A Via Crúcis do futebol do Brasil

A via crúcis do futebol do Brasil e dos chamados grandes clubes continua; Flamengo, Vasco, Palmeiras e demais desse naipe continuam encontrando as maiores dificuldades diante dos chamados pequenos clubes, que por seu turno têm sido verdadeiros estopins para as crises agudas que já se tornaram rotina. Vide o próprio Palmeiras afundado em suas próprias e eternas crises num clima de tapas e tapas – sem beijinhos mesmo – entre torcida, time e diretoria.

Esse fenômeno tem vários vilões, mas o principal deles, no meu entendimento, é a escassez do “descobridor de talentos”, aquele que enxerga o craque de forma não preconceituosa, onde o pré-requisito é saber jogar bola e não o porte físico avantajado tão preferido pelos treinadores de Base em detrimento dos baixinhos geniais – mas desse assunto tratarei em outra oportunidade.

Tal fenômeno vem a calhar em época de Seleção Brasileira, ainda indefinida, justo pela falta desses talentos. Os últimos da safra contemporânea foram Ronaldo, Rivaldo, Romário e Ronaldinho. Os demais apenas ajudaram com eficiência na conquista da última taça ganha pelo Brasil, no Japão.

Não vamos ficar com a Taça do Mundo a ser disputado aqui, em 2014, creio… É simples sermos tão conclusivos; tecnicamente as seleções feitas nos principais países das Américas jogam de igual para igual com Seleção Brasileira. Isto está bem claro pra mim e por isso mesmo não nutro quaisquer esperanças ou entusiasmo sobre a próxima Copa do mundo, prefiro ter o sentimento da desconfiança, assim não me decepcionarei.

– Não temos material humano suficiente e muito menos um técnico moderno e estrategista, assim como era Telê Santana, por exemplo, capaz de impor respeito técnico e tático aos adversários. Não temos mais gênios, temos genéricos fabricados por esses caçadores de porte físico, de preferência esses devem passar dos dois metros de estatura (…).

Quando vejo e ouço os “entendidos” de futebol falar que nossas principais revelações têm de jogar na Europa para aperfeiçoar a técnica e a disciplina tática, fico me perguntando onde foram parar nossos valores de autoestima… Até final da década de 90 eles, os europeus, aprendiam com os brasileiros e o nosso futebol era um encanto. No presente, Neymar tem de ir embora para aperfeiçoar a sua arte e se tornar um dos melhores do mundo?

Se o Brasil de Neymar, Oscar, Kaká e Lucas precisa se radicar na Europa para aprender imagine então como fica esta parte do Brasil discriminado que é o Nordeste… O Campinense ser o Campeão da Copa do Nordeste, e o ASA de Arapiraca vice – não estou subestimando estes campeões por merecimento, só ressalto o nível técnico existente para um futebol que pretende ganhar a Copa do mundo –, confirmam e ratificam a tese de que há uma igualdade técnica medida pela mediocridade saltando à frente dos nossos olhos que insistimos em achar que não há.

No domingo passado o Bahia enfrentou o seu xará de Feira de Santana e empatou num dois a dois que só os deuses sabem como… Ora! Com todo o respeito deste colunista, o Bahia de Feira nem disputando a Copa do Nordeste estava, sequer é favorito ao título mambembe do campeonato estadual cuja maior utilidade é iludir os dois grandes daqui, já que estes entram no brasileiro embasados em suas sofríveis campanhas que quase sempre acaba com um em primeiro e outro em segundo lugares, respectivamente.

Agora, junte-se a isto o fato de o brasileirão ter as cartas marcadas pelos respectivos orçamentos dos clubes, e neste caso nem precisa se fazer esforço para imaginar qual clube deste Brasil das desigualdades será campeão brasileiro…

– O Nordestão deveria ser repensado de forma que absorvesse os campeonatos estaduais, porque não dá mais para ficar pisando nessa ponta de aterro, financeiramente falando, que são esses campeonatos que afinal tem mais cunho de ação social que qualquer coisa que se pareça com futebol profissional.

NAMING RIGHTS

Para quem pensa que no contrato entre a cervejaria Itaipava e Arena Fonte Nova o E.C. Bahia fica de fora, eis a informação: o Bahia tem um percentual razoável por força de contrato assinado entre Arena F.N. e Esporte Clube Bahia. Ressalte-se que, dentro desse gênero, qualquer contrato feito, com qualquer empresa, o Bahia participará com o mesmo percentual já que é sócio do negócio Fonte Nova. Por questão ética omito números.

JAGUAQUARA

Abraço afetuoso para os meu amigo Jackson, um dos mais competentes anestesistas da Bahia e que Jaguaquara tem o privilégio de tê-lo como filho adotivo, e o Bahia de tê-lo como torcedor apaixonado. Mas na cidade onde tenho a maioria dos meus parentes tem também o amigo-irmão do Dr. Jackson, e não por acaso meu primo e irmão, Florisval Santana – o Flori – para quem, igualmente, mando um abraço. Obrigado pela gripe, irmão!