é goleada tricolor na internet
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Publicada em 21 de maio de 2013 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

A “Ipirangalização” do Esporte Clube Bahia

Minha última coluna aqui no site foi em maio de 2012. Prometi que só retornaria depois que o atual presidente do Bahia saísse. Andei afastado por entender que falar do tricolor se tornou mais do mesmo. Analisar os fatos dentro e fora do campo passou a ser um fardo, envolvendo repetições, erros e escândalos. E, como tudo na vida, uma hora cansa.

A dinastia que toma conta do Bahia há décadas vem acelerando o processo de “Ipirangalização” do clube. Um trabalho bastante profissional, diga-se de passagem, onde os resultados estão aparecendo ano após ano. Junto a outro grupo, eles conseguiram grandes feitos.

Fez o time do aterro sanitário crescer e passar a ser visto como a maior força do Estado. Perdemos de um, dois, três, quatro, cinco, seis e até sete para esse mesmo adversário. O único título regional que conquistamos na casa deles foi em 98. E eles só não foram pentacampeões graças ao Colo-Colo e ao Bahia de Feira.

E não pára por aí. Na última participação da Série A, em 2003, antes do retorno de 2010, levamos seis do Flamengo, do Santos e sete do Cruzeiro, o responsável pela pá de cal naquele mesmo ano. A saga das humilhações continuou.

Navegamos durante sete anos entre as Séries B e a C. Lutamos bravamente para conseguirmos uma classificação contra o Fast-AM, graças a Charles, um anjo aos 50min do segundo tempo. Muito pior que isso foi levar também sete do Ferroviário-CE e virar freguês do Icasa.

Essa seqüência foi a pior que o torcedor presenciou ao longo da história do clube. Toda a tradição e glória, conquistadas com feitos e títulos memoráveis, sucumbiu, virou humilhação e chacota nacional. E em paralelo a isso, o clã permanecia inabalável e nos bastidores trabalhava a transição de pai para filho. E ela veio.

Em 2009, assume o Bahia o presidente das três letrinhas, filho de um ex que não trazia boas lembranças a ninguém. Foi eleito, se é que assim podemos chamar, da forma que eles entendiam ser a mais democrática e seguindo o estatuto do clube, segundo eles.

Nas primeiras palavras, sou obrigado a reconhecer, acreditei nas boas intenções dele. Pensei que ele quisesse fazer diferente, sair do lugar comum, do continuísmo esperado. Imaginei que ele tivesse a ambição de querer ser, se não o melhor, o que atendeu à principal reivindicação da torcida: a democratização do clube. Que nada, puro blefe!

Vimos a parte de infra-estrutura melhorar, é verdade. A divisão de base evoluiu, conseguiu bons valores e resultados. Um novo centro de treinamento vai sair e algumas ações fora do campo também foram importantes. Site modernizado, TV e lojas oficiais e, ainda que carente de melhores condições, um programa de fidelidade ao torcedor.

Tentou inovar, foi corajoso e até audacioso ao trazer Paulo Carneiro e Renato Gaúcho. Montou um time razoável para a Série B, mas ficou pelo caminho. Em 2010, após trazer Paulo Angioni e este montar um elenco competitivo, conseguimos o retorno à desejada elite do futebol brasileiro.

Naquele momento, pensei que ele fosse marcar sua trajetória na história do Bahia. Era o ideal, o mais apropriado e oportuno para que ele democratizasse o estatuto e abrisse o clube de uma vez por todas para o torcedor. Tudo conspirava a seu favor.

Mudanças no estatuto ocorreram, mas a sensação de que nada mudou foi a que ficou. Alterações descabidas, enganosas, inescrupulosas com o único objetivo de permanecer no poder mais um tempo. E ele conseguiu, já está no segundo mandato.

Dentro de campo, o que vimos nos últimos dois anos foi uma série de equívocos, que só não culminaram com o nosso retorno à Série B por obra do acaso. A exceção, talvez, tenha sido o título do Baianão após onze anos na fila. O torcedor, já cansado de tanta humilhação, pôde, enfim, comemorar um pouco.

Não faltaram protestos por conta do torcedor, de alguns setores da imprensa, de políticos e pessoas influentes. Todos exigiam a mesma coisa, independente dos resultados dentro de campo. E, contrariando a todos, o presidente das três letrinhas permanecia inabalável.

Agora, depois de mais alguns vexamos colecionados, dentre os quais duas goleadas históricas para o maior vice de tudo de todos os tempos, a torcida parece ter acordado de uma vez. Mobilizações, protestos, intervenções e manifestações de todos os tipos.

O público zero, que tanto fui contra e cheguei até a brigar com alguns amigos anos atrás, deu resultado. E agora sou absolutamente a favor. O clube só terá prejuízos, tanto financeiros quanto de imagem, e isso faz diferença. Patrocinadores farão pressão e esse cenário poderá ser determinante.

A dinastia que comanda o Bahia está perdida, acuada. Estão desmoralizados, sem prestígio e agora são conhecidos no país inteiro pelo coronelismo implantando e passado de pai para filho. Mas, pelo que rege o estatuto, a turma ainda tem até 2014 para continuar.

A situação é ridícula para nós torcedores. Temos que torcer contra o time que aprendemos a amar por conta dessa gente que se acha maior que o mar. Diante de tantas humilhações, essa é a menor. E, baseando-se na última entrevista do presidente das três letrinhas, o melhor não está por vir, pelo menos por enquanto.

E é por tudo isso que continuarei torcendo contra. Não vou criticar o torcedor passional, aquele que teve a coragem de ir ao aterro sanitário mais famoso do país ver o jogo no último domingo. Este sofre de uma doença, e desta eu já me curei.

Perdemos o Baianão, saímos da Copa do Brasil para o Luverdense e já entramos no Brasileiro como maior candidato à primeira vaga para a Série B. Acredito que faremos a pior campanha da história do clube, não vejo por onde como conseguirmos cinco vitórias. E estou torcendo para que tudo isso aconteça.

“Pior que tá, num fica”, já dizia um ilustre representante do povo no Congresso. E é mais ou menos assim que vejo. Quanto mais sucesso o time do presidente das três letrinhas tiver, ruim pra nós. Uma queda para Série B a essa altura do campeonato não fará vergonha a ninguém, e no nosso caso será apenas mais uma.

Se os donos do Bahia, a tríade do terror que comanda o clube há anos, permanecer mais algum tempo, é a certeza de que a “Ipirangalização” estará instituída. E aí, ao menos para mim, só restarão as lembranças do que um dia meu time já foi.

XXX

A Sujeira do Quarto Poder

Os colunistas deste site, a imprensa regional, nacional e até a internacional, os políticos e pessoas influentes de diversos campos de atuação, todos eles estão tratando do mesmo assunto agora. Alguns há mais tempo que os outros, mas o tema é comum.

A questão é que nem todos atiram no alvo da mesma forma. Amizades e conchavos são determinantes e falam mais alto, interesses escusos também. Tem muita gente envolvida, a tríade do terror é influente e joga pesado.

Uma parte da imprensa local é nociva. Aproveita o desconhecimento, a falta de informação e até a ignorância do povo pra fazer o seu trabalho, que gira em torno dos objetivos pessoais. Os mais influentes que comandam as resenhas no rádio, por exemplo, mantém relação de amizade com a tríade. Ou seja, nunca serão imparciais nas análises.

Não é fácil separar as coisas. Passei por isso quando dizia acreditar nas boas intenções do presidente das três letrinhas. Por ter amizade com um importante funcionário do clube, fui chamado de parceiro da corja e de puxa-saco. O que as pessoas não acreditavam é que aquela era a minha opinião no momento e que, apesar de tudo, não havia influência de ninguém.

O torcedor deve estar atento. Nem tudo que brilha é ouro. Há muitas informações nos fóruns, nas redes sociais, em blogs e sites especializados. Analisem, investiguem e tirem suas próprias conclusões antes de dar ouvido a essa turma que parece cada vez mais querer calar o coro dos descontentes.

XXX

Caixa de Pandora

Atitude típica de gente que está acuada e sem argumentos. Ao invés de apresentar uma postura digna de representante de uma nação, o presidente das três letrinhas saiu atirando para todos os lados. Que deselegante!

Não que eu esperasse outro tipo de comportamento, principalmente de alguém que manda torcedor do clube para os mais indesejados lugares nas redes sociais. Só que ao vê-lo na recente entrevista coletiva que ele concedeu, pude perceber o quanto ele está desnorteado.

A arrogância não me surpreendeu. Sua afirmação sobre a tão desejada renúncia também não. Ele só colocou pra fora o seu egoísmo e a sua falta de amor ao clube que ele diz ser torcedor. Aprendeu direitinho com o pai.

Por outro lado, ele mexeu com políticos e, sabemos, isso é perigoso. Agora ele já começou a ver as conseqüências. A caixa de pandora foi aberta e a tendência é que a podridão comece a aparecer. Estou ansioso para ver as próximas cenas.

XXX

O Presidente e o Ídolo

Ele talvez seja o maior ídolo do clube. Teve participação mais do que decisiva na nossa maior conquista. Um craque diferente, dentro e fora do campo, cantado em verso e prosa. Quem não amou a elegância sutil de Bobô?

Não sei se o nosso presidente tem a exata noção do que Bobô representa para a maioria da nação tricolor. Ele foi, é e sempre será um ídolo atemporal. Foi exemplo nas quatro linhas, nos representou dignamente, honrou a tradição do clube e virou torcedor, daqueles que sofrem mesmo ao ver seu time ser tão maltratado ao longo dos anos.

Bobô está imortalizado, assim como outros grandes jogadores que fizeram sua história no clube. Fora de Salvador, muita gente reconhece o “Bahia, de Bobô”, virou uma marca. Ele é lembrado como o maestro daquele time que nos deu a nossa maior glória, o título de 88.

Bobô, utilizando toda sua classe e elegância, até na hora de criticar foi craque. Sua declaração pedindo a renúncia do nosso presidente causou revolta. E como resposta, um ataque sem fundamentos, fugindo do debate, mais uma vez.

Saiba, presidente, que Bobô tem e sempre terá o carinho do torcedor. Não importa quanto tempo passe, o nome dele está marcado na história do clube, pelos gols, pelos títulos e, principalmente, por ter entendido a grandeza que tem o Esporte Clube Bahia. Já a sua trajetória… Bem, esta já é um capítulo negativo e, provavelmente, de final infeliz.

Hoje foi Bobô, amanhã pode ser Beijoca, Osni, Emo, Zé Carlos, Charles…

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