Como dito anteriormente, a emasculação do clube sofreu um breve revés no começo dos anos 2000. A pataquada feita pela CBF para resgatar o Fluminense da segunda divisão levou o Bahia na carona e numa fórmula de campeonato esdrúxula, o tricolor subiu à primeira divisão e ainda conseguiu se classificar para a fase eliminatória do torneio.
Em 2001, o Eunuco tricolor teve seu último ano macho, como uma vez conhecemos: título do Campeonato Baiano sobre o Juazeiro, mesmo fazendo campanha inferior ao rival. No Campeonato do Nordeste, título sobre o Sport numa Fonte Nova lotada. Não sabiam os presentes que aquele seria o último troféu levantado pelo clube na sua antiga casa. E no Brasileiro, lutamos até o fim contra um São Caetano que mais tarde chegaria à final do torneio.
Em 2002, o começo da desgraça. Vitaminado pelas receitas do Nordestão e das cotas de TV dos campeonatos que disputava, o Bahia prometia manter o rendimento do ano anterior. Pena que a verba não foi suficiente para reanabolizar o time e a desgraça começou a anunciar-se já no Baiano, e posteriormente no Brasileiro, onde Nonato teve que nos salvar na última partida em Mogi-Mirim.
Voltando a bíblia, há nela uma passagem em que Jesus manda seus seguidores persistirem em bater na porta que uma hora ela se abriria. Pois o time do pai de Marcelo Guimarães Filho demonstrou ser um cristão fervoroso. De tanto persistir em bater à porta do inferno, em 2003 ela se escancarou de vez para um time desunido, frouxo, sem alma, espírito, fantasma ou qualquer entidade etérea. As humilhações não foram poucas, mas terminaram de maneira simbólica naquele primeiro Brasileiro de pontos corridos: o campeão antecipado, com melhor ataque da competição, pegou na sua frente a pior equipe do certame, aplicando-lhe humilhantes 7 a 0. Foi o rebaixamento mais humilhante da história do Brasil. Nem adianta querer dizer que a campanha do América-RN é a pior. Quanto maior o tamanho, maior o tombo, e o eunuco tricolor ainda era um time de porte no começo da década passada.
Exatamente por ainda ter um certo prestígio, em 2004, na série B, o time dos Guimarães Passos Acyoly foi favorito até o quadrangular final do certame, onde infelizmente os rivais caíram em si. Um time covarde jogando com um meia no ataque perdeu para o Brasiliense fora de casa, e não conseguiu vencer o Avaí numa Fonte Lotada. Como último ato do cavalo paraguaio castrati da Ribeira, uma derrota inexplicável dentro de casa para um Brasiliense sem nenhuma motivação e já campeão.
No Bahia de 2005, só havia sombra da arrogância e autoconfiança de outrora. Humilhação no baiano foi o aperitivo para o que viria no segundo semestre, a queda para cerei C. Pior do que cair foi permanecer na Série C por dois anos e só subir em 2007 por conta de um gol aos 50 e poucos minutos do segundo tempo diante de um rival já desclassificado. Nem na terceira divisão o time da família Barradas Pernet Guimarães Passos Acyoly conseguiu dar um título para alegrar sua apaixonada e passiva torcida.
Veio 2008, que foi o ano do Bahia sem Fonte e em Feira sem torcida. Jogadores e diretoria justificaram a perda do Baiano e o péssimo Brasileiro da B com a ausência do torcedor e a má qualidade do gramado do Jóia. Mas 2009 veio para mostrar que eles eram mentirosos.
Jogando num dos melhores estádios do País e com a torcida ao seu lado, mais um título baiano foi para Canabrava, e no Brasileiro o time passou meses sem vencer em casa. A desculpa agora era que o time sentia a pressão da sua própria torcida.
Em 2010, vice baiano de novo por não ter conseguido reverter a vantagem do rival, que tinha melhor campanha. No Brasileiro, conseguiu fazer melhor campanha fora do que dentro de casa, fazendo o time até mesmo liderar o campeonato em algumas rodadas. A campanha em casa, porém, irritava o torcedor, quando levou 4×1 do Icasa, por exemplo.
Mas o espírito de porco reencarnou no clube ainda nesse ano. O que se viu nas rodadas pós classificação demonstrou claramente que o Bahia frouxo, desorganizado e carente de testosterona estava apenas cochilando. Por sorte, acordou tarde e conseguimos subir para a cerei A, onde estamos até hoje, conquistamos o bicampeonato do não-rebaixamento e agora, em 2013, o time da famiglia Angioni Passos Acyoly Guimarães Filho tentará o título que nenhum time pequeno ou emasculado ainda conseguiu desde 2003: tricampeão do não-rebaixamento!
Esse título certamente será comemorado por todos os membros da Famiglia, seus bravos heróis em campo e sua apaixonada, masoquista e narcisista torcida que os segue a qualquer divisão sem questionar absolutamente nada além da escalação ou não de Souza e Zé Roberto.
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