A vida é implacável em mostrar o quanto temos fraquezas diante dos fatos e acontecimentos. O líder nato encara as coisas como elas são, com coragem e se posicionando de frente, na linha de frente; preservando seus comandados e assumindo integralmente a responsabilidade pelos fatos que possam até fugir ao seu controle.
Vejam por exemplo o incêndio da boate no Rio Grande do Sul: os bombeiros da operação aparentemente cometeram falhas, mas o primeiro a cair foi o seu comandante que provavelmente estava em casa dormindo quando o fogo começou. Líderes existem para isso, mesmo que pareça que foram eleitos bodes expiatórios.
Mesmo que fosse desleixo ou falta de frieza dos agentes operacionais, supostamente entende-se que seu comandante não lhes dera treinamento ou capacitação adequados para o exercício do cargo que ocupam.
Vendo a goleada do último domingo, e vendo o histórico de vexames do Bahia durante o final dos anos Maracajá e começo dos anos Guimarães até hoje, tudo o que acontece de bom e de ruim no clube, em princípio, é da total e completa responsabilidade do mandatário.
O problema é que o Bahia não tem mandatário no singular. Tem mandatários no plural; e mais de um.
Em situação análoga, é como se eu fosse dono de um comércio, e colocasse os filhos, os irmãos e o cunhado para assumir funções administrativas sem hierarquização das coisas. No final, todos querem mandar uns mais do que os outros. Os empregados, ao sentirem a baderna, passam a querer ocupar espaços que não lhes dizem respeito. O resultado disso tudo chama-se DESMANDO.
Voltando ao líder, a tendência mundial no mundo corporativo é de que líderes, desde o principal líder executivo, o CEO, aos líderes locais ou secundários, possam assumir integralmente a responsabilidade pelos atos, inclusive mal-intencionados, de seus comandados. Supostamente, entende-se que o comandado deve ser supervisionado com frequência e que seus atos sejam cobrados e fiscalizados, cabendo ao líder promover seu desligamento diante do erro reiterado ou fatal.
No Esporte Clube Bahia, aonde o dono de fato encontra-se recluso em sua própria ignomínia e aonde o seu CEO simplesmente desaparece na hora de justificar o injustificável perante a quem deve satisfações, a figura do líder é certamente por demais desvirtuada.
No Esporte Clube Bahia, aonde o seu CEO espera do recém-contratado desempenho semelhante ao do seu personagem eletrônico, certamente é porque o seu líder é tão virtual quanto.
No Esporte Clube Bahia, aonde a merecida crítica é alvo de ameaças de ações judiciais, ocupando os abarrotados tribunais com questões comezinhas de ordem pessoal em detrimento de crimes graves contra a vida e o patrimônio que careçam de maior celeridade em sua condução, sinal de que o eminente bacharel em direito que se senta à cadeira de presidente do Bahia desconhece totalmente o princípio da razoabilidade na Administração Pública, valendo-se da sua formação para chicanar o Direito em se reduzindo o limiar da sua honra tão imaculável que supostamente afirma ter.
Provavelmente eis o reflexo de uma personalidade infantilóide e avessa às negações de cada dia que a vida nos traz. Não condiz com a postura de um líder nato tampouco de alguém que deveria estar presente em todos os momentos de tão grave crise institucional. Ou então, provavelmente não há crise, pois foi apenas a desgraça de ontem um acidente de percurso e amanhã golearemos em São Luís do Maranhão.
Senhor Presidente do Bahia, não precisamos mais de você!
Saudações Tricolores!
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