E aí, células tronco? Fator de Crescimento? O que existe de novo para o tratamento das lesões esportivas? Conforme prometi, ficamos de conversar sobre o PRP (plasma rico em plaquetas).
Há nove anos, dentistas de Barcelona começaram a utilizar este método de tratamento, onde o plasma rico em plaquetas é produzido por meio da punção venosa de uma pequena quantidade de sangue do paciente, que é submetida à filtragem ou processada em uma centrífuga de alta velocidade que separa os glóbulos vermelhos das plaquetas, que são responsáveis por liberar as proteínas e outras partículas envolvidas no processo de cura que o corpo mesmo conduz. Em seguida, a substância remanescente é injetada diretamente na área danificada. A alta concentração de plaquetas – 10 vezes o volume normalmente presente no sangue – catalisa o crescimento de novas células.
O método foi trazido para o Brasil por um colega baiano, Dr. Roberto Dória, há cinco anos. Os resultados iniciais são bastante promissores em relação aos tratamentos ortopédicos em traumatologia esportiva. Através de um método simples, onde utiliza-se as plaquetas do próprio paciente (método autólogo) conseguindo melhorar, acelerar e até curar a grande maioria das lesões ortopédicas como, por exemplo, tendinites, lesões musculares, ligamentares, além de acelerar a consolidação de fraturas.
A chegada do método trouxe uma dúvida de sua eficácia, mas como todo tratamento novo, ele tem suas limitações. Por exemplo: O mesmo tem sido usado no tratamento das lesões cartilaginosas e meniscais e infelizmente estas duas patologias não tem uma resposta tão boa ao tratamento como as demais. Assim, é importante saber que o tratamento revolucionário tem suas limitações.
Em 2007, Cláudia Raia apresentava um quadro de tendinites crônicas nos tendões patelares do joelho, onde se insere a parte posterior da região do glúteo, em conseqüência dos anos dedicados ao ballet. Tinha também tendinite de Aquiles e tendinite no ombro. Quando soube das pesquisas do plasma rico em plaquetas, se colocou à disposição para fazer o tratamento. Colhemos seu sangue, separamos as plaquetas e fizemos seis infiltrações simultâneas no joelho, no tendão patelar, no joelho direito, no joelho esquerdo, na tuberosidade esquiática e no ombro, explica o ortopedista.
Cláudia afirma que quase dois anos depois nunca mais sentiu dor alguma e que a comprovação de que o método é a grande revolução da ortopedia se deu este ano, quando operou novamente com Bittencourt, desta vez uma artroscopia de tornozelo. Quando fiz minha primeira artroscopia há alguns ele ainda não estava utilizando o PRP. Este ano, depois de uma lesão nos ensaios de Sweet Charity, repetimos o procedimento no mesmo tornozelo, só que utilizando o plasma rico em plaquetas. Foi impressionante minha recuperação e a cicatrização. Em menos de uma semana meus movimentos de extensão, flexão e inversão estavam perfeitos e normais e a dor desapareceu, conta Cláudia, que é uma das maiores incentivadoras das pesquisas com o método no país.
Já no Esporte clube Bahia, no ano de 2010, este método foi utilizado em alguns atletas como Alison, Mendes e Rogerinho, com o objetivo de recupera-los. Os resultados foram satisfatórios e promissores.
Outro ponto favorável ao Plasma Rico em Plaquetas é que não existe chance de rejeição ou de reação alérgica, porque a substância é autóloga, o que significa que vem do corpo do paciente; a injeção porta risco muito menor de infecção do que uma incisão, e não deixa cicatriz; a sessão de tratamento dura apenas 30 minutos, e o tempo de recuperação posterior é consideravelmente mais curto que o necessário a uma recuperação pós-cirúrgica. Mas para que o procedimento chegue às esferas populares e o método seja aceito amplamente como a grande revolução da medicina regeneradora neste início de século, muitos obstáculos terão que ser vencidos.
Como todo tratamento revolucionário, o PRP é um método caro, custa em torno de R$ 3.000,00 a aplicação e o alto custo se dá em função dos recipiente de coleta do sangue, que são caros. Alguns planos de saúde já estão liberando tais aplicações, o que demonstra grande evolução, pois um procedimento destes pode retirar o paciente da mesa de cirurgia, evitando um gasto muito maior.
Agradecimento ao Jornal Dia a Dia.
Dr. Fabio Costa CREMEB 15998 TEOT 8421 e-mail: [email protected]
Médico Ortopedista pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT)
Especialização pela U.S.P. em Cirurgia Video-Artroscópica e Cirurgia do Joelho
Pós Graduação em Traumatologia Desportiva pelo C.E.G.O.N. do HCFMUSP
Titular da Soc. Latinoamericana de Artroscopia, Rodilla e Desporto (SLARD)
Titulo de Especialista pela Soc. Bras. de Traumatologia Desportiva (SBTD)
Titulo de Especialista pela Sociedade Brasileira de Artroscopia (SBA)
Chefe do Grupo de Joelho e Traumatologia Desportiva do INSBOT
Coordenador de Ortopedia da Clinica São Bernardo
Médico Coordenador do Esporte Clube BAHIA
www.insbot.com.br
www.doutorfabiocosta.wordpress.com.br
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