O ano de 2009 está acabando para o Bahia e, às duras penas, deixando um legado de aprendizado eficiente. Com os erros e acidentes de percurso houve um amadurecimento natural no comando tricolor, ao ponto de agora se saber qual a navegação mais segura e a dosagem certa do auto-controle contra o pânico no meio das derrotas.
Inchar o plantel a cada derrocada com contratações equivocadas, não ganhar nada, disputar vaga com os calções nas mãos para apenas se manter na Segunda Divisão, levou a diretoria ao pânico até a atitude das contratações de Bonamigo e Elizeu: de lá para cá a história passou a ter capítulos mais descontraídos.
Um novo ano, adrenalina controlada, o Bahia entra otimista no curso de mais uma jornada em sua existência tomando como base o tal pânico que o assolou em 2009. Tanto é assim que o primeiro acerto foi a contratação de um profissional vencedor no mundo da bola, naturalmente marqueteiro, que chega com a missão de resgatar o Bahia, como seu treinador.
O segundo acerto foi a atitude de manter uma base do time que terminou a jornada de 2009. O melhor que se conseguiu na temporada está aí para ser fortalecido com a qualidade que a direção tricolor está buscando.
Atitudes administrativas mais amadurecidas, principalmente pertinentes ao futebol, vão passando confiança à torcida. As contratações estão sendo feitas paulatinamente, com coerência, buscando melhor qualidade possível dentro do contexto e fazendo crer que o futebol tricolor será vitorioso em 2010.
Renato Gaúcho é, além de técnico, um elemento facilitador na busca de parceiros e jogadores para o clube. Uma novidade, onde aspectos econômicos foram pesados e aprovados. Talvez aí esteja embasada a insistência do Presidente em tentar dar uma gestão mais qualificada para o departamento de futebol.
Em dezembro de 2008 foi anunciado pelo presidente do Bahia, o então gestor de futebol, o polêmico Paulo Carneiro. Foi à época um fato inusitado e o maior acontecimento já verificado, no gênero, no futebol baiano. Não deu certo, é fato, mas quem de sã consciência achou a chegada de Paulo ruim? Poucos, muito mais até pelo fato de PC ter sido presidente do rival. Mas que foi uma inovação revolucionária não há dúvida.
Abriu uma nova porta ao mercado e mostra assim que o futebol tem de ser muito bem profissionalizado e administrado acima das convenções do passado, ou das birras regionais, ou de uma rivalidade com aspectos ultrapassados. Se não valeu para o Bahia, como esperado, até pela inexperiência, valeu pela experiência do inusitado, valeu pela abertura de saber que o profissionalismo é que deverá ditar definitivamente o futebol.
Então Marcelo Filho inova outra vez, no limiar de 2009, já com experiência do fiasco de uma primeira tentativa na gestão do futebol. Agora foi a vez de pegar a todos de surpresa trazendo Renato Gaúcho, numa decisão onde os aspectos do acerto e do fracasso foram bem analisados. Do ponto de vista marketing sensacionalista já foi excelente! Nem só para o Bahia… Mas também para a imprensa baiana, que havia muito tempo não pontificava tanto em audiência, venda de jornais etc.
Se Renato, por acaso, não acertar como treinador, terá sido um discrepância do Presidente do Bahia? Eu já antecipo que não! Terá sido uma ousadia. Da mesma forma como não achei errado, do ponto de vista técnico, a vinda de Paulo Carneiro à época. Não deu certo, mas ninguém negava a sua competência ao chegar ao Bahia. Havia uma história por ele construída no futebol baiano, muito mais de sucesso que de insucesso.
Elizeu Godoy, não foi um acerto? Quer queiram ou não, mas a partir de Elizeu o Bahia cresceu em futebol e em atitudes. Não digo que o mérito foi só seu, mas ajudou. Já escrevi dizendo que o Bahia é solucionável num prazo de três anos a partir de janeiro de 2009. E já não há como negar uma melhora acentuada na sua estrutura básica.
No meu entendimento a falha de Marcelo Filho persiste no quesito Estatuto. Ele precisa decidir isso de uma forma ou de outra, mas há que haver uma solução definitiva para o caso. No conselho consultivo há grandes tricolores, pessoas de equilíbrio indiscutível. Convide-os e ouça-os, Marcelinho! A partir daí tome as atitudes que achar convenientes ao clube.
O importante é o Bahia entrar com tranqüilidade em 2010 para ganhar o campeonato baiano, lutar para ganhar a Copa do Brasil e, principalmente, ascender à série A. Se 2009 foi uma época de aprendizado, que 2010 seja o ano de colher os frutos desse aprendizado.
Pois bem. Que os bons fatos tragam de volta os bons tempos tão ausentes da Nação Tricolor. Que a razão supere as dificuldades entre as várias correntes tricolores. Que os ideais possam convergir pelo bem do Bahia. Enfim, que os agouros encontrem o seu cemitério e calem-se para sempre.
DESEJO QUE TODOS TENHAM UM 2010 MUITO FELIZ!
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