Correndo o risco de ser repetitivo, pegunto ao caro (a) leitor (a): qual a melhora de desempenho apresentada pelo tricolor após a chegada de Enderson Moreira, que justifique sua contratação? São 16 partidas e 26 pontos conquistados, um a mais que os 25 pontos alcançados por Guto Ferreira, com duas partidas a menos. E futebol que é bom, nada! Isso vale para os dois treinadores, antes que me tomem por “viúva” de Gordiola.
Com a derrota diante do Sport na Ilha do Retiro, mantivemos a escrita de não vencer partidas em jogos fora de nossos domínios no segundo turno da série B do campeonato brasileiro. E continuamos desde 2010 sem triunfar em jogos no Recife. Olhando o copo pelo lado “meio-cheio”, nos manteremos no G4, ainda que possamos cair uma posição, com uma distância razoável para o quinto colocado, que dependeria de duas ou três rodadas para nos ultrapassar, faltando apenas oito rodadas para o fim do campeonato.
Embora nossa “gordura” seja razoável, não podemos dizer que nosso treinador tenha qualquer razoabilidade nas suas escolhas. Seja do ponto de vista de gestão do elenco, seja pela baixa qualidade técnica apresentada em campo pelo time escalado. Melhor seria dizer “pelos times escalados”, assim mesmo no plural, já que a cada jogo ele aparece com uma invenção nova, capaz de fazer a torcida tricolor padecer de raiva antes mesmo da partida começar.
O improviso de Resende na lateral esquerda deixou de ser um quebra-galho para compensar a suspensão de Luis Henrique e se tornou uma insistência. Inicialmente, com Copete para reforçar o setor, liberando Rezende para jogar mais centralizado, como terceiro zagueiro. Contra o Sport nem isso tivemos, fragilizando em demasia nosso setor defensivo e abrindo mão de usar Resende como volante, onde vai muito bem. É verdade que Luis Henrique não vinha fazendo boas apresentações, mas ele é o substituto escolhido pelo clube para a vaga de Matheus Bahia. Se não presta, dispensa e promove alguém da base. Depois, quando ouvirmos falar que o técnico “perdeu” o elenco, já saberemos o porquê. Imaginem a cabeça do jogador vendo a improvisação ir a campo no lugar de sua escalação. E a do jogador da base (Ryan) que não recebe sua chance? Não é à toa que vemos ex-jogadores do Bahia fazerem sucesso em outros clubes, alguns ex-base, como Danilo (Palmeiras) e André (Fluminense). Nos falta fazer gestão adequada de nosso elenco.
Mas, a gota d’água que trasbordou a paciência com Enderson veio mesmo ao colocar em campo, contra o Sport, um ataque titular formado por Raí, Igor Torres e Rodallega, logo apelidado de RiR, não sei se por ser risível ou em homenagem ao festival de rock recém encerrado no Rio de Janeiro. Como justificar a escolha por Igor Torres que ele nem vinha escalando em substituicões? Ou por Rodalllega, visivelmente longe de sua melhor forma? Invenções de um treinador que já não deixa saudades, ainda que nos leve de volta à série A do Brasileirão.
Nem vou falar aqui do abandono do esquema tático com três zagueiros (zagueiros mesmo), que propiciou duas ou três boas partidas nossas e que poderia estar sendo utilizado nesses jogos fora de casa, em que precisamos pontuar para garantir um acesso com menos turbulências. Seria mais que justificado, já que voltamos a apresentar muita fragilidade nas bolas aéreas. Vai entender a cabeça do treinador, de certo mesmo é que está cheia de segredos, que só ele conhece, aguardando o momento do triunfo para tornar público. E se o triunfo não vem? Mudam-se os segredos, afinal treinador tem sempre razão (na cabeça dele), nós é que não somos capazes de entendê-los, reles mortais que somos. O Bahia vai subir, apesar dos endersons da vida… BBMP!
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