É, amigos. Aqui no Sul a história é de que a vaga já está no papo. Não pela equipe gremista, mas pela imprensa. Parece que a única arma capaz de bater o Grêmio é a utilização do sobrenatural. Hoje disseram que, se o Bahia não foi capaz de vencer o rival nas chances que teve, não conseguirá parar o Tricolor dos Pampas (para quem não sabe, moro em Porto Alegre).
Vamos, então, destrinchar o próximo adversário do Esquadrão.
O Grêmio não chegou nem sequer às finais do Gauchão, sendo eliminado nas semifinais de ambos os turnos pelos respectivos campeões: Caxias e Inter. O que promoveu, por outro lado, a oportunidade ao treinador Vanderlei Luxemburgo de preparar a equipe com maior tranquilidade em vista dos confrontos com o Bahia pela Copa do Brasil, inclusive aos domingos.
No entanto, o tricolor gaúcho passa pos sérios problemas para a composição do time devido à infindável série de lesões que assombra o estádio Olímpico. Assim, a escalação já está confirmada com Victor, Edilson, Naldo, Gilberto Silva e Pará; Fernando, Souza, Léo Gago e Marco Antônio; André Lima e Marcelo Moreno.
Os laterais Edilson e Pará não chegam a comprometer, ainda que não encham os olhos da torcida. Edílson era a terceira opção da temporada pela direita. Com a venda de Mário Fujão Fernandes para o CSKA e com a fase ruim que Gabriel atravessa, o lateral se afirmou nos últimos jogos. É bom em bolas paradas e realiza ótimos cruzamentos. Na esquerda, o titular Júlio César segue lesionado, e Pará (que é destro, mas joga em ambos os lados) tem atuado desde então. Ambos são esforçados, marcam bem, mas não apoiam com a mesma eficiência.
Na zaga, Gilberto Silva é a exceção positiva. O experiente ex-seleção esbanja tranquilidade e organiza o posicionamento gremista. No entanto, Werley, que havia se afirmado como seu companheiro nos últimos jogos e resolvido os problemas que a defesa apresentou no início da temporada, também se machucou. Joga Naldo, que não é nem de perto uma unanimidade.
O meio-campo é o ponto de equilíbrio da equipe de Vanderlei. Joga em um losango, com três ótimos volantes que marcam muito bem (o que dá consistência à defesa) e se apresentam muito bem para o jogo. Fernando tem sido considerado o jogador de maior valor de mercado para a janela de transferências de agosto, com propostas de vários times italianos. Léo Gago (ex-Coxa) chuta muito bem de longe, enquanto Souza (ex-Vasco) joga fácil. O quarteto é completado por Marco Antônio (ainda se aguarda pela possibilidade da estreia do recém-contratado Zé Roberto, que só deve ocorrer na oitava rodada do Brasileirão).
O meia, após grande temporada pela (Barce)Lusa no ano passado, onde era carinhosamente chamado de Xavi, não deixa de apresentar um futebol consistente, com momentos de boas chegadas à frente e ótimas assistências. O que não chega a fazer dele, porém, o jogador cerebral de referência, o craque que todos no Olímpico ainda sonham ter, desde a saída de Douglas.
No ataque, a ausência de Kleber segue sendo sentida. Marcelo Moreno já se recuperou e retornou muito bem na equipe contra o Fortaleza, na partida de ida. Ao seu lado joga André Lima, uma vez que simplesmente não restam outras opções. Bertoglio, o argentino que oscilava entre ótimas atuações e outras abaixo da média, que poderia compor o ataque como segundo atacante, também se lesionou durante a semana! André Lima e Marcelo Moreno já atuaram juntos, ainda que mantenham ambos características de serem mais homens de área. No banco, a única opção para o ataque é Leandro, um menino que despontou promissoramente, mas que não tem se apresentado bem já há algum tempo.
Enfim, o grande trunfo gremista recai na figura de seu experiente treinador. Luxemburgo, desde que chegou ao Olímpico, para a surpresa de todos, está muuuuuuiiiiiiitttttoooooo a fim de ganhar o que vier pela frente. Ele tem escalado a equipe para jogar a Copa do Brasil com muita cautela defensiva nas partidas fora de casa, onde tem conseguido voltar para casa sem tomar gols.
Não se iludam, porém, em achar que o meio com três volantes apresentará uma formação retranqueira. Ele joga assim como visitante, mas também como local. O que agrega a consistência defensiva desejada, mas não deixa de atacar com a mesma eficiência pela característica e ótima qualidade de Fernando, Souza e Léo Gago. Léo é o menos talentoso dos três, dá sorte nas tentativas em não errar, mas de alguma forma se encaixou no time.
O perigo? Está nos pés de Marcelo Moreno, que tem talento e muita vontade. Onde explorar? Naldo é considerado por muitos o calcanhar de Aquiles e terá a responsabilidade de demonstrar se a eficiência defensiva tricolor foi conquistada por mérito coletivo ou pelas ótimas atuações de Werley.
Se por um lado Luxa tem vontade de mostrar serviço, não falta vontade ao Falcão e Julinho Camargo, seu auxiliar no Fazendão, ex-treinador do Grêmio. Vai ser um bom embate.
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