Amanhã é o dia. Ou decretaremos feriado estadual para a próxima segunda-feira e presenteamos o maior vice de tudo de todos os tempos com o título que eles mais gostam, ou estaremos todos, mais uma vez, decepcionados e procurando entender o que deu errado.
Já vi o Bahia em muitas decisões e conquistas. Gritei e me emocionei várias vezes. Chorei de tristeza também, mas as alegrias foram mais marcantes. Os gols de Raudinei e Charles (contra o Fast, na Série C) causam arrepios até hoje, e a elegância sutil de Bobô e companhia é momento de orgulho sempre.
A final de amanhã será diferente. Não vou dizer que é o título mais importante do clube porque estaria menosprezando as nossas maiores conquistas. Mas é óbvio que voltar a ser campeão depois de dez anos torna esse momento histórico. Jogadores, comissão técnica, a Bahia e o resto do mundo sabem disso.
Não há muito que se dizer em relação ao nosso time em campo. Cada torcedor tem sua escalação ideal e Falcão tem a dura missão de escolher. Sendo campeão, terá boa parte dos créditos. Se perder, o trabalho feito até aqui não servirá pra nada. E o time que hoje tem o melhor ataque do país e faz boa campanha na Copa do Brasil, será questionado e alguns jogadores execrados. Este não é o meu pensamento, mas é assim que funciona o futebol.
Tenho dúvidas sobre a escalação do meu time ideal, até hoje não consegui chegar a uma conclusão sobre os verdadeiros titulares. A parte defensiva é mais fácil escolher, do meio pra frente a coisa complica. O motivo? Com exceção de Fahel, Gabriel e Souza, que mantêm a regularidade há bastante tempo, o restante fica entre boas, comuns e más apresentações.
O que vejo nesses jogadores é o compromisso com o clube e, principalmente, com o torcedor. Vencemos partidas quando todos já esperavam o pior. Ninguém se entregou e a recompensa veio no final com vitórias épicas. Os times campeões passam por isso. Os atletas sabem que podem entrar para história do maior campeão do N/NE do país. Por isso mesmo, estão fazendo o que podem para não decepcionar.
Li uma entrevista de Souza que me impressionou bastante por uma passagem, na qual ele afirma que este será o título mais importante da sua carreira. Mesmo não estando presente dá para perceber a verdade do depoimento porque ele traduz em campo seu pensamento.
Não, Souza não é o melhor dos centroavantes que já tivemos. Tecnicamente não podemos esperar muita coisa dele, a não ser gol. Dribles ou jogadas bonitas não fazem parte do seu repertório, mas é notável sua dedicação, seu brio e sua vontade de vencer. Ele só para quando esgota sua condição física. E tudo isso contagia e incentiva os outros a fazerem o mesmo.
Dos outros jogadores escuto o mesmo discurso, sinto muita determinação e vontade. Não poderia ser diferente. Tivemos uma pequena turbulência política no clube que poderia, porém, não afetou em nada o desempenho do time em campo. Não lembro a última vez em que tivemos um semestre tão calmo e com um ambiente tão favorável, para que os atletas tentem o seu máximo nas partidas.
Falcão não poderia ser melhor comandante para o momento. Não estou no dia a dia do clube, mas acredito que ele tenha agregado bastante tanto dentro, quanto fora das quatro linhas. Os anos vividos na imprensa o tornaram mais experiente no lidar com o quarto poder.
Inteligente, Falcão sabia que sua chegada aqui seria cercada por desconfiança e, por isso mesmo, um prato cheio para a mídia local. E o que ele fez? Aproximou-se de todos, sem exceção. Inovou. Fez até palestras no Fazendão e, com toda sua elegância, foi conquistando aos poucos a imprensa especializada. Óbvio que os resultados contribuíram, caso contrário ele não estaria mais conosco, porque sabemos o quão poderoso e nocivo é esse pessoal.
Chegamos a essa decisão como melhor time da competição, tendo a vantagem de jogar por dois resultados iguais. Conseguimos o primeiro no domingo passado. Faltam 90min para a consagração. Ou não.
A ansiedade tomou conta da cidade. Os jogadores sentem isso e devem estar preocupados em não decepcionar a imensa Nação Tricolor. Podemos perder. Sim, é verdade! Mas, por mais que seja doloroso ver o título escapar por entre os dedos, é preciso respirar fundo antes de qualquer atitude.
Ao torcedor, só peço que não desistam e apóiem o time o tempo todo. Esqueçam por um momento os nossos problemas políticos, os possíveis erros cometidos até aqui e que esse ou aquele jogador não tem condições de vestir o manto tricolor. Amanhã não é dia disso. A Nação Tricolor é peça fundamental nessa conquista, e a força que vem das arquibancadas vai fazer a diferença, mais uma vez.
Aos jogadores, eu diria que eles estão a poucas horas de fazer história. Que o nome de cada um deles vai ficar na memória do torcedor, como já aconteceu com Raudinei e Charles. E o principal: eles serão campeões pelo maior clube do N/NE do país.
Mais um, Bahia! Ninguém nos vence em vibração! Vamos pra frente, Esquadrão! Vamos, serás o vencedor! Vamos conquistar mais um tento!
Saudações tricolores e BBMP!
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