O Bahia ganhou, mas podia ter perdido. Podia ter perdido se Obina, por exemplo, tivesse marcado o gol feito que jogou pra fora. Mas, finalmente, o “se” estava do nosso lado. Kleberson também perdeu um gol de cara, mas o Bahia, enfim, conseguiu marcar nas oportunidades que criou (ave Souza!) e, na retaguarda, conseguiu evitar os gols (ave Lomba!), contando, às vezes, com a sorte dos atacantes palmeirenses falharem.
Não vi nenhuma grande evolução tática do time, ainda não consigo cravar que este esquema é melhor ou pior do que o costumeiramente usado por Falcão. Mas eu vi muito mais vontade por parte dos jogadores. Grandes ataques que começavam com roubadas de bola dos próprios meias e atacantes (o lance do pênalti, inclusive, que começa com uma roubada de Souza na lateral do campo).
Os nossos vacilos não se tornaram gols adversários, seja por sorte ou pela competência de Lomba. Mas é fato que o losango de Caio Jr. deixa o time encorpado e, casando com boas fases de jogadores fundamentais, funciona. Por mim, quando Gabriel voltar, é dele a vaga da direita no losango de Caio Jr. (onde jogou Kleberson). A evolução de Zé Roberto é nítida e muito bem vinda. Encaixou na ponta do losango. Mancini, nessa posição, é banco pra Zé, que está dando muito mais dinamismo às ações ofensivas do Bahia. Mas Mancini também pode ser testado como segundo atacante, na minha opinião. Fez muitos gols pelo Roma.
Caio Jr. pode não ter montado a máquina que a torcida deseja, mas estreou com pelo menos um acerto promissor. Apostou em um lateral de ofício. Não foi isso que decidiu o jogo, mas indica uma mentalidade que me agrada, avessa a improvisações. Mesmo que apenas por um tempo. Gil nem fez uma grande partida, foi razoável, mas é claro que pode jogar, não fez feio em relação a Fabinho improvisado e tende a melhorar com sequência e confiança. Dava pra ver que estava muito nervoso, natural. Mas Caio Jr. acertou em acabar com as improvisações em pelo menos uma das laterais, apostando nos garotos.
Duro é perder Souza por quatro jogos. A culpa é exclusivamente dele, que tentou mesmo agredir o adversário. Uma pena porque o Caveirão segue sendo, disparado, nosso melhor atacante. Protege a bola como ninguém, dificilmente erra o pivô, e é nosso melhor finalizador. Na sua ausência, Caio Jr. pode optar por Júnior (o favorito, já que estava no banco contra o Palmeiras), que é bom finalizador mas não faz tão bem o pivô, geralmente dominando de canela e errando passes; ou Rafael, que eu acho que tem uma técnica melhor que Júnior, mas que não parece desfrutar da mesma confiança (e, obviamente, experiência) de seu concorrente direto.
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