Desde o empate contra o Fluminense-PI, o Bahia vinha apresentando um futebol de recuperação, com o time se comportando razoavelmente bem em campo e corrigindo as falhas defensivas apresentadas no período anterior, naquela sequência de vexames que não queremos relembrar. Mas, sempre ficou uma pulguinha atrás da orelha, mesmo do mais empedernido otimista: até que ponto a melhora do futebol era fruto do trabalho e de melhor posicionamento dos atletas ou era decorrência do fato de que enfrentamos adversários de nível técnico bastante inferior (Itabuna, CRB, Jacuipense)?
A partida contra o Volta Redonda-RJ pela Copa do Brasil, no meio de semana, já dava uma pista para a resposta, pois enfrentamos uma equipe mais compactada e que apresentou bons resultados no campeonato carioca, apesar de desfalcada principalmente dos seus atacantes, decorrência do desmonte da equipe no pós-estadual. E, apesar de ter ganho o jogo, o Bahia sofreu muito com um meio de campo pouco eficaz na marcação, sobrecarregando a defesa. As jogadas de ataque do Voltaço, forçando a bola aérea, significaram um verdadeiro “Deus nos Acuda” na nossa área. Já ali ficava evidente que temos muito a evoluir se quisermos ter um campeonato brasileiro tranquilo, do tipo em que oscilamos entre a 10ª. e a 14ª. posição. Verdade que essa “tranquilidade” não vai ao encontro das expectativas dos torcedores que, desde a aprovação do acordo com o grupo City, já sonha em títulos nacionais, quiçá internacionais.
Sonhar não custa nada, já dizia o samba-enredo da Mocidade. Verdade. Porém, não custa também atentar para a dura realidade, sob pena de vivermos ilusões típicas de carnavais, em particular aquelas que vem de títulos conquistados, como acabamos de fazer com o 50º. título estadual. Não custa também relembrar o ano de 2021. Ganhamos a Copa do Nordeste, nos iludimos com a equipe e amargamos o rebaixamento à série B. A partida contra o Bragantino nos fez colocar as barbas de molho.
Fomos apáticos em Bragança Paulista, salvo alguns momentos de pressão depois que tomamos a virada dos donos da casa. O time até se comportou melhor na defesa, apesar das duas pixotadas que resultaram nos gols do adversário. Mas, foi uma decepção na transição ofensiva, com um meio campo de nenhuma criatividade e um ataque que pouco perigo levou à meta bragantina. A primeira partida na série A já serviu para nos fazer cair na dura realidade. Nosso time, se continuar jogando no mesmo nível, vai disputar o rebaixamento. Minha esperança ainda resiste, baseada em dois fatores. O primeiro, participamos de um campeonato onde surpresas ainda acontecem. Os piores times ainda vencem os melhores. Segundo, agora temos um background financeiro considerável. Se preciso for remontamos a equipe na próxima janela de contratações. Não fosse isso já começava a desmontar o acampamento e tomar o rumo da série B.
Os sonhadores vão alegar que ainda temos reforços que não estão aptos a jogar, como o zagueiro Vítor Hugo ou que ainda precisam completar a adaptação, caso de Thaciano. Não discordo. Só acrescento que, diferentemente do início da temporada, não teremos muito tempo para saber se esses reforços vão de fato se tornar efetivos e melhorar o rendimento do clube. Pontos perdidos num campeonato de pontos corridos como o Brasileirão podem cobrar caro no final, principalmente pontos perdidos para adversários diretos, que disputam uma colocação na zona de relativo conforto (até 14ª. Posição), como é o caso do Bragantino.
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