Eu não diria que só os corações brasileiros estão sangrando. Acho que todos os corações, de todas as nações pelo mundo afora, e pelo mesmo motivo, sangram. Como classificar essa aberração da Natureza, monstro do Realengo? Bárbaro, assassino, celerado, desalmado, sádico sanguinário, todos esses adjetivos são insignificantes para definir uma esquizofrenia de tal porte. Esquizofrênico… Talvez a definição mais adequada! Louco não era. Loucos não programam ações e nem se armam com objetivos definidos.
Estamos impotentes diante do que pode acontecer, em qualquer lugar e a qualquer momento. Não acho que as autoridades tenham culpa de acontecimentos assim, talvez os colégios devessem revistar todos que têm acesso às unidades. O fato é que os esquizofrênicos existem e em diversidade sintomática, em grau maior ou menor de periculosidade, eles estão em todas as partes da sociedade. Precisamos observar atentamente as pessoas nas suas mínimas atitudes. A esquizofrenia não tem cara, tem estratégias embasadas no mal e em atitudes inconsequentes. Eis o problema.
E assim vamos passando com a nossa dor, incrédulos com fatos dessa natureza e com muito medo! O que a gente tomava conhecimento através da mídia e pensava que só acontecia em outros lugares do mundo, agora já chegou à nossa Pátria, aos nossos colégios, e pode chegar à nossa cidade, à nossa rua, e ao cinema que nossos filhos freqüentam! É preocupante, e mais que isso, pode tornar-se doloroso.
Infelizmente, esse é o papel, principalmente, da televisão, mostrar ao vivo e a cores os mais hediondos crimes. Faz parte da informação. Mas de certa forma ensina ao esquizofrênico como matar em massa. O mal, o celerado, aprende imitando o que vê. Neste sábado, por coincidência, ou auto-sugestão, outro celerado abriu fogo a esmo dentro de um centro comercial, em Amsterdam, na Holanda, matando sete pessoas…
Quero transmitir às famílias atingidas em suas almas, a minha solidariedade. Faço parte de cada lar que chora a perda de um brasileirinho ou uma brasileirinha. Sofro um sentimento de perda que nem eu mesmo sei explicar.
FUTEBOL
Vamos falar um pouco dele, não é?
Gostaria de entender o time do Bahia, que tem grandes jogadores, mas na prática tem estado mais para o fiasco que para o sucesso. Não faço coro junto aos que a cada resultado ruim falam que com esse time o Bahia volta para a Segunda Divisão. Falta ao Bahia alguém que saiba colocar o time pra jogar. Penso que Benazzi não tem sido essa pessoa, mas poderá ser. Ele conta com o apoio do grupo que dirige, falta só encontrar um padrão tático e eficiente. Óbvio.
Como diz o ditado, quando a fase do urubu é difícil, o que está embaixo suja o de cima. E com o Bahia a fase não está uma graça. Os tumultuadores não perderam tempo, pegaram o presidente tricolor no contrapé e transformaram uma colocação de Marcelo Filho em algo completamente distorcido.
Gostaria de saber qual o interesse que moveu a deturpação dos fatos. Em momento algum ouvi o presidente Marcelo Filho dizer que estaria trazendo Joel Santana. Pelo que pude entender, ele disse que gostaria de contar com Joel ainda na sua gestão à frente do Bahia. A mim o presidente falou que o Bahia não tem condição financeira de trazer Joel neste momento…
Talvez eu possa fazer isso no futuro, Djalma, agora é impossível. Meu pai é amigo de Joel e por isso acabei me tornando, também, seu amigo. Mas uma coisa não tem nada a ver com a outra. Eu o admiro como técnico, mas isso não quer dizer que vamos trazê-lo. Benazzi é o técnico do Bahia, mas depende de resultados como todo funcionário do clube, e eu como presidente posso dispensá-lo a partir do momento em que os resultados não sejam satisfatórios. E se por acaso isso acontecesse, ainda assim, não seria Joel o técnico por telefone.
A imprensa baiana não no seu todo precisa tratar o nosso futebol com mais responsabilidade, carinho e, sobretudo, compreensão e respeito à causa maior de sua própria sustentação, que são os nossos clubes. Se os clubes estiverem bem, toda a imprensa estará bem. É a lei da causa e do efeito.
Formar opinião é a parte mais bela da imprensa, quando de forma nobre. Mas não são todos que têm essa consciência. Alguns confundem esse princípio e acham que dar pau no dirigente é o que dá audiência e conota independência. Em minha opinião, isso é apenas uma forma muito infeliz de intimidação. Se todos se dessem as mãos, o futebol sairia ganhando, muito!
DR. LUIS CARLOS UZEDA
Missa de trigésimo dia, na Igreja Nossa Senhora da Luz, Pituba, às 18h30min do dia 12 próximo, terça-feira. A família agradece aos amigos e admiradores do saudoso Dr. Uzeda as preces e o conforto da presença.
CLARICE LISPECTOR
Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.
Até cortar nossos próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.
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