é goleada tricolor na internet
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Publicada em 18 de maio de 2020 às 11:04 por Autor Genérico

Autor Genérico

Bahia: Como retomar o protagonismo?

Salve, turma tricolor!

Apresento-me aqui para me integrar a esse timaço de colunistas, no melhor portal não oficial do Esporte Clube Bahia,o ECBahia.com. Portal que, em tempos de triste memória do nosso Bahia, nos supria de informações de forma muito mais efetiva que o então tíbio site oficial, num trabalho primoroso, pré redes sociais, onde o debate sobre o nosso tricolor tinha no nosso fórum o seu melhor e mais acalorado campo..Eu sou o João Carlos Sá Teles, mais conhecido como João Bani. Soteropolitano, músico e pedagogo, moro no Recife depois de ter morado em Brasília e no Rio onde, junto com outros tricolores residentes na capital carioca, fui um dos fundadores da Embaixada Bahea da Guanabara, do RJ.

Mas vamos lá.

Vivemos dias de ressignficação de muitas coisas. O confinamento imposto pela pandemia nos colocou com um tempo a ser trabalhado, reconsiderado, prioridades reavaliadas. A criatividade nas mídias tem nos suprido de alimento para nossas paixões: no nosso caso, especificamente, a retransmissão de jogos importantes do Bahia, com simulação de ingressos e arrecadação em auxilio a ídolos do passado traz aos mais antigos como eu a revivência de emoções inesquecíveis, e aos mais novos uma proximidade com aquelas emoções que eles não viveram.

Acompanhar de perto, como acompanhamos nesse domingo, cada minuto do jogo, a habilidade de Bobô, Charles, Paulo Rodrigues, a frieza e competência de Ronaldo, nos remetem a um Bahia que parecia estar retomando os dias de glória do inicio dos anos 60, pois se depois da conquista do brasileiro de 59 o Bahia frequentou a final mais duas vezes (em 61 e 63), o Bahia campeão de 88 manteve-se competitivo e chegou à semifinal de 90, num campeonato onde era reconhecido como um dos favoritos. Na decorrer da década de 90 o tricolor ainda sustentou um pouco o protagonismo conquistado no inicio da década, com jogadores servindo à seleção, como Luis Henrique, mas, sujeito às incertezas de gestões personalistas e feudais, perdeu-se no tempo a sua hegemonia.

Se fizermos um recorte no tempo buscando diagnósticos das gestões do Bahia, as relacionando com os sucessos e fracassos do time tricolor, encontramos coisas muito interessantes. Por exemplo: em 1956, três anos antes do primeiro título nacional, o Bahia promoveu uma campanha de associação chamada “Por dez mil sócios, nenhum a menos”, que logrou um relativo êxito, infelizmente com raros registros na internet, mas atestada pelos mais antigos. Apesar do sentido associativo, não tenho conhecimento se eram promovidas eleições diretas para o clube.

Da mesma forma, nos anos 50, segundo Osório Villas Boas, o Bahia iniciava de fato uma aproximação com os torcedores das camadas populares, o que o caracteriza até os dias de hoje. Também excursões ao exterior, como a da documentada partida contra do Torpedo Moscou em 1957, vencida pelo tricolor por dois a um, mostravam um Bahia mais ousado e presente. O fechamento dos anos 50 com chave de ouro se concretizou com a conquista de 59 decidida em 1960, incontestável, e sua presença nas finais de 61 e 63 mostraram que o Bahia não era coadjuvante no futebol brasileiro.

Mas daí em diante, o que aconteceu? Por que o clube manteve-se num patamar modesto, ainda que vendo sua torcida aumentar consideravelmente? Um aspecto que devemos observar é que a força da mídia hegemônica sudestina já castigava, ignorando toda força emergente do futebol do norte nordeste. O Bahia nos anos 60 esteve presente em 3 finais de brasileiros, vencendo a primeira, e mesmo assim não era considerado nem destacado como um clube nas dimensões dos times do Rio, São Paulo e Minas.

Se considerarmos que quando clubes como Atlético, Vasco, Flamengo, Botafogo, Fluminense, Corínthians e São Paulo conquistaram seus primeiros brasileiros o Bahia já era campeão há mais de 10 anos antes, reforçamos a pergunta: por que caímos tanto? Em 1975, quando o Internacional de Porto Alegre, nosso respeitável vice de 88, conquistou seu primeiro campeonato brasileiro, ele galgou ali um degrau do qual nunca mais desceu. Se hoje vemos o futebol do Sul consolidado como grande força nacional, até 1975 ele era um coadjuvante. O que faltou ao Bahia, por duas vezes , para consolidar seu protagonismo no futebol brasileiro? No próximo artigo, vamos debater essa questão.  Abraços e BBMP!

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