Há certos temas que insistem em sobreviver qual alma penada devido à insensatez humana. Volto a escrever sobre o entorno de Pituaçu e extensão da Paralela onde outrora a Natureza proporcionava aos nossos olhos descansar sobre a bela Mata Atlântica e sentir a alegria de uma convivência feliz com a paisagem que contagiava humores, inspirava o romantismo e alegrava a criançada. Era um passeio lindo ir Paralela afora aos domingos.
Era. Porque o sistema imobiliário com aquiescência das autoridades competentes tirou esse prazer do cidadão. Já não há paisagem para ser desfrutada, então não há mais motivo para aos domingos ir almoçar com a família lá pelas bandas do litoral. Até entendo que o progresso cria empregos e ameniza o desequilíbrio social, embora castigue o Meio- Ambiente. Mas me parece muito estranha essa permissividade que agride tanto o nosso verde litorâneo. Para tudo tem de haver limites, e ali não há.
Por isso mesmo me reporto ao cavalo de batalha que fez o MP para impedir, usando as palavras que mais se encaixam, o Bahia de ter um local para disputar os seus jogos. Na medida em que os fatos aconteciam, à época, percebíamos o sentido inócuo daquela batalha com pontos e vírgulas rubro-negros. Se não fosse um motivo assim, por que se permitir a construção daquele monstrengo, já denominado popularmente de alfavella de luxo?
O Ministério Público fez de tudo que era possível para impedir a construção do estádio de Pituaçu em nome de uma suposta ilegalidade. Até o IBAMA meteu o nariz. Mas não fizeram nada para impedir a tragédia ambiental que ora acontece num pedaço que deveria ter sido tombado devido à importância do mesmo para o Meio-Ambiente.
Tá um amontoado de prédios ilimitado. Uma barreira à brisa que procede docilmente do mar. Lagos são aterrados e a fauna já desapareceu. Tudo isso sob o olhar impassível do Ministério Público e do IBAMA. Olhares esses que estiveram tão atentos na defesa do dinheiro público, do verde e da fauna, durante a reconstrução de Pituaçu.
Ato contínuo vem aí outra vez com a Fonte Nova. A demolição já começou e as interferências contrárias também. Não vou questionar o embasamento dessas interferências, mas torço por uma coisa: que não se associe o nome do Bahia a esse novo projeto em andamento, pois se assim acontecer, por mais sutileza que haja, então os defensores da coisa pública entrarão em cena com garras de leão. Deixem pelo menos que o estádio fique pronto, para então vermos qual a participação do Bahia.
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E falando do Bahia… Que time difícil de convencer ao seu torcedor! Acho que isto só aconteceria se o Bahia pudesse ganhar umas cinco ou seis partidas seguidas. Tudo bem, o campo em Guaratinguetá estava uma piscina, mas não há explicação para tomar dois gols em dois minutos. Pior: no começo do jogo. A água contribuiu, é certo, mas o problema é que lá na frente as oportunidades criadas foram raras. Pelo menos no primeiro tempo.
Olhando no papel, o elenco tricolor tem bons jogadores, diria que tem time para ganhar o título da Segunda Divisão. Mas quando vamos para a prática fica tudo difícil, muito confuso. No meu entendimento falta garra, determinação, ousadia, se impor diante dos adversários, mostrar a esses adversários que ali está o Bahia, time de glórias e feitos maravilhosos, um campeão inveterado!! Mas o que se vê é apatia, uma dificuldade incrível para chegar perigosamente ao gol adversário.
É verdade, ganhou do São Caetano. Vamos ao Náutico, o que acontecerá? Vai jogar com trocentos cabeças de área? Isso não funciona, nunca funcionou em time algum! O conceito do futebol tá mudando, a Copa do Mundo já apontou pra o lado de um futebol mais agressivo, através da Espanha, que não por acaso ficou com o título. Time bom é aquele que o torcedor tem decorado. Esse negócio de um esquema para casa e outro para fora só demonstra fraqueza e medo por parte do treinador. E se ele sente essas coisas, o jogador que é seu comandado, não?
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Uma boa notícia para mim, meus amigos e leitores, que foram firmes em solidariedade. Raylla saiu da UTI. Agora é a luta para trazê-la à realidade e pedir a Deus para que seqüelas não restem. Ela ainda continua internada e inconsciente, porém fora de perigo e já na unidade pediátrica.
Uma questão de justiça e reconhecimento para com HGE e seu corpo médico. O fantástico atendimento de emergência salvou a vida de Raylla Caroline Gomes. A dedicação e competência dos médicos, o cuidado e carinho dos enfermeiros e enfermeiras, as instalações do hospital, um lado humano fantástico e até acima, muito, das nossas expectativas, são fatores essenciais que salvam vidas e curam pessoas. O Hospital Geral do Estado é tudo isso.
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