Domingo, na final do Baianão, o lugar de Lulinha estará vago e um dos fortes concorrentes para agarrá-lo é Zé Roberto. Vindo de lesão e precisando de ritmo de jogo, o jogador tem a seu favor a experiência de já ter disputado vários títulos e possuir um vigor físico diferenciado (que contra a Lusa, por exemplo, possibilitou algumas boas arrancadas e deixou a agremiação com um a menos durante quase todo o jogo) . E também ser dotado de inúmeras habilidades e recursos que o definem, na opinião desta humilde colunista, como o segundo atacante que o Bahia verdadeiramente precisa para atuar ao lado de Souza, para que se convertam em gols as várias jogadas que tem sido feitas pelos meias durante os 90 minutos.
Antes de ser contratado pelo Esquadrão, Zé Roberto jogou no ataque do Inter (na época nas boas mãos de nosso atual técnico), como o segundo atacante e ao lado de Damião, em um 4-4-2. Até mesmo com Celso Roth, treinador que antecedeu Falcão, Zé foi muito bem. E olha que ele jogava de maneira mais recuada, como meia (avançado) pela direita, em um 4-2-3-1. Zé e Falcão se entenderam bem no Inter. O treinador recuperou a confiança do jogador e fez com ele chamasse a responsabilidade pra si, dentro e fora de campo. Hoje não é diferente. Vejo as tentativas de resgate que Falcão tem feito.
Antes de se lesionar, Zé fez 27 dos 35 jogos possíveis desde sua contratação. Fez 5 gols e deu 5 assistências decisivas, sempre com boa regularidade. Depois houve o problema de hérnia e foram 80 dias parado. Problema no púbis, retornou e em pouquíssimos dias depois, nova lesão: agora na coxa esquerda. Com tudo isso, ele jogou mal desde a Copa Audi (torneio internacional), sempre com rendimento abaixo do esperado.
No Gre-Nal do título, Falcão jogou em um 4-2-3-1 e atrás no placar, mexe no time. Tirou Juan (lateral esquerdo) e colocou Zé Roberto; recompôs o time para um 4-4-2 e partiu para o ataque. A equipe, melhor organizada, cresceu e começou a criar chances. Aos 31, Zé Roberto cruza rasteiro para Damião que chuta para o empate colorado. Zé Roberto levava ampla vantagem em velocidade em cima do promissor (e recentemente vendido para o CSKA) Mário Fernandes. No minuto final da primeira etapa, Andrezinho virou o placar em um rebote após cobrança de escanteio por Zé. O Inter, continuou a buscar o gol (necessitava de 3×1 para levar a decisão aos pênaltis, uma vez que tinha perdido o jogo de ida), ainda desperdiçou algumas boas oportunidades, até que Zé Roberto (grande nome da partida!!) invadiu a área em velocidade, sendo derrubado por Victor. D´Alessandro converte e deixa tudo igual no placar agregado. Nos pênaltis, deu Inter, com a cobrança decisiva sendo convertida por quem? Zé Roberto.
Com o foco no hoje e nas atuações do jogador pelo Bahia, é evidente que Zé ainda não faz sombra ao seu potencial, ainda que algumas de suas principais características já se observem de longe: força, explosão muscular, busca pelo jogador de referência e dribles em velocidade.
No vídeo abaixo, projeto a possibilidade de composição da equipe, com Zé Roberto mais à frente do que Lulinha vinha atuando. O que me agrada bem mais, tanto pela proposta tática quanto pelas características dos jogadores. Vemos pela movimentação que Zé Roberto ficaria um pouco mais à frente com Souza, podendo conduzir os contra-ataques na tabela com o companheiro. Na recomposição, ele e Souza são responsáveis pela primeira marcação e uma possibilidade é manter o Zé Roberto um pouco mais atrás formando uma linha de 5. Ou ainda, ao avançar em um ataque, deixá-lo inicialmente recuado para fazer uma linha de 3 meias com Morais e Gabriel, uma alternativa se precisar cadenciar mais o jogo, caso o time tenha uma bela uma vantagem no placar. Algo que os outros atacantes não teriam a sensibilidade de fazer sem orientação.
Sei. Muitos dirão que, por hora, há mais desconfiança que qualquer certeza. De fato, aguardamos até agora por uma grande apresentação do atacante. Me parece porém que, por todas as características da decisão, é a hora e a vez de Zé Roberto. Posso estar doida, mas ainda tenho esperanças.
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