Depois de uma sequência muito ruim de resultados, perda de titulares por lesão e mudanças táticas diversas, o Flamengo voltou a se encontrar com a torcida e consigo mesmo. O esquema tático é o mais simples possível: 4-4-2, com um meio formado por 2 volantes e 2 meias, jogando em um losango.
Contra o Atlético-MG houve a melhor atuação do Flamengo no campeonato contra um time grande. Houve volume de jogo, várias opções de subida e ataque, consistência defensiva que concedeu pouquíssimo espaço para Ronaldinho e a sinergia entre jogadores e torcida concedeu uma força a mais, intimidando o adversário e motivando os jogadores.
Para o jogo contra o Bahia, a estratégia é repetir a fórmula que deu certo: a diretoria voltou a fazer promoção de ingresso e Dorival voltou a ter à disposição Cáceres, um volante que tem se destacado não só na defesa, mas no apoio à saída de bola. Os desfalques são Ramon e Love, que devem ser substituídos por Magal e Adryan, um sendo o reserva natural e o outro um jogador que já começou algumas partidas como segundo atacante.
Nesse esquema, as principais saídas de bola são pelas laterais. Tanto Magal quanto Wellington Silva são muito ofensivos e, quando sobem, possuem as costas cobertas pelo meia mais próximo, Léo Moura ou Cáceres. A transição de bola da defesa para o ataque também é feita com grande qualidade por Cáceres, que consegue fazer ótimos lançamentos e inversões de jogo, já Léo Moura e Cleber conduzem mais a bola. No ataque, Liédson é um atacante mais fixo, que sabe se posicionar bem e possui muito recurso na finalização, porém pouca mobilidade. Já Adryan se movimenta muito por todo o campo e, por ser meia-ofensivo, consegue boas trocas de passe e busca tabelas e triangulações, porém sofre com o excesso de individualismo. Ele, assim como Cleber, é o nome das bolas paradas rubro-negras.
Os principais problemas do time ficam por conta do improviso de um meia como atacante e da falta de alguém que encaixe melhor taticamente pela esquerda, oferecendo mais capacidade de distribuição de jogo e uma melhor cobertura ao lateral. No improviso do meia sabemos, como já foi visto contra o Grêmio, que Adryan rende muito mais ali, no auxílio à armação, do que na frente, já que finaliza pouco e não tem a mesma noção de posicionamento. Uma alternativa melhor seria Nixon, que é atacante de ofício e pode atuar tanto pelas pontas quanto no meio como centroavante, oferecendo velocidade e mais capacidade de finalização, além de ser um jogador que sabe jogar de costas para o gol quando necessário. Para o lado esquerdo pelo meio poderia haver a volta de Renato; afastado por uma lesão e com o respaldo do treinador, o meia, que vinha atuando muito bem como volante e pela esquerda, poderia entrar no lugar de Léo Moura e ajudar a aumentar o volume de jogo e a segurança na defesa.
Os destaques do time são Cleber, na armação e nas bolas paradas; Felipe, muito seguro no gol; e Wellington Silva, que vem jogando com firmeza na defesa e eficiente no ataque. É na união de Cáceres e Wellington Silva que se tem a força do lado direito tanto no ataque quanto na defesa. Já pelo lado esquerdo, o Flamengo terá um lateral com sérias deficiências na marcação, um zagueiro lento e que costuma ceder faltas perigosas, sendo o ponto frágil da defesa.
No pré-confronto entre os times, o Bahia leva vantagem. O time, em ascensão, conseguiu uma ótima sequência de vitórias no returno. É o líder do segundo turno! O Esquadrão está coeso e definido, enquanto Dorival não consegue nem repetir as mesmas escalações em dois jogos seguidos.
Se o Bahia concentrar suas jogadas em Neto, pela direita, e Jorginho ainda utilizar o Kleberson caindo por aquele lado, vai ser um Deus-nos-acuda na esquerda do Flamengo. Mil vezes Kleberson no lugar de Zé pra esse jogo. Gabriel pode dar muito trabalho para Gonzales. Também faria outra mudança: em vez de Elias, soltava os cachorros pra cima da Mulambada: ia de Pitbull no ataque.
Aposto que vai ser jogão!!!
PS.: depois de um final de semana com cenas lamentáveis e tanta intolerância, vamos torcer, vibrar com nosso time, zoar com os amigos e rivais, mas sempre com respeito. Não vamos jogar nossa diversão num abismo sem fim. Vamos resgatar os valores e a alegria de viver sem frescuras e medos.
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