Às críticas ao ex-treinador Renato Paiva tinham fundamentos, mas ele não era o único culpado. Na verdade, ele não tinha era tato para lidar com a torcida e nem com a imprensa. E essa foi a construção do seu desastre. Este colunista opinou aqui em algumas oportunidades que o elenco carecia de mais qualidade, por exemplo um centroavante. Um meia de qualidade para o caso de uma necessidade também era preciso – como surgiu devido à ausência de Cauly.
Havia e ainda há essa carência incontestável. Havia também o fato de o time estar sendo montado com o campeonato nacional em andamento, os resultados não satisfaziam, muito pelo contrário. A diretoria do Tricolor não resolveu o problema que seria contratar um centroavante. A carga sobre Paiva aumentou de peso e acabou fazendo-o curvar-se ante o óbvio. Não dava mesmo para ele continuar porque todo o ambiente era péssimo para continuação do seu trabalho.
A diretoria diz que não encontrou o tal centroavante porque o scout do clube, cuja função gira em prol do desempenho, não localizou esse centroavante. Mas o Vasco da Gama achou, o Botafogo achou – bons e desempregados. O que anda à procura o Grupo City, das bolachas quebradas? Por que não trouxeram Diego Costa? Nada contra a pessoa do Everaldo, mas a fase dele é a pior possível, anda brigando muito com a bola e está inseguro porque também perdeu o ambiente com a torcida. Rogério precisa preservá-lo para um outro momento menos tenso.
O Bahia não tem um elenco que possa ser chamado de ruim, pelo contrário, porém falta brio devido à intranquilidade de cada jogador. Isso fez a “vaca” meter as duas pernas no brejo e a missão do Rogério Ceni é tirá-la de lá. Ele deverá mexer na estrutura do time fazendo pelo menos duas ou três modificações sisudas.
Alguma coisa afinal precisa ser feita porque o momento é crítico e Ceni já percebeu que com paliativo não cura o “doente” e será necessária uma “incisão”. Assim ou assado o cardápio é único, feijão com jiló verde; arroz sem sal; suco de mastruz sem leite; zero de açúcar; até o final do ano.
Com a volta de Cauly, ou não, Ceni poderia colocar em campo um trio atacante composto por Ademir, Ratão e Biel. É verdade que Ratão não está correspondendo às expectativas, mas seus melhores momentos é quando ele aparece pelo meio. Então, Ceni, por que não tentar? Não reme contra a maré alta, por favor. A defesa do Bahia precisa de uma melhor proteção e isso passa por modificações no meio de campo.
A torcida vai te apoiar, vai te atender, mas realize os anseios da fiel Tricolor, tente a formação que você acha leve – Biel e Ademir pelas pontas – e que ficaria melhor num esquema de transição, segundo você. Pois que seja assim. Importante, como bem diz você, é tirar o Bahia da zona perigosa. A regra 3, onde menos vale mais, precisa ser usada. Por enquanto, conte com o Z-4 sem jogar porque a concorrência vai jogar antes do Bahia que, provavelmente, entrará na zona maldita, por decantação. Para sair de lá será preciso ousar e fazer diferente do que se tem feito.
Ao Bahia restam 14 jogos. Há tempo para trabalhar. Há margem matematicamente ideal para o Bahia não cair. Basta ganhar dos 14 jogos apenas 6 e empatar 2. Isto é tudo. Rogério Ceni é um motivador emérito, e esse trabalho ele já está fazendo sem nenhuma dúvida. Eu não acredito que o Bahia deixe de fazer o seu dever de casa para cumprir sua obrigação com a torcida.
É muito vergonhoso para os atuais jogadores do Bahia machucarem essa torcida que faz média de público na Fonte Nova com 37 mil torcedores, presentes. “O comprometimento é o que transforma a promessa em realidade. Comprometa-se em dar o melhor de si em qualquer situação. Essa é a diferença entre sapos e príncipes”.
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