A gente pode analisar a campanha do Bahia por uma série de prismas. Podemos ser pessimistas e enxergar uma vitória apenas em seis rodadas, pontuação baixa e colocação perigosa na tabela. Mas podemos enxergar uma melhora em relação aos resultados do ano passado contra estes mesmos adversários. Podemos enxergar um time que só tem a evoluir, já que esteve sempre muito desfalcado em todos os jogos até aqui. Mas, no outro lado da moeda, podemos escolher ver um time capenga, sem peças de reposição à altura, o que é uma carta de suicídio num campeonato de 38 rodadas, muitas vezes quarta-domingo.
Não existe um jeito certo de se ver a situação. A verdade não tem dono (se é que ela existe, e seja uma só). Mas, com algum equilíbrio, podemos achar que todas as alternativas anteriores estão certas, mesmo que pareçam paradoxais. Deixando qualquer maniqueísmo de lado, o que temos é, de fato, um time limitado mas que pode evoluir. Contratações ainda são necessárias, mas já vejo um reforço realmente produtivo em Kleberson, se enfim vier. Jogando de volante, trará uma boa saída de jogo que não tivemos ainda nesta equipe. Espero que Falcão o escale no lugar de Diones, e não na posição de meia armador (onde era pra estar Morais, que já vazou). Não acho que Mancini, nosso outro reforço de ocasião, seja o cara da posição de meia de ligação, mas prefiro “sacrificá-lo” ali e manter Kleberson como 2º homem de meio de campo, organizando a saída de bola sem chutão e se apresentando com qualidade na frente.
Idealmente, prefiro Mancini de atacante (apesar de ter uma utopia que ele poderia ser um ótimo volante, como fizeram com o alemão Schweinsteiger – que originalmente era meia-atacante. Mancini tem porte físico pra marcar e qualidade pra sair jogando. Mas, isso é assunto pra outro papo) do que de meia, mas não temos outro meia melhor que ele no elenco pra escalar, já que Magno não parece nunca engatar nem a terceira. Ainda gostaria de ver Fábio e Paulinho, da base, tendo oportunidades. Principalmente o primeiro, já mais velho. Não tenho dúvidas que farão papel melhor que, por exemplo, um Jones da vida.
Jones, aliás, é um capítulo à parte. Ele é ruim de bola. Mas, como corre o tempo todo e não tem medo de jogar, seus erros acabam superexpostos (isso temos que admitir. Ele aparece muito pro jogo, se apresenta, sem medo de vaia nem de errar). Resultado: toda bola que chega nele, morre. E chegam muitas bolas nele, porque ele aparece. Isso de matar a jogada acontece também muito com Júnior, quando tenta sair da área. Não sabe dominar e tabelar. Mas sabe fazer mais gols que Ciro.
Outro capítulo danoso neste início claudicante do Tricolor é o Departamento Médico. Nem falo pela quantidade enorme de contusões. Mas pelo tempo de cura de todas elas. Como bem destacou o ecbahia.com no quadro “Desce”, TODOS os prazos dados pelos médicos do Bahia são errados. Não sei se é otimismo demais, mas acho que, para evitar sempre a decepção, os médicos deviam mentir nos prazos, dar uma aumentada, porque, na moral, a margem de erro está ficando constrangedora. Os contundidos sempre são aguardados para o próximo jogo, e o próximo jogo chega e nada. Contusão que é pra ser de 10 dias, dura um mês, e por aí vai. Não sou médico, mas prazo é prazo. Sei que medicina não é ciência exata, mas errar sempre pra menos em todos os casos é, no mínimo, irritante para o torcedor. Ainda mais num time em que o desnível entre titulares e reservas é, quase sempre, gigante.
Por fim, para concluir esse texto-salada cheio de assuntos variados, uma chovida no molhado: Marcelo Lomba é, disparado, o melhor goleiro do Brasil. Pega muitas bolas (lá ele) difíceis, nos passa uma segurança tremenda e sempre uma esperança que aquele gol feito não irá entrar. E, muitas e muitas vezes, não entra mesmo, como no chute de Aloísio no jogo contra o Figueira. E ponto positivo pra estréia de Lucas Fonseca na zaga. Se passou longe de ser brilhante e surpreendente, jogou sério e deixou boa impressão. Mas ainda acho que precisamos de, no mínimo, um zagueiro pra chegar com pompa de titular (entre outras posições carentes, sobretudo ataque e armador). Não confio em Danny Morais, apesar da boa partida feita em Florianópolis. E Lucas ainda precisa ser mais testado.
Mas, puxando pelo parágrafo de abertura do texto, tendo a ser otimista. E gosto de ser assim, porque quero que o futebol seja, acima de tudo, um prazer. Ainda prefiro ver a tabela com olhos otimistas, e achar que o time vai melhorar com o retorno dos desfalques e dar liga com os novos contratados (que, espero, ainda não tenham acabado).
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