Ouvi noutro dia o presidente Guilherme Bellintani falar em persistência para colocar ordem na sua administração. Fiquei a imaginar o que é que ele define como persistente. No meu modo de ver, Guilherme tem sido teimoso ao repetir o mesmo modelo administrativo desde que assumiu o clube. Jamais foi persistente, por exemplo, quando havia possibilidade de colocar o Bahia numa posição de destaque entre os seis primeiros clubes na série A, entretanto preferiu dizer que o seu objetivo seria tentar ficar no décimo lugar porque ele lidava com um clube que era o 14° orçamento da série A.
- Fico me perguntando qual seria o orçamento do clube 4° colocado na série A em 2021
Sabe qual é a diferença entre o teimoso e o persistente? O teimoso é aquele que, não conseguindo o seu objetivo, repete os mesmos comportamentos e atitudes na expectativa de lograr êxito. Então o meio se torna um fim e o fim se perde. O persistente é aquele que, na mesma situação acima, altera criativa e flexivelmente comportamentos e atitudes até alcançar o objetivo desejado.
Quando a pessoa não consegue o resultado proposto na sua comunicação, mesmo não tendo funcionado anteriormente, ela se repete como hábito viciado. Usa os mesmos comportamentos, da mesma maneira, vezes e mais vezes seguidas. E as respostas, como é de se esperar, são as mesmas.
Espero sinceramente que o Bahia consiga se sobrepor a tantos revezes causados pela incompetência da atual diretoria e, que ao final desta temporada, não tenhamos o dissabor de mais uma vez ver o Esquadrão se debatendo para não cair, e dessa vez para a série C. Porque, sinceramente, não acredito que com o mesmo modus operandi administrativo seja o Bahia capaz de se superar e voltar para a elite do futebol brasileiro.
Não que eu tenha qualquer conceito formado sobre o elenco que aí está, nem positivo e nem negativo. Apenas me coloco na condição de expectador para poder emitir minha opinião lá pela metade do ano em curso, sobre esse elenco. A questão neste momento não é o time. A questão é a forma como o presidente Guilherme vem conduzindo o processo até o atual momento. Até que o time passado não era ruim, longe disso. Ocorre que os reflexos de uma má gestão ao longo de 4 anos finalmente chegaram aos vestiários, à torcida, ao campo de jogo, e foi fatal para o Bahia em 2021.
Uma diretoria sem acuidade sensorial para perceber o significado das reações expressas pela torcida do clube, dificilmente conseguirá realizações à altura da tradição desse clube que sempre foi vencedor. Não é que se tenha de administrar o Bahia fazendo o que a torcida quiser, impossível isto, senão nem precisaria de um presidente. Mas é necessário ter a percepção sensorial aguçada e considerar o fato de que o Bahia é um clube eclético. E o ecletismo se opõe a toda a forma de dogmatismo e radicalismo. A finalidade do ecletismo é atingir a verdade e harmonizar teorias que são opostas.
No Bahia a teoria de Victor Cousin parece não ter a mínima importância, haja vista que a ausência da democracia é retratada por grupos que querem ter o poder de domínio de uma situação. Mas o Presidente Guilherme também quer a mesma coisa. Na verdade, há um certo peleguismo no Bahia, porém, não se sabe exatamente quem é o Pelego — até desconfio “isto está muito claro”. O Bahia só será verdadeiramente democrático quando houver pelo menos 30 ou 40 mil sócios em condições de votar nas eleições do clube, o que tiraria a força dos currais.
- Essa consciência o torcedor precisa ter; se associar para votar e exercer livremente a verdadeira democracia que se reflete em opções diversificada de candidatos.
Este ano promete ainda muitos capítulos ardentes no Esquadrão de Aço, tensos e menos tensos. Essa tensão será mediada pelo time em campo, e isto refletirá no Bahia dos bastidores. Porém, aposto que jamais deixarão de ser tensos ou menos tensos. Sem tensão, mais ou menos que seja, ninguém espere ver o Bahia de 2022. Lamento por isso. Gostaria de ver o clube harmonizado e performando nas competições em grande estilo e de acordo com a sua tradição.
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