O cara tá com uma fome de matar solitária, eu lhe ofereço um cafezinho, ele então me diz que vai continuar com fome porque eu não lhe dei o pão… Caramba, tome logo esse bendito cafezinho e mate a metade da sua fome, depois tente me tirar o pão e até o leite, porque dependendo de como ouço esse pedido eu vou até entender que, por circunstâncias, os três (cafezinho, leite e pão) fazem parte do mesmo processo nesse momento. Pois é, se o cafezinho está posto o resto é uma questão de diálogo.
Então que nada seja precipitado. Juízos de valores sobre o que ainda não está referendado não devem fazer parte desse cenário até que a próxima assembléia no Bahia decida todas as questões pendentes, naturalmente, com discussão em alto nível sobre aspectos que atraem dúvidas. Eu por aqui vou dar uma relaxada e esperar os acontecimentos dos quais quero fazer parte para então voltar a opinar, como sempre, sob as ordens da minha consciência. Enquanto isso opino sobre o lado técnico do time de futebol…
Não sei até que ponto a essa altura do campeonato será produtiva a permanência de Gallo no comando técnico do Bahia. Reconheço nele um estudioso do futebol e uma pessoa séria que tenta acertar o que pode, mas parece que nuvens carregadas, dessa vez, anunciam chuva e o melhor seria uma conversa entre ele e a diretoria para encontrar uma saída sem traumas.
O Atlético Mineiro não conseguia bons resultados sob o comando do irreverente Emerson Leão, então buscou o dispensado (pelo Grêmio Porto-alegrense) Celso Roth e tudo virou alegria para o Galo das Alterosas. Talvez a filosofia técnica do Alexandre Gallo não esteja bem assimilada no elenco tricolor. No São Paulo antes que a vaca fosse definitivamente pro brejo dispensaram Muricy Ramalho e trouxeram Ricardo Gomes… É a estrutura do futebol brasileiro.
Há um momento em que há um desgaste muito acentuado entre treinador e jogador, que acaba chegando à torcida. Foi assim com Muricy no São Paulo e será assim com Dunga na Seleção Brasileira. É só uma questão de mais dias, menos dias. É um ciclo inevitável e vicioso que há no futebol do Brasil.
O mais curioso é que, exceto o Guarani de Campinas, pelos números apresentados até aqui, não vejo time algum superior a outro. Pode ser superior em comando ou comportamento tático, mas no máximo é só isso. Todos estão tropeçando, e o Bahia precisa estar atento para esse lado e tomar posições antes que nada mais se possa fazer.
No meu modo de pensar a culpa nem sempre está no treinador, sim no imediatismo dos clubes, principalmente os que estão em divisões inferiores, e com o Bahia não é diferente. Esperar pra ver seria uma faca de dois gumes. Esse não seria o imediatismo comum da desorganização, seria um imediatismo circunstancial de algo que, apesar de planejado, não está dando certo e precisa ser corrigido.
Duvidar da capacidade de treinadores como Muricy, Gallo, Geninho, Emerson Leão e outros desse naipe, seria contraditório em qualquer torcedor que saiba um mínimo de futebol. Agora, o que faz da vida dos treinadores uma gangorra é a estrutura do nosso futebol que tem por filosofia dispensar quem define esquemas táticos e lidera um grupo, mas não joga.
Mas a grande pergunta é: caso ocorra a saída do teórico Gallo, quem o substituiria? Só enxergo neste momento Nelsinho ou Geninho, porque Murici está num patamar salarial acima do que pode o Bahia atualmente e nem quer treinar time algum no curto prazo. Já disse que vai dar um tempo.
Não estou antevendo a saída de Gallo, estou só comentando algo que não seria anormal caso acontecesse. Sempre o defendi pela sua postura e até pelos seus critérios, mas tudo muda de acordo com uma série de fatores, e esses fatores me fazem emitir uma opinião que desta vez não é favorável a Gallo, os números estão aí. Infelizmente, contra Gallo.
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Esse empate contra o Ipatinga certamente vai mexer muito com o lado psicológico do grupo tricolor e a pressão, doravante, terá a mesma potência de uma caldeira prestes a explodir. Ninguém aguenta mais essa inoperância do time em campo.
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Agradeço de todo o meu coração as críticas sobre as minhas colunas e, a meu respeito também. Este é um sinal de que estou sendo sempre bem lido e provocando uma certa polêmica. Polêmica essa que nem é do meu interesse, mas se servir para ajudar o Bahia positivamente, que seja!
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Algumas pessoas se sentiram ofendidas pela minha última coluna como se eu estivesse escrevendo tão somente para essas pessoas… A minha direção foi outra, até pelo alcance aberto das colunas do www.ecbahia.com, que percorre o mundo na primeira página do site e pretendeu chegar aos verdadeiros coveiros do Bahia, e não à sua verdadeira torcida que inclui até o fórum do site. Agora, é natural que a flecha tenha resvalado, mas sem intenção.
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