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Publicada em 9 de setembro de 2009 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Desânimo

Enquanto há vida, há esperança. Matematicamente, ainda temos chances. Falando como torcedor, sou obrigado a acreditar. Agora, minha lucidez não quer me deixar crer mais numa classificação.

A equação para voltarmos a ter mais chances não é simples. Vencer três partidas fora de casa, dos nossos concorrentes diretos, e não perder mais pontos em casa. Convenhamos, algo complicado na situação atual. Sem querer desanimar a torcida, esse time para engrenar vai precisar de tempo, e isso não temos mais. O jogo contra o Ceará poderia ser o divisor de águas. Vencendo, diminuiríamos a diferença para quatro pontos. Não aconteceu.

Os dois próximos jogos serão decisivos mesmo. É vencer ou lutar para se manter na Série B. O engraçado é que estamos há várias rodadas na mesma colocação, o que comprova o fato de que poderíamos estar numa bem melhor se tivéssemos bons resultados.

O Bahia de Sérgio Guedes é diferente daquele de Gallo e Comelli? Sim. As razões das mudanças estão ligadas diretamente à volta da boa forma de alguns atletas e, obviamente, às últimas contratações que foram feitas. Falo sobre Jael, Juninho, Paulo Isidoro e Juliano.

Sinceramente, não vi mudanças táticas tão drásticas que justificassem essa melhora visível que conseguimos. Sair de um 3-5-2 para um 4-4-2, ou vice-versa, não faz um time crescer tanto de produção. A melhora da parte técnica é que faz toda a diferença. Elton voltou a jogar bem. Hélton Luiz, apesar da irregularidade, tem nos ajudado bem mais agora, está lembrando um pouco o que foi no início da temporada. Juninho ainda pode render mais. Percebe-se que ele tem qualidade, só não sei se ele seria o nosso camisa 10. Acredito que esse papel deveria ser mesmo de Paulo Isidoro. Este, infelizmente, ainda não está nas melhores condições físicas. Espero que esteja a tempo de nos ajudar, pois ele pode ser o homem das bolas enfiadas para nossos atacantes.

No mais, é o time que conhecemos, que não é nenhum bicho-papão, mas poderia estar fazendo uma campanha melhor. Hoje, dez pontos nos separam da última vaga para a Série A. Num cálculo simples, se tivéssemos vencido as partidas que empatamos em casa, estaríamos na briga.

Não quero entregar os pontos. Independente disso, acredito que a diretoria já pode trabalhar na hipótese do pior acontecer. E o que isso significa? Avaliar o elenco já pensando na próxima temporada. Manter o treinador é um bom começo. Ele conhece o mercado de atletas com o perfil que pode nos ajudar. A partir daí, é aproveitar o que temos de bom, podemos até dizer que uma boa base está montada, e correr atrás de gente que abrace a causa de fazer o Bahia grande novamente.

Alguns podem achar que sou exagerado e dizer que meu desânimo é precipitado. Talvez. Até gostaria de estar errado e dedicar uma coluna inteira para me desculpar afirmando que não entendo nada de futebol. Mas no cenário atual em que nos encontramos, não consegui fazer uma análise diferente.

XXX

Avaliando o ano de 2009, não podemos dizer que paramos no tempo. Houve melhoras significativas nas áreas de infraestrutura do Fazendão. Os campos foram reformados, a academia, as salas de fisiologia e fisioterapia, renovadas. É um começo, principalmente, para quem não tinha nada.

Politicamente falando, tivemos algumas evoluções. MGF está tentando cumprir o que prometeu, aos poucos e com muita dificuldade. Tenta ser o mais transparente possível, ainda que algumas lacunas precisem ser preenchidas. É inegável o seu esforço em prol da modernização do clube.

Finalmente, um plano de marketing animador para a torcida. Não tenho essa afirmação, mas acredito que o intercâmbio feito com o Internacional surtiu algum efeito positivo. O “Bora Bahêa” pode ser um impulso financeiro para ajudar o clube. Outras ações também foram lançadas: “Alô Bahêa”, “TV do Bahêa”, “Bahêa VIP”, Loja Oficial do Clube e até o projeto de um filme. Algumas ainda estão em fase de andamento, o que para nós já é um grande começo.

No Depto. de Futebol, houve avanços também. Só o fato de não iniciarmos a temporada com aquele caminhão de jogadores completamente desconhecidos, já foi algo a se comemorar. Erros em contratações sempre vão existir. Acho que o maior pecado de PC foi ter demorado a enxergar o maior problema da equipe, a criatividade. Isso atrapalhou, e muito, a nossa campanha.

No todo, acho que o trabalho foi válido, principalmente, se considerarmos o cenário devastador no qual nos encontrávamos. É torcer para que as coisas continuem melhorando e que o retrocesso seja coisa do passado.

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