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Publicada em 9 de fevereiro de 2011 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Conversa em Família

A despeito do que possa dizer o seu estatuto, a gestão administrativa do Bahia é a de uma empresa familiar. Tanto no que tange à sucessão quanto na perspectiva de poder – seja ele não compartilhado e absoluto do controlador; seja muito concentrado, mas compartilhado com outros membros da família; seja um poder semidelegado, com profissionalização parcial. Mas, que é claramente uma administração de empresa familiar, não restam dúvidas.

Quando eu fiz o curso de Medicina do Trabalho, o meu professor de (rudimentos de) Administração chamou a atenção para o fato de que, numa empresa familiar, a forma de inserção dos empregados nesse tipo de empresa se dá por indicação (o famoso QI) e a maneira de promoção dos mesmos se dá pelo método milenar do puxa-saquismo e submissão. Essas seriam as principais características da relação patrão-empregado nessa modalidade de empresa. Será que no Bahia tem gente que só está lá porque é amiga da família controladora? Quem souber que atire a primeira pedra e as subseqüentes (o trema fica puxando o meu saco e insiste em aparecer sobre o “u” nos “gue”, “gui”, “que”, “qui”– se não se comportar direitinho lambendo minhas botas, eu vou mandar pastar esse trema. Trema de medo, portanto. Seus dias estão contados).

Você já viu alguém que trabalha em empresa familiar ficar reivindicando direitos trabalhistas? Onde iríamos parar desse jeito? Empregado reclamando porque não recebeu salário na data certa…? Chiando porque uma promessa de premiação por resultados não foi honrada? Fora! Guilhotina nele! Cortem essas cabeças antes que o mau exemplo se dissemine. Esse pessoalzinho devia é estar agradecido por estar empregado… Nós damos a chance a eles e depois aparecem com o pescoço grosso querendo “nossos direito”… Onde já se viu? Vamos mandar pro tronco e dar uma surra exemplar nessa corja!

Posso estar carregando demais nas tintas, mas é assim que vejo o estilo administrativo do Bahia. E não é de hoje. Só isso explica a dispensa de jogadores como Fernando, Alison e até do próprio Jael. Se Jael só tivesse dado um catiripapo num zé-ninguém administrativo lá, sem reclamar de que o clube estava devendo a ele uma boa grana, certamente teria o mesmo tratamento de panos aquecidos que Beijoca e outros bad boys tiveram ao longo da nossa história. Mas foi falar da grana que deveria estar em sua conta e não estava, aí já viu: “o que ele fez é imperdoável”, “quebrou a hierarquia”, blá- blá- blá…

Demitiram o artilheiro que golpeou e o aspone que saiu apanhado. E o núcleo da questão? E o responsável ou responsáveis pelo não pagamento do jogador? Ah, esses são da famiglia e não podem ser sequer questionados.

E a gente aqui, tratada como parte desse rebanho, tendo que ouvir essa patacoada toda e achar que está tudo justo, que está tudo bem, que o clube está seguindo um planejamento meticuloso do profeta Angioni, de fazer inveja à NASA na Missão Apollo.

E por falar em Angioni, já repararam como ele é à prova de falhas e pecados? O cara é canonizável! Te cuida, Irmã Dulce! Quando Angioni fala, parecendo um Dalai Lama, parece que hipnotiza todo o mundo, principalmente o presidente MGF, que, com sua lábia, também é capaz de nos convencer que está tudo sob controle, mesmo quando o avião está em parafuso e o piloto já saltou de pára-quedas.

A vinda de Rogério Lourenço para vir dirigir e montar o time que deveria ser campeão baiano de 2011 e fazer um bom papel no Brasileirão foi uma das coisas mais temerárias que as minhas retinas e tímpanos tão desgastados já testemunharam. E não estou falando isso só agora, depois que esse inepto mostrou tudo o que não é capaz de fazer. Eu tentei alertar aqui no Fórum do ecbahia.com, pois acompanhei o trabalho precário que ele fez na Seleção de Juniores (sem falar no Flamengo), mas a torcida eufórica com o acesso e com fé inabalável no monge budista milagreiro Angioni, achou que essa nulidade (Rogério Lourenço – nome de porteiro de prédio ou de cangaceiro) iria formar um time de moleques talentosos da nossa base (e de alhures) e que iríamos arrebentar a boca do balão, ao estilo Binha de São Caetano.

Agora Chiquinho de Assis assumiu interinamente o cargo de técnico. Eu gosto muito da figura de Chiquinho. Desde o tempo em que ele era um ponta-de-lança do Leônico, rápido, driblador, inteligente, bom toque de bola e eu o acompanhava nas preliminares da velha Fonte ou nos jogos contra o próprio Bahia. Como técnico, sei que tem potencial – é inteligente e instruído. Eu gostaria muito de apostar em Chiquinho. Mas não gostei de ele ter mantido alguns jogadores do time do porteiro-cangaceiro Lourenço.

A começar pelo goleiro e para me restringir a ele: Tiago tem defeitos técnicos graves. Não sei se é ritmo de jogo, mas o reflexo dele é dos piores. Nas bolas chutadas ao gol de forma cruzada, no canto oposto, ele, ao invés de se jogar, se esticar para o lado em direção à bola e diminuir o ângulo para interceptá-la, joga-se para trás! Só se for pra ver onde a bola irá entrar. Chiquinho erra ao manter esse goleiro. Ele não está em forma. Pode até ser um bom arqueiro, tem bom nível cultural (eu também tenho – modestamente – mas não estou em condições de defender chutes cruzados de Sassá no momento). Ocorre que Tiago ainda precisa treinar muito para jogar no meu baba. E se Chiquinho usasse um pouco da inteligência emocional que ele parece ter, escalaria Omar, que é o que a torcida pede (a torcida pode ser tudo, mas não é burra). Pensando bem, a torcida é um tipo de família também.

Chiquinho: se você escalar Omar e ele levar um frango, a sua responsabilidade vai ser compartilhada com a torcida. Ninguém vai lhe crucificar. Não sei porque os técnicos insistem em não atender à torcida… Talvez por masoquismo (devem gostar de ouvir aquele coro: burro, burro!) ou por achar que devem imprimir sua marca para justificar o seu salário e sua condição diferenciada de técnico. Tudo bem quando o coro é de meia dúzia de torcedores renitentes que ficam ali atrás do banco, mas quando é de 80% da torcida…

Será que Omar não é escalado porque era amigo de Fernando? Ou porque Omar convidou Fernando para ser seu padrinho de casamento? Será que Omar está cobrando algum caraminguá atrasado? Será que Omar não está puxando o saco das pessoas certas?

Em se tratando do Bahia atual dos Guimarães, eu não duvido de nada. Mas lamento quase tudo. Que time é esse? Que clube é esse? Que família é essa?

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