Chegamos à nona rodada do Brasileirão e já podemos observar duas fases distintas na campanha Tricolor. Primeiro, após uma estréia esmagadora goleando o São Caetano(que não é galinha morta, pelo contrário está em quinto lugar) por 5×0, fizemos belas apresentações no Parque Antarctica e no Maracanã. Entretanto, fomos derrotados por Palmeiras e Botafogo, resultados injustos para o futebol apresentado. Mesmo sem possuir um time de “estrelas”, temos um conjunto que vem jogando há muito tempo. Isto vinha fazendo a diferença. Porém, criávamos muitas oportunidades e errávamos muito nas finalizações. Como se não bastasse, na empolgação para fazer o gol, terminávamos deixando nosso setor defensivo desguarnecido e tomando os gols nos contra-ataques. Foi assim nos 2 jogos citados e também contra o Flamengo na Fonte Nova.
Com a perda de Fábio Costa por 90 dias (já iniciamos sem Alex Oliveira, contundido, e Capixaba que não renovou contrato), Evaristo sabiamente mudou a forma de jogar do time pondo fim à primeira fase do Tricolor, cuja cara acabei de retratar. Sem possuir no elenco meias ofensivos de qualidade e possuindo uma grande quantidade de volantes, o técnico optou por atuar num esquema extremamente retrancado com apenas 2 atacantes isolados na frente. É o famoso futebol de resultados, aquele futebol que tanto desagrada à torcida que quer ver espetáculo. Mas mesmo jogando feio, jogando o que alguns chamam de “anti-futebol”, o Ferrolho Tricolor – como bem apelidou o João Castro – vem dando certo. Foi aí que iniciou-se a segunda fase do time na competição.
Uma fase em que iniciamos enfrentando o Corinthians na Fonte e, a despeito da má fase dos paulistas, anulamos o seu único jogador que poderia oferecer perigo – o Ricardinho. Além disto, conseguimos fazer o gol em um dos contra-ataques e faturar os 3 pontos no momento certo. A maioria dos torcedores ficou com o pé atrás com este resultado. Talvez devido à “feiúra” do futebol apresentado. Muitos disseram que foi “sorte”. Seguimos adiante para enfrentar o Cruzeiro lá em BH. O empate já seria um excelente resultado, visto que estávamos com 0% de aproveitamento fora de casa. E foi isto mesmo que conseguimos, 1×1. Resultado muito bom, dada a conjuntura. Principalmente se lembrarmos que jogamos muito tempo com um jogador a menos. Aí veio a pedreira: o São Paulo. Ao contrário de Cruzeiro e Corinthians, o tricolor do Morumbi vem bem na competição e não tinha perdido nenhum jogo em casa. Muitos acreditavam que era o adversário certo para mostrar que o “novo” esquema de Evaristo não funcionava. Para surpresa de muitos, inclusive minha(embora acredite sempre no Bahia, esperava um bom empate neste jogo), o Tricolor venceu a equipe sãopaulina por 1×0. Assim,como no jogo anterior um empate já seria um bom resultado, mas o triunfo foi mais do que excelente. Novamente o adversário teve dificuldades para chegar à nossa meta e quando chegou encontrou um excelente Emerson fechando o gol, para surpresa dos que tanto o criticaram pela falha diante do Flamengo.
Podemos resumir a atual fase tática do Bahia a uma frase: “não jogar e não deixar jogar”. Ou seja, podemos não criar belas jogadas, não criar várias oportunidades de gols, mas também não estamos deixando que o adversário as crie. Além disto, embora em número e qualidade reduzidos as chances em contra-ataques estão surgindo. E o aproveitamento melhorou bastante. No jogo, contra o Corinthians tivemos 2 oportunidades e fizemos 1×0: 50% de aproveitamento. É um bom aproveitamento, a despeito das reduzidas oportunidades. Tivemos que contar com a “sorte”? Sim, mas neste tipo de esquema tático não é pouco comum ter que contar com a sorte. É preciso que o adversário falhe nos momentos dos nossos contra-ataques. Entretanto, será que isto é apenas sorte ? No lance de gol do Morumbi, com certeza foi sorte. A falha da barreira sãopaulina junto com o “erro” de Jean Elias (continue errando assim, Jean) ao bater a falta levaram a um gol de muita sorte. Mas, vejamos: os gols contra o Cruzeiro e Corinthians não foram sorte. Os adversários vieram pra cima do Tricolor, sendo muito bem anulados ainda no meio de campo e abriram espaço para chegarmos no contra-ataque pegando suas zagas desprevenidas. Isto não é sorte, é tática. Ninguém tem sorte durante 270 minutos em 3 partidas consecutivas. Se isto for sorte vou levar 11 volantes da Mega-Sena no Fazendão e pedir para os jogadores preencherem. Não, não acredito na “teoria da sorte”. Acredito, sim na eficiência tática da equipe, graças à experiência e visão de “Mestre” Evaristo que sabe trabalhar com o que tem e proporcionou esta segunda cara ao Tricolor na competição.
Está dando certo e assim espero que continue, embora os Tricolores com problemas de coração estejam proibidos de assistir aos jogos, porque haja coração !!!! Quantas caras o Tricolor ainda terá até o fim do campeonato ? Impossível responder agora, mas uma coisa é certa: enquanto o Ferrolho Tricolor estiver dando certo e não tivermos meias ofensivos para jogar esta será a cara do Tricolor, na Fonte ou fora. Que venha o Galo!!!!
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É com grande prazer que estou reestreando minha coluna, agora quinzenal, na nova fase da WEBahia, agora ecbahia.com.br. Toda a equipe, mais uma vez, está de parabéns pelo novo visual e agilidade da página, além da cobertura completa e dinâmica das notícias Tricolores.
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De parabéns está também nossa equipe de Basquete. Conquistamos o tri-campeonato estadual de forma invicta derrotando o nosso velho freguês de outras categorias. Parabéns a toda a equipe do Basquete e a toda a divisão de esporte amador pelo excelente trabalho que vem realizando. Já está chegando a hora de pensar em vôos mais altos, como a Taça Brasil, por exemplo. Vamos em em frente!!!!
Saudações Tricolores a todos os leitores e até a próxima.
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