Uma das mais famosas personalidades da bíblia é o rei Salomão, descendente do rei Davi- o ungido-, o pequeno pastor que derrotou o gigante guerreiro Golias com a força de sua fé e a proteção do deus de Israel.
Segundo a bíblia, Salomão foi o homem mais sábio de seu tempo e utilizou essa sabedoria para gerir seu reino e resolver conflitos, atuando inclusive como juiz. Uma das mais conhecidas estórias da bíblia trata da sabedoria do rei Salomão usada justamente no julgamento de um conflito de difícil resolução.
Ocorre que em um dia de seu reinado, Salomão foi instado por duas mulheres para resolver um terrível conflito: ambas alegavam serem mães de uma mesma criança. As mulheres dividiam o mesmo teto e deram à luz dois bebês em datas muito próximas, mas a criança de uma delas pereceu.
Então, a mãe cujo bebê havia falecido engendrou um ardil para trocar os bebês de lugar na calada da noite e passou a alegar que a criança que morreu era da outra mãe e que o bebê vivo seria seu filho.
Esta era uma Situação de difícil solução. Na palavra de qual mulher acreditar? Não havia evidências factuais, nem racionais, que fossem suficiente para embasar uma decisão justa e racional. Como Salomão poderia fazer justiça neste caso?
Salomão tinha o dom da sabedoria e resolveu descobrir quem era a verdadeira mãe da criança por vias transversas. Ordenou a seus servos: Trazei-me uma espada e de posse da espada, ordenou novamente: Dividi em duas partes o menino vivo, e dai a metade a uma, e metade a outra.
Mas que sentença cruel fora proferida! Dividir um bebê ao meio ao fio de uma espada. Qualquer ser-humano minimamente benevolente sentiria repulsa a essa sentença, quanto mais a verdadeira mãe da criança, não é verdade?
Acontece que a verdadeira mãe do menino rogou ao sábio juiz: Ah, meu senhor! dai-lhe o menino vivo, e de modo nenhum o mateis, enquanto a impostora, insensível e tomada de inveja, arrematou: Não será meu, nem teu; dividi-o.
Agora, até para nós, ficou fácil saber quem era a mãe verdadeira, quanto mais para o juiz Salomão, não é?
Então, ele decidiu: Dai à primeira o menino vivo, e de modo nenhum o mateis; ela é sua mãe.
Hoje, milhares de anos depois desse vento, precisamos que a justiça baiana haja com sabedoria e resolva o conflito que pode condenar o Bahia à morte, se mal decidido; ou se bem decidido resgatá-lo ao seu legítimo dono- a torcida do Bahia- para que este possa reviver em sua plenitude no seio de quem realmente lhe quer bem.
Não bastassem os elementos jurídicos que acredito serem necessários e suficientes para uma boa decisão da turma de desembargadores dessa ação, que garantiria um final feliz à torcida do Bahia, o método usado pela sabedoria de Salomão mostra claramente quem é o verdadeiro dono do clube.
Neste conflito, um lado age como a verdadeira mãe da criança e diz: Farei público Zero para que meu amado clube não morra, mesmo sofrendo uma suprema dor no fundo do coração ao ter que me afastar do meu verdadeiro amor, enquanto o outro lado prefere dizer: Não saio, mesmo que todas as evidências mostrem que caso isto ocorra o clube acabará por falecer.
Fácil decidir quem é o verdadeiro dono do clube neste conflito, não é?
Justiça, por favor, eu imploro, faça justiça o quanto antes!
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