Neste momento de crise por que passa o Bahia carnavalesco, fui surpreendido com uma decisão honrosa tomada pelo líder da maior religião ocidental, o Papa Bento XVI, que em uma atitude de desapego ao poder, renunciou ao cargo de supremo pontífice, para, segundo ele, zelar pelo bem da igreja.
Essa atitude teve um grande impacto sobre mim, que passei a refletir sobre coisas mais mundanas como o nosso Bahia, que vem sendo abalado por fatos como os que seguem abaixo:
sua diretoria sendo acusada pela imprensa nacional de atos não condizentes com os de uma diretoria de clube de massa como a do nosso amado clube;
o time em campo sofrendo uma eliminação precoce de um campeonato fraquíssimo como o campeonato do nordeste;
jogadores fazendo denúncias de salários atrasados em um momento em que a própria diretoria ostenta grandes contratos de patrocínio, TV e venda de jogadores; e
a torcida no estádio sofrendo a vertiginosa queda de público.
Mesmo com todos esses fatos, tivemos o desprazer de ver uma nefasta alteração de estatuto que desagradou a gregos e a troianos ser urdida nas entranhas do clube com a finalidade de garantir a permanência desse grupo por décadas no poder, mesmo sem o apoio da massa.
Espanta-me o apego desse grupo ao poder no clube, mesmo tendo perdido todo o apoio que tinha dos iludidos torcedores alienados que preocupam somente com o time em campo –como se isso fosse uma atitude inteligente, já que o time em campo é reflexo do clube fora das quatro linhas–, e a omissão da sociedade, que não reage a isso.
O que há no Bahia para que tenham tanto apego?
Se o sumo pontífice pode renunciar honrosamente pelo bem da instituição da qual era a cabeça, por que o grupo que está no poder em nosso maltratado clube não pode tomar uma atitude que só traria benefício a todos?
Qual o segredo do Bahia?
Qual foi o pecado que cometemos para merecermos sermos administrados por gente tão incompetente e apegadas ao poder?
Até quando seremos sofredores esperançosos por dias melhores?
Será que algum dia surgirá uma liderança capaz de mobilizar a massa e conscientizar esse grupo que sua hora já passou?
Será que um dia algum milagre acontecerá e o líder desse grupo acordará com uma decisão honrosa em mente de abrir o clube e entregá-lo ao seu verdadeiro dono: a sua imensa torcida?
A esperança é a última que morre, e assim vamos levando a vida, pois se até o Papa renunciou, por que não eles também?
Antes que argumentem, já aviso que o que se leu acima é apenas uma vontade ingênua que tomou conta de mim, e não enxergo possibilidade alguma de que eles se retirem por vontade própria, pois esta possibilidade não condiz com suas atitudes.
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