Depois de longo e tenebroso inverno, eis-me de volta a este espaço nobre do ecbahia.com. Estive durante quase um mês na Austrália, visitando o meu filho Renê, um tricolor de quatro costados que está estudando por lá. Evidentemente que a leitura deste site e o acompanhamento das notícias do Bahia estiveram sempre presentes. De lá, pude constatar, com tristeza, que tudo continua como dantes no quartel de Abrantes. Ou seja, a desorientação, a baderna e a falta de seriedade continuam imperando no comando do Bahia.
Pra começo de conversa, observei que o presidente Marcelinho Guimarães continua com sua vistosa cabeleira sobre a cabeça que deveria estar raspada, como ele disse que estaria se o Bahia não subisse para a série A no ano passado. Enfim, o que se pode esperar de um camarada que não tem palavra nem para cumprir aposta? Quanto mais para cumprir outros compromissos assumidos, como democratização do clube, eleições diretas, mudança de estatuto, pagamento dos salários atrasados de 2009 e manutenção da base do ano passado.
De modo que fica clara a permanência da esculhambação como base filosófica da gestão do Bahia. Hoje temos um clube que toma esporro público de empresário de jogador de futebol, como tomou recentemente da empresa que assessora os jogadores Marcos, Nadson e Paulo Isidoro exuberantes craques do futebol brasileiro que o Bahia não teve competência para manter no elenco. Cá para nós, é demais não conseguir renovar nem com Paulo Isidoro, ex-jogador em atividade que o clube havia ressuscitado para a prática profissional do esporte bretão.
Da mesma forma, não renovou com Jael nem conseguiu concretizar uma série de contratações anunciadas. Hoje, o Bahia perde jogadores para times da série C, da série D e de quantas outras letras possua o alfabeto. Sabem por quê? Porque ninguém gosta de trabalhar para caloteiro. E o Bahia ainda tem mais de dois meses de salários atrasados de 2009. Imaginem como isso repercute no mercado do futebol, onde os jogadores mantêm permanente contato entre si: Bahia?!? Esparro, só vá para lá em última hipótese. A diretoria não é de pagar em dia e às vezes nem fora de dia.
Pois é, por isso resta ao glorioso Bahia ter que contratar um geriatra para seu Departamento Médico, para poder lidar com ex-atletas como esse que costumam chamar por aí de Capetinha e o clube acaba de anunciar. Podiam aproveitar e contratar o Maradona. Acho que o atual Esporte Clube Bahia é uma das poucas drogas que ele ainda não experimentou.
As contratações feitas até agora apontam para caminhos semelhantes ao de 2009. Podem até dar certo, algumas. Mas, a verdade é que estão vindo jogadores que não tiveram espaço em clubes da séria A ou pelo menos mais organizados do que o Bahia. Óbvio que torcemos para que as coisas, mesmo que feitas atabalhoadamente, como estão sendo, terminem de alguma forma dando certo. Mas, a verdade é que o filme se repete e não há porque dar um novo crédito de confiança a essa turma que está aí.
A lamentar em toda essa história é ver um sujeito de caráter, ex-ídolo do clube, como Elizeu Godoy, envolvido com essa galera. De qualquer forma, apesar da sua escassa ou quase nenhuma experiência em gestão esportiva, resta torcer que sua seriedade e seu amor ao Bahia possam ajudar em alguma coisa. É o mínimo que se pode esperar.
De modo que, embora desejando um 2010 melhor do que 2009 para o Bahia, o futuro que se desenha é o pior possível. É difícil ter esperanças com esse rebotalho de gestores que está aí dirigindo o clube. A verdade é que não temos outra alternativa se não a de repetir o velho bordão: Fora coveiros do Bahia! Fora diretoria incompetente!
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