é goleada tricolor na internet
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Publicada em 16 de janeiro de 2007 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Alerta de Saúde Pública

Não tenho mais ilusões de que a avalanche de apelos pela renúncia de Petrônio (vide campanha da Rádio Metrópole) venha resultar no que seria natural (sua digna saída), pois parecemos estar lidando com um ser sobrenatural; alguém totalmente desconectado das leis naturais vigentes. É isso: Petrônio é um E.T.! Estão até chamando ele de Petrônio Kryptonita, numa alusão àquela pedra verde oriunda do planeta Krypton que faz o Super-Homem enfraquecer, definhar, vulnerabilizar-se, desmilingüir-se.

A alcunha foi muito bem bolada porque, além do Super-Homem ser o nosso símbolo, nosso mascote, o nome Petrônio vem de pedra – talvez isso explique a cabeça dura, pétrea, impenetrável que ele demonstra. Como diz o povo: “o cara é ruim de corte”. Parece um menino enganjento, que quer o brinquedo só pra si. Coisa bem infantilóide.

Em solidariedade, certamente inútil e irrelevante, ao movimento “Público Zero”, que uma parte nada desprezível da torcida tricolor pretende levar a cabo nos próximos jogos do Bahia, insatisfeita que está com a permanência injustificável de Petrônio Barradas e rancho no comando do clube, eu tinha me decidido a não mais publicar uma linha sequer aqui no ecbahia.com.br, enquanto essa lastimável pessoa se mantivesse aí fazendo ouvidos moucos ao clamor popular.

Seria o meu movimento “Publico Zero”, ou seja, não publico nada. A literatura não estaria perdendo grande coisa, eu sei, mas eu estava propenso a adotar esse protesto silencioso. O diacho é que não dá para manter esse tipo de promessa ou compromisso com o muxoxo e a implicância quando se trata de paixão clubística – essa doença incurável, verdadeira síndrome de mulher de malandro.

Mas o que me fez mesmo decidir por voltar a publicar uma opinião foi a medicina. Mais especificamente, a medicina preventiva. Explico: como profissional da área, sinto-me na obrigação de alertar as autoridades sanitárias toda vez que me deparo com qualquer tipo de ameaça ou agravo à saúde pública. Tomando-se por base as estatísticas, os percentuais de torcedores de times de futebol na Bahia, devemos concluir que uma parcela preponderante e majoritária da nossa população anda apresentando indicadores de saúde física e mental preocupantes, causados pelo desempenho do Bahia ultimamente.

Como prova disso, ao final do jogo de estréia no fabuloso Campeonato Baiano de 2007, cujo resultado de derrota nos colocou na posição de lanterna entre os 12 times disputantes (coisa absolutamente normal de uns tempos para cá), eu fiquei ouvindo as resenhas esportivas no rádio e me deparei com desabafos alarmantes, principalmente de pessoas idosas, que relatavam crises de hipertensão arterial, de diabetes, de depressão, do diabo a quatro.

Assim sendo, denuncio aos órgãos competentes que o Bahia está fazendo mal à saúde. E até solicito que, a exemplo das carteiras de cigarros, sejam colocados no uniforme do time e nas placas publicitárias dos estádios uma série de avisos do tipo “O Ministério da Saúde adverte: torcer para o Bahia de Petrônio pode interferir negativamente no seu humor” ou “Uma dose de Petrônio pode embotar seus neurônios”, acompanhados de fotos escabrosas dos torcedores acometidos dos mais diversos males por conta da coisa pífia e ao mesmo tempo insalubre que se tornou o desempenho do nosso time do coração na recente era Maracajá-Marcelo-Petrônio.

As autoridades podem retrucar, dizendo que do outro lado existem grupos populacionais (torcedores adversários) que andam rindo à toa com a nossa desgraça e cuja saúde está se beneficiando das nossas vicissitudes. Não acredito que essa seja uma posição defensável. Não podemos institucionalizar a crueldade só porque uns poucos sádicos julgam-na benéfica a si.

Tão logo o caso do Bahia passe a ser considerado como problema de saúde pública, as pessoas afetadas poderão entrar com processos indenizatórios na Justiça e aí a jeripoca vai piar! Já pensaram? Petrônio e Maracajá, como responsáveis, processados pelas famílias daqueles que sofreram um estupor qualquer por causa de mais uma derrota humilhante? E o reembolso dos planos de saúde? E o ressarcimento ao SUS? Se estabelecerem jurisprudência o bicho vai pegar! Não vai ter proventos do Tribunal de Contas ou pensão de funcionário público que dê para cobrir as indenizações.

Com o sempre, para ser fiel ao meu estilo, estou adotando um tom meio de pilhéria, irônico, para tratar do assunto, mas a coisa pode ter contornos mais sérios do que faço supor. Por isso, Petrônio, caia na real: a próxima pessoa a ter a saúde seriamente afetada pela incompetência que você tem demonstrado no comando do Bahia pode ser você mesmo. Deixe de ser uma ameaça à felicidade de mais de metade dos baianos. E caso venha a me acontecer algum mal súbito após ou durante algum dos próximos jogos do Bahia, a orientação de como processá-lo já foi dada à minha viúva, quer dizer, minhamulher.

Obs.: Não se esqueçam de vacinar-se contra o sarampo no próximo dia 20 de janeiro. Já basta a ameaça que o Bahia de Petrônio está oferecendo à nossa saúde.

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