Não adianta ter uma torcida que faz média em três jogos de 56.000 pessoas quando a incompetência administrativa campeia largamente dentro do clube. Enquanto a torcida tenta ser feliz e fazer feliz o time, este parece ter algo de sádico misturado com uma boa dose de masoquismo, ou senão, falta de qualidade mesmo. A torcida tenta exorcizar esse demônio chamado de série C, e o time parece recusar o anjo que o quer conduzir do inferno para o céu.
A torcida vai em peso ao estádio desde que o Bahia caiu para as Segunda e Terceira divisões respectivamente, e a diretoria simplesmente ignora isto dando uma amostra cabal de que o fito não é a organização e nem a torcida, sim a morbidez do radicalismo de jamais abrir o clube para uma democracia ampla, onde se possa realmente enxergar um horizonte sem percalços, com um time que possa realmente fazer jus à torcida que tem.
O time atual do Bahia, assim como os de anos anteriores, nada mais são do que o reflexo de uma direção perdida e focada somente em defender o continuísmo esdrúxulo e prepotente dos seus idealizadores. Logo, em campo, nada pode dar certo, posto que traçar metas não quer dizer planejamento, metas são os objetivos que queremos alcançar, mas para isso precisamos planejar.
O Vitória caiu para as séries B e C, rapidamente, com uma direção que não somava mais a seu favor. Mas dois anos depois já está de volta à Primeira Divisão. Sorte? Não. Conselho independente e ágil, com meia dúzia de homens fortes, com coragem para demitir presidente fracassado com o time, e competência administrativa. O resultado está aí. Imagine se eles tivessem a torcida que o Bahia tem, hein?!
Escrevi na coluna anterior que se o Bahia conseguir sair da série C será muito mais por fraqueza dos concorrentes que por mérito próprio. Há um ensaio de tragédia, desde os empates registrados na Fonte Nova, sendo anunciado pelo próprio time e comissão técnica. O Bahia de Artur vai conseguindo se manter no páreo de empate em empate graças aos demais times que também alternam sofríveis e más atuações. É torcer para que continuem assim.
Nesse Bahia de Artur há coisas que não escapam à minha percepção. Por exemplo: não sei o que foi feito de Tiago Neiva que sem dúvida é um bom jogador e sequer é relacionado para as concentrações. No atual meio campo tricolor cabe Tiago Neiva, sim senhor. Não entendo o motivo de alguns casos de rejeição por parte do treinador a alguns jogadores. Se não serve, dispensa. Que acho não ser o caso de Tiago Neiva.
Diogo é outro caso “escabroso”. É bem verdade que não sei se esse jogador ainda está no Bahia. As discriminações são tão evidentes que um jogador vai para o ostracismo e a gente até esquece o que foi feito dele. Carlos Alberto parece ser o próximo, Ednei ressurgiu (no banco) mas já não viajou com o grupo. Amauri, entretanto, continua como o “mug” da sorte (lembram-se?) preferido de Artur.
Agora ao lugar comum. Uma torcida como a do Bahia não existe. Que time no Brasil conseguiria colocar 60.000 pessoas no estádio, isto numa Terceira Divisão? Que amor alucinado é esse que faz a torcida esquecer tantos males que acontecem ao seu clube, das formas mais variadas? Será que haveria espaço no coração tricolor para mais um fracasso neste ano? Como seria o amanhã dessa torcida, que apesar de tudo de ruim que lhe tem acontecido, continua crescendo? Marcelo Sant”Ana, do Correio da Bahia, se referindo à torcida, diz que a tradição do Bahia hipnotiza ela, torcida. Haveria outra definição para esse fenômeno?…
Eu conheço torcedor que diz que só vai aos jogos mais importantes do Bahia para ver a beleza de festa que a torcida proporciona. Pode?! Não é ele próprio parte dessa festa? Eu diria a Marcelo Sant”Ana que a torcida hipnotiza a si mesma e segue numa grande procissão para a Fonte Nova, só se dando conta que o time não está à sua altura no fim dos jogos. Se não fosse esse “hipnotismo”, lá ela não iria. Bem, um dia alguém há de estudar essa “paranormalidade”, digamos assim. A mim cabe apenas divagar sobre o assunto, querendo entendê-lo.
Vi e ouvi Artur dizendo que “no Bahia tudo toma proporções diferentes, enormes”, referindo-se ao empate que acendeu o sinal amarelo, contra o Atlético de Goiás. Mas como não tomar “proporções diferentes, enormes” se o time a esta altura do campeonato já deveria estar absolutamente tranqüilo com os seis pontos que deveria ter ganho dentro de casa, e ao invés disso perdeu? Lá fora até que o Bahia tem dado conta do recado, os outros têm ajudado, mas jamais deveria ter perdido seis pontos em casa.
Média de 56.000 torcedores em três jogos é coisa desproporcional entre a torcida e esse time aí. Talvez por isso as coisas tomem realmente proporções diferentes. O que Artur precisa fazer é substituir melhor durante os jogos e dar oportunidades a alguns jogadores que não são inferiores aos que fazem parte do seu grupo predileto. Ednei, por exemplo, é muito melhor jogador que Amauri, entretanto não está tendo as chances que deveria ter.
O pessimismo que demonstro mais acima, na verdade não é bem pessimismo. É um embasamento no histórico do time, que até aqui, ainda não convenceu nem o mais passional dos torcedores. Espasmos de euforia foram poucos, Vila Nova e Atlético lá no Serra Dourada tão somente. O resto tem sido sufoco e adrenalina. Os cardiologistas da Bahia podem tirar férias se depender da torcida tricolor. Nossos corações estão mais do que testados, através de métodos sádicos é verdade, mas estão novinhos em folha!
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Fiquei pasmo quando li que a CBF não vai mais bancar as despesas dos times que disputarão a Terceira Divisão do ano vindouro. Alegam seus dirigentes (da CBF) que a série C dá prejuízo. Acredito. Mas nem tanto ao mar nem tanto à terra. O Bahia dá lucro, e muito!! É preciso rever sim a participação de alguns times que são iguais a éter.
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Só o Atlético de Goiás conseguiu somar três pontos nesta quarta-feira, chegando a quinze, encostou no ABC e Vila Nova, que empatou e perdeu, respectivamente. Assim, acabou o resultado do Bahia diante do Bragantino sendo muito bom. Que seja assim, Bahia, aos trancos e barrancos, o importante é sair desse inferno!!!
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Um grande abraço para Florisval Santana (primo) o Florí, Drs. Jackson, Lourival e Argemiro (médicos) na cidade de Jaguaquara. Todos eles torcedores do Bahia, ferrenhos!!
comentários
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