Como previsto, um Bahia diferente deverá começar o campeonato nacional. O Tricolor está no mercado em busca de reforços e esses estão acontecendo de acordo com a superação das barreiras, que são muitas. Renato Paiva vem dizendo desde o seu início no Tricolor que reforços chegariam, já que Carlos Santoro estava desde então alinhavando negócios no mercado. Isto por si só derruba argumentos de que só agora o Bahia percebeu que precisa reforçar. Não é só o dinheiro que resolve tudo magicamente, é muito trabalho dentro de uma transição. É bom não esquecer disso. Por exemplo, não foi recente a busca por Luciano Juba, isto já vinha sendo trabalhado.
Este colunista só não esperava que a essa altura o Bahia já estivesse sendo odiado – agora entendo o que quis dizer Ferrán Soriano. Isto está acontecendo porque o Bahia se tornará realmente um concorrente ao nível do Palmeiras e Flamengo para os demais clubes, no tocante ao poder aquisitivo. Se vai exercer esse poder, são outros quinhentos, mas dizer que tem bala na agulha para ganhar batalhas no mercado é até modesto, porque o poder é bélico.
Quando o Bahia fez um pré-contrato com Luciano Juba, a torcida do Sport entrou em desespero movida pelo sentimento passional com o jogador e, também, sem motivo lógico algum, se revoltou com o Bahia. Opa! Como assim, com o Bahia? Esqueça. O Bahia é uma empresa voltada para as grandes oportunidades do ramo que jamais deixará de perseguir objetivos no sentido de fortalecer o seu negócio. Mas dá para entender a revolta. Dói mesmo, mas é caso encerrado.
Seria bom que o dirigente do Sport, Yuri Romão, que faz cortina de fumaça para encobrir a forma equivocada como conduziu suas conversas com Luciano Juba ao longo do tempo, talvez desde sua chegada à Ilha do Retiro, silenciasse para não falar bobagens para o seu torcedor, pois, o pré-contrato existe de fato e de direito, assinado pelo jogador. É só esperar para ver. Questionar leis e regras da FIFA/CBF é um direito, mas querer mudá-las só para satisfazer o presidente Yuri Romão, é absurdamente mais um equívoco.
A cultura de poder do pernambucano – não é pejorativo – é desde o tempo da Rádio Jornal, operando em ondas médias e curtas, quando nem se sonhava com transmissão via satélite, já ouvíamos: “Rádio Jornal, Pernambuco falando para o mundo!”. Virou mantra, faz parte dessa cultura da grandeza pernambucana. Mas talvez o presidente do Sport queira deturpar fatos.
O Bahia faz a sua parte como interessado, já o jogador profissional tem de buscar melhoras que lhe dê um futuro tranquilizador. Luciano Juba é um jovem de 23 anos de idade, sem dúvidas o melhor jogador do Nordeste em sua posição, que enxergou na proposta do Bahia a janela do seu futuro. Qual foi mesmo o pecado do moço? Ele é tão ambicioso como qualquer outro profissional e exerceu o seu direito de assinar um pré-contrato com outro clube, mais interessante para ele, ao término do contrato que tem com o Sport. Nada demais, tudo certo, até por jurisprudência, o que ainda assim, é diferente de “artimanhas de baixo nível”, senhor Romão.
É natural essa preferência do atleta, porque além da oportunidade de ganhar um salário que o Sport, talvez, não pudesse pagar – pelo menos no atual momento –, o jogador sabe que estando no Bahia fica mais fácil a realização do desejo de atuar na Europa, “el dorado” sonhado.
O torcedor do Sport precisa só entender que o Bahia se tornou um artigo de luxo com o qual a maioria dos jovens atletas do Brasil sonha. Todos os clubes brasileiros já entendem que competir com o Bahia em nível de contratações será muito difícil. Sabem que dinheiro não é nenhum problema para um clube que tem 500 milhões destinados para investimento no futebol – esse valor é só o que consta em contrato como obrigação mínima a ser investido ao longo de 15 anos, mas se precisar, investe o que for necessário acima desse valor.
Aconselho aos adeptos do Sport que alimentem seus egos com a goleada aplicada naquela estranha noite de futebol aquático na Ilha, quando a relva foi coberta pela água e a meninada Tricolor ficou a nadar no aquário. O resto é birra de menino chorão quando perde um brinquedo. Mas como nada é tão ruim que não possa piorar, o Sport está ilhado – sem trocadilhos: libera Juba por 1,5 mi e ele desembarca em Salvador; fica com ele até agosto e ele vem gratuitamente para o Bahia, mas quem sabe, bem conversado, pode ser que o Bahia pague um pouco mais.
Na Ilha do Retiro, será que já estão questionando a CBF, achando que a entidade se rendeu ao poder do Grupo City? Calma irmãos, a CBF cumpre as regras da FIFA. Fiquem tranquilos porque Juba não vai ficar tão longe assim do Recife, ele não vai sair do Nordeste. Salvador fica perto. Olha que coisa boa, no próximo ano terão a oportunidade de vê-lo jogando na Ilha, de novo, pela Copa Nordeste e com a camisa do Bahia. Poderá acontecer a segunda vez, caso o Sport ascenda à séria A.
MELHORA TÉCNICA E TÁTICA
Sem dúvidas, o treinador Renato Paiva consultou a sensatez e mudou a forma de jogar usando agora um esquema tático, com boas variações, mais resguardado, e sem perder a agressividade no ataque. É o que esperamos de você, Renato, porque conhecedor do que faz você é. Tem muita autoridade. Flexibilizou seus conceitos na forma de postar seu time em campo e os resultados são outros, não só pelas vitórias convincentes, mas pela inteligência como vem jogando o Bahia sem ter perdido a essência do conceito de jogar atacando o adversário.
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