Sábado, tuitando com Paulo Carneiro, perguntei a ele o motivo da sua saída do Fluminense de Feira. Respondeu-me que deixou o clube pelo amadorismo que impera no futebol da Bahia, especialmente no Fluminense. Lamenta ele ver que um projeto para médio e longo prazo foi por água abaixo com duas ou três derrotas ao demitir o técnico que nem a sua filosofia teve tempo de implantar. Pior, na ausência de quem o contratou no caso, Paulo Carneiro.
Amadorismo: eis a questão básica dos nanicos clubes baianos. Ainda estamos na Era do entregador de camisas e do baú de naftalinas. Não dá para entender isso em pleno Século XXI. Por isso que o Fluminense de Feira vive de pires na mão, o Atlético de Alagoinhas sem nenhuma história gloriosa, o Itabuna sempre em mãos de políticos, Vitória da Conquista com dois times pobres para o porte da cidade, Juazeiro idem, e o Camaçari num dos municípios de maior renda do Estado, vive implorando recursos à Prefeitura.
É ou não é típico da mentalidade nanica dos dirigentes de clubes do nosso futebol? Fácil não é, mas faça um projeto bem feito e busque parcerias para bancá-lo. Estamos falando de cidades como Feira, Conquista, Itabuna, Juazeiro, Camaçari e Alagoinhas, que estão muito bem posicionadas economicamente.
O Vitória, que parecia ter saído na frente e distanciado bastante dos demais, na época de Paulo Carneiro, retrocedeu no projeto de revelação de jogadores e profissionalmente. Isso ficou claro quando o clube contratou um gestor de futebol no Sul e meses depois o homem já concedia entrevista falando que teve de ir embora porque não admitia interferências de conselheiros dando seus palpites paralelos. Então se explica casos de outros profissionais que não esquentaram lugar no Vitória.
O Bahia só está conhecendo o profissionalismo no futebol agora, na gestão de Marcelo Filho. Assim é que o professor Paulo Angioni está no seu segundo ano de Bahia com toda autonomia que lhe é de direito, como convém a qualquer diretor profissional de qualquer empresa. Inegavelmente, o Bahia evoluiu muito em três anos e poderia ter evoluído mais se não fossem os entraves.
Apesar de todas essas encrencas, o presidente tricolor fará profundas mudanças, ainda neste ano, de importância vital para a estrutura do Bahia, que o transformará definitivamente em um clube moderno. Para que isto aconteça é preciso mexer urgentemente na questão estatutária do clube, e é por aí que ele vai começar. O atual Estatuto está ultrapassado, caduco, e atrapalha o crescimento do clube. Deve ser substituído.
O próprio presidente, que é um cara moderno, entende que o torcedor tem de participar mais da vida do seu clube e nada mais adequado para essa interação que ele ter direito a eleger o seu presidente. Por outro lado, essa é a melhor forma de o clube transformar essa participação em dinheiro, pois todos vão querer se associar para votar, o que não significará mudar como alguns incautos torcedores pensam de presidente, ou entregar o clube a aventureiros. A torcida não é burra e nem desmemoriada.
Fato é que o Bahia precisa se alinhar com a modernidade, se profissionalizar em todos os seus departamentos, sair do regionalismo e cruzar fronteiras. A Copa do Mundo vem aí e a Cidade Tricolor tem de estar pronta vai estar antes de 2014. Ela deverá ser a referência do Bahia. A nova Fonte Nova será mais uma alavanca para ajudar a colocar o Bahia no topo da modernidade. Marcelo Filho vem trabalhando muito para que essas coisas aconteçam.
Aliás, por falar em modernidade, a Ouvidoria Tricolor está instalada definitivamente como uma porta de acesso do torcedor ao seu clube, e sabe quem é que quer ouvir o torcedor? Isto mesmo, o presidente. Sabe o que é isto? Democracia.
A Ouvidoria e Embaixada Tricolor estão delegadas completamente ao conselheiro André Americano da Costa, que, aliás, foi quem implantou a Ouvidoria e aperfeiçoou o projeto das embaixadas. Bom que se diga que em nenhum momento o presidente Marcelo colocou qualquer tipo de dificuldades. Pelo contrário, abraçou a ideia com toda força.
É isso, enquanto o Bahia tenta se fortalecer cada vez mais, ainda que sob todo tipo de dificuldades, o Vitória fica meio adormecido e os demais estacionados no tempo e acomodados dentro de uma viciada e pobre cultura amadorista que não permite aos seus dirigentes enxergar um metro depois do nariz, o que deixa o futebol da Bahia enfraquecido nacionalmente e bipolarizado como sempre.
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