amigos e companheiros de baba há trinta anos. Por um desses paradoxos da vida ele está proibido de jogar por no mínimo uns quarenta e cinco dias, já que precisou se submeter a uma cirurgia no joelho devido a problemas no menisco. Logo ele que é especialista em ortopedia (joelhos), teve que experimentar o que os seus pacientes sentem quando ele “sentencia-os”ao bisturi.
Aliás, o amigo Lapão, torcedor fervoroso do Bahia, tem sido alvo de alguns paradoxos do cotidiano, como se não bastasse a cirurgia no joelho ainda teve que ir ao Barradão, no último Ba x Vi, entregar o troféu de campeão que tem o seu nome, homenageado que foi pela FBF neste ano, ao time do Vitória. Menos mal que naquele dia colocamos mais uma vez (esse é um consolo pífio) um pouco de água no chopp do Vitória, que depois de estar ganhando por 2 x 0 cedeu o empate ao Bahia. Posso imaginar a sua frustração naquele dia, dar ao “inimigo” o que gostaria de dar ao clube que ama. Bem que a FBF poderia ter aguardado para prestar essa homenagem um pouco mais na frente. Ela, FBF, nem precisaria adivinhar, já estava escrito o desfecho deste ano.
Lapão é uma dessas figuras que não tem inimigos e costuma dizer que está à disposição dos seus amigos 24h por dia. Humilde naturalmente, não é afeito a nenhum preconceito em relação ao próximo. Foi médico do Bahia na década de 70 e, quando deixou o Bahia, devido aos seus múltiplos compromissos com a sua profissão, continuou prestando serviços (fazendo cirurgias) ao time do seu coração. A “volta” de Osní ao futebol, quando retornou do Flamengo e teve que ser operado já como jogador do Bahia, deveu-se muito à competência e abnegação do Dr. Lapão. Fui testemunha.
Taí um homem que se quisesse ser presidente do Bahia, seria aclamado por todas as correntes do clube. Digo isto sem a menor dúvida. Seria para o Bahia um novo tempo e uma ordem administrativa completamente diferente do modelo atual. Aliás, nomes para lhe dar assessoria em todos os departamentos com certeza não lhe faltaria, e só não os cito aqui porque eu apenas estou sonhando de olhos abertos. Lapão não tem a mínima pretensão de ser presidente do Bahia. Ele apenas é o que é, torcedor abnegado.
Sei que alguém há de dizer que estou soltando um balão de ensaio. Podem crer que não! Eu sou uma pessoa que na minha forma de pensar o Bahia, imagino todas as possibilidades que possam modernizar e transformá-lo em um clube respeitado, como outrora. Isto só será possível com mudanças profundas e com as pessoas certas, gente que não queira fazer do Bahia trampolim, oportunistas de plantão para tirar proveitos pessoais, isso não. Lembram-se da passeata?!… Havia ali pessoas do bem, muitas, pessoas que pensam puramente no Bahia, mas havia também um monte de víboras com pele prateada.
Numa certa época eu escrevi aqui no site em ARQUIBANCADA (transcrevi), “O sonho dos ratos”. Sei que teve gente que não entendeu muito bem, mas eu fiz apenas para reflexão ampla de uma massa inteira. Não foi dirigido especificamente a quem quer que seja, pensei naquele momento do Bahia e resolvi colocar lá em Arquibancada, a crônica. Um amigo me lembrou recentemente algo que escrevi, “A quem interessa o fim do Bahia”, acho que isto está aqui no site, se não me engano nas páginas do fórum. São questionamentos de mim para mim mesmo e que tenho vontade que as pessoas vejam como também fico preocupado. Só que eu não faço caçada às bruxas. Acho que tudo que se ampara na legalidade, precisa ser respeitado.
A necessidade deste momento é outra, é deixar que as pessoas que estão dirigindo o Bahia trabalhem em paz e tragam-no de volta ao lugar que sempre lhe pertenceu. Esta é uma obrigação deles, dirigentes, e este é o anseio de todos que amam o Bahia. Repito, há uma legalidade que ampara o atual comando do Bahia, ponto. Nas próximas eleições do clube, ali sim, a história terá que ser reescrita com democracia e respeito. Independentemente de estatuto, neste momento, o torcedor precisa se associar. É sua chance de preparar uma mudança definitiva e apagar de vez esse rosário de fiascos que não pára de acontecer. Afinal, restam pouco mais de doze meses para as eleições e, até creio, o pessoal de agora sabe que o Bahia precisa seguir o seu caminho, independente.
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A tal “operação navalha” deveria ser extensiva aos clubes do futebol brasileiro. Dar uma limpada em tudo e mostrar limites ao dirigente de clube seria abrir a porta para uma nova Era esportiva. Ser presidente de um clube de futebol deveria passar pelo crivo de um “nada consta” e uma relação de bens do candidato. Aliás não deveria ser só no futebol, na política partidária também.
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Senhor presidente do Bahia, com todo respeito, coloque o novo estatuto do clube em prática. Não dê margem à dúvidas, coloque o seu nome na história do clube como o presidente que abriu o Bahia para a verdadeira democracia. Como diria Confúcio, “não corrigir nossas faltas é o mesmo que cometer novos erros”.
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O Bahia estava mesmo precisando de um jogador experiente e respeitado como atleta e como homem. Acho que Sérgio vem para suprir uma deficiência no gol e somar junto ao elenco. É um líder positivo, talvez não seja o goleiro dos sonhos, mas é regularíssimo. Gostei da contratação do mesmo.
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