Em se tratando do Esporte Clube Bahia nada é impossível ou improvável. Já foram muitos os momentos de renascimento da mística da camisa tricolorida. Que na história recente passam pelas pernas dos goleadores Raudinei e Charles 50, em lances decisivos. E agora nas duas do contestado Talisca, que encontrou seu futebol no final da competição.
A força do Esquadrão de Aço se impõe quando a garra e uma dose extra de estrela se combinam, como no jogo com casa cheia deste domingo no novo Mineirão. Contrariando todas as previsões, o time superou o campeão e poderá terminar entre os dez melhores se rebaixar o Fluminense na próxima rodada.
O Bahia provou o quanto o futebol é apaixonante e que nem sempre o melhor vence. Talvez os tricolores mais pessimistas não acreditassem que o segundo gol sairia, após o time ficar com cinco volantes em campo. As possíveis críticas às mudanças conservadoras do treinador foram substituídas pela festa da salvação do temível rebaixamento.
Nas ruas da capital da Bahia, dia de sol e praia – sinônimo de alegria, desde cedo era possível perceber no ar a conspiração de todos os santos, vozes e orixás que empurrariam a equipe tricolor para o terceiro triunfo consecutivo e o mais importante da equipe no Brasileirão.
“Hoje é jogar água no chope cruzeirense, pai”. A frase repetida pelos apaixonados tricolores pareceu ecoar a todo o momento nos ouvidos dos valentes jogadores, que entraram em campo para honrar a tradição do Bahia.
Em mais um dia iluminado do já ídolo Marcelo Lomba, que repete o feito dos goleiros Rodolfo Rodrigues e Émerson que alcançaram tal status, o Tricolor desbancou o melhor time do campeonato e se garantiu na edição de 2014 ano de Copa do Mundo no Brasil.
São três anos em que Lomba manteve um desempenho irretocável na fase decisiva do torneio nacional. Vale ressaltar também a atuação do zagueiro Demerson, a eficiência de Fahel, a personalidade de Talisca, a entrega de Barbio e a competência de Marquinhos Gabriel.
Um capítulo a parte a luta do artilheiro Fernandão, que caiu nas graças da torcida e irá frequentar a galeria da história, como um dos maiores artilheiros do time em Campeonatos Brasileiros. Além de acabar o jogo exausto, sendo substituído por Souza, autor do passe decisivo para o gol salvador, o soldado ao final da partida foi tirar satisfação do badalado Dedé, zagueiro que começou a articular o movimento de favorecimento ao desesperado Vasco da Gama.
A verdade é que a instável temporada do Bahia está salva, mesmo com todos os percalços enfrentados, principalmente, fora do campo. Diferente do ano anterior, de muitos equívocos e afastamento do seu torcedor, o time chega tranquilo na última e decisiva rodada.
Agora é pensar no futuro. Não apenas nas próximas competições, mas nos próximos anos. Que serão promissores desde que o tempo sirva para um planejamento de verdade. Tá na hora de colocar em prática a renovação do grupo de jogadores. A torcida respondeu a convocação e está se associando para desfrutar de uma nova fase. Quer devolver o Bahia ao grupo dos maiores times do futebol brasileiro. Merece isso e muito mais..
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