Já chegamos em Março e Abril está à porta… E o Bahia não define um time forte que inspire confiança à sua torcida. Não sei se estar disputando um campeonato baiano, sempre na desvantagem, é bom ou é apenas uma ilusão. Pode ser uma esperança, a busca de um Norte, mas sem nenhuma segurança. Nessa tormenta desértica apenas se achou um caminho qualquer, mas o do Norte ainda não. Preocupa-me o fato de o campeonato da Terceira estar chegando à galope e o Bahia apenas com uma base formada por juniores, em sua maioria. Há um esqueleto, é verdade, mas faltam três reforços de peso, no mínimo. Apesar de eu entender que Motta está conseguindo dar um toque de organização, dentro dos seus limites, ao seu departamento.
Fala-se timidamente que um grupo do ramo de futebol estaria em negociações com o banco que detém a maioria das ações no Bahia S/A, tentando comprá-las. Bom! O Bahia é uma marca pronta para qualquer grupo que queira investir dinheiro “grosso” para obter retorno à médio e longo prazos. Possui uma ótima infra-estrutura para se transformar em uma grande empresa de futebol, tem uma torcida fantasticamente numerosa e com um potencial de crescimento incalculável, além das suas próprias e inquestionáveis tradições de fidelidade, presença e amor.
É necessário para retomar e formar um grande time de futebol, que haja uma injeção financeira muito forte e isto só será possível com uma grande parceria. Entretanto, tenho uma dúvida: será que a atual diretoria vê isso com bons olhos? Gostariam esses dirigentes de dividir o comando? Não sei em que base estaria sendo, ou seria celebrado um contrato desse porte, nem sei se os atuais dirigentes teriam poder de decisão ao ponto de estabelecer normas. Só sei é que uma parceria seria o melhor que poderia acontecer neste momento para o Bahia. Fora disso será a angústia de sempre.
Particularmente, como torcedor, eu gostaria muito de ver uma MSI (por exemplo) dirigindo todo o departamento de futebol do Bahia. Dizem que no Corinthians tá uma confusão dos pecados, que o Dualib não manda nada, que o Kia é quem dá as cartas… E daí? Elenco de primeira água eles têm, falta apenas o Dualib se conscientizar da “morte” pelo tipo de contrato que fez e deixar de ser alma penada, o Kia bota o time pra jogar. Manda a MSI, ponto.
Não vejo outra saída para o Bahia. A situação não tira o Bahia desse buraco, nem qualquer outra facção amadora ou semi-profissional que se arvore à tal missão. Varinha mágica de condão sem dinheiro não existe. Hoje em dia o negócio é profissionalismo. Sem sonhos, tá? O futebol de hoje é um negócio literalmente profissional, norteado pela frieza dos números transformados em lucro como conseqüência de uma gestão qualificada. No mais é só mediocridade, vaidade e interesses.
Ficar aqui batendo na mesma tecla, criticando, apontando defeitos, pedindo cabeças em troca do nada, xingando, querendo juntar minha voz aos que dizem “fora fulano”, “fora sicrano”, “fora beltrano” não faz parte da minha linha de conduta crítica. Sou de centro sim, eventualmente posso fazer investidas na direita como na esquerda, sem precisar ficar em cima de muro algum, como neste momento em que eu digo que o Bahia não deve mais continuar nas mãos do grupo que o domina há 30 anos. Sem demérito algum para os atuais dirigentes que já ajudaram e deram muitos títulos importantes para o Bahia e sua nação, mas essa mudança precisa e deve ser feita imperativamente de forma responsável, sem ser apenas uma mera troca de direção, ou de angústias.
Só para concluir o meu comentário de hoje quero evocar Luís Fernando Veríssimo, que escreveu assim: “às vezes perdemos nossa fé, então descobrimos que precisamos acreditar tanto quanto respirar… É nossa razão de existir”.
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Parabéns ao grupo de torcedores encabeçados pela tricoloridíssima Doutora Cristina Pirajá, o sempre abnegado Edmilson “Pinto”, Shales, Fábio, Nelson Barros, Ricardo Tupinambá, André Americano, Joilson e muitos outros torcedores aos quais peço desculpas pela omissão (por esquecimento) dos nomes, que amanhã estarão no Imbuí, imbuídos (sem trocadilhos) de um gesto magnânimo, pacífico e inteligente à favor do Bahia, clamando por mudanças. Um abraço à todos vocês, indistintamente.
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Considero como os clubes de futebol mais organizados do Brasil, o São Paulo, Goiás, Atlético do Paraná e Internacional do RS. O reflexo do que é feito por suas diretorias está dentro de campo.
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Creio que o campeão baiano deste ano tenha poucas vozes para comemorá-lo com o grito de “É campeão!! É campeão!!”… Tudo leva a crer, pelos caminhos traçados.
comentários
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