Dizem que a necessidade faz o ladrão. Verdade ou não, o fato é que acuada pela torcida e pela própria necessidade do momento, a diretoria do Bahia mudou de planos. Fez mesmo uma diferança grande perder o clássico para o rival. Se não acontece mais aquele acidente, estaríamos até hoje engolindo sapos e tendo que achar razoável. Tudo conspirou a favor da torcida e do Bahia, felizmente. A má fase de Márcio, a tática equivocada de jogar com um só atacante e a conseqüente derrota para o rival. Aí não teve jeito! Forçada pela circunstância, a direção de futebol cedeu à vontade da torcida e arregimentou a toque de caixa um exército denominado “os meninos do Fazendão” que, colocados à prova, corresponderam.
Não quero analisar aqui a qualidade dos adversários do Bahia. Mesmo porque não vejo nenhuma “Brastemp” no futebol baiano. Importante é saber que algo mudou, e mudou prá melhorar. Pelo menos já não se fala desesperadamente em futuras contratações. Elas poderão acontecer à medida dessa ou daquela necessidade, sem imediatismos. Mais importante ainda foi o papel da torcida nos mais recentes episódios, com uma participação decisiva e de muito peso. Os dirigentes recuaram nas vendas de Bruno César e Danilo Rios, dispensaram o que era considerado refugo pela torcida, fez Motta recuar também na sua intenção de só colocar “os meninos” paulatinamente, e não aconteceu mais um “bonde” de jogadores que o mesmo Motta prometera contratar, o que seria mais uma aventura.
Inteligente foi o técnico Luís Carlos Cruz, que ao perceber o movimento da torcida contra tudo que estava acontecendo, anunciou o time que a hinchada tricolor queria. Foi a grande sacada dele: foi na onda da torcida e surfou legal para alegria da galera. Afinal, entre ouvir opiniões internas e escutar o grito suplicante da torcida, preferiu ser coerente com os anseios da massa tricolor e fechou com esta.
De concreto mesmo hoje no Bahia é que o time da massa está aí e eu duvido que não dê certo. Se é para investir em falsos “valores”, melhor que invistamos nos nossos, de casa. É melhor arriscar na meninada que já conhecemos desde a Taça BH e Campeonato Baiano da categoria juniores. Sem essa de achar que vai “queimar” os meninos. Até acho que tem que haver prudência, mas só quando o time titular estiver ganhando tudo. Aí é prudente não mexer no time, pois qualquer tropeço torna-se uma tragédia para quem é novo, já que a responsabilidade dobra. Mas no atual estágio em que se encontra o Bahia, temos mais é que apoiar os meninos e o técnico, e seja o que Deus quiser.
Não sou vidente e nem afirmo, mas se o Bahia ganhar dos dois próximos adversários, ninguém segura mais essa garotada. Parece que o grupo está fechado com o técnico e há recíproca. Porém é necessário proibir o vôo dos morcegos sobre o Fazendão. O Bahia não deveria estar refém dos vampiros (que raça!!), criaturas nefastas no reino do futebol. Infelizmente isto acontece por culpa exclusiva da – necessitada de correção – Lei Pelé. Eu soube através de amigos que o “procurador” de Bruno César e Danilo Rios declarou em uma emissora de rádio que a venda dos garotos é apenas uma questão de pouco tempo. Só é ele o dono dos direitos federativos dos garotos?!… Caso contrário, quem decide isto é o presidente do Bahia e a torcida.
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Coisas do futebol brasileiro.
Pasmem, o ex-zagueiro Júlio César foi contratado para ser técnico em Fortaleza. Até aí nada demais, se ele não fosse empresário/procurador de jogadores de futebol. Depois a torcida paga a conta.
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Vi Toninho Cerezzo falando na TVE que o Atlético de Minas investiu vinte e oito milhões no departamento de futebol em 2005. Mesmo assim, foi parar na Segundona.
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Frase do Mês.
“O Bahia salvou a minha vida”. Capitão, impedido de jogar futebol após resultado dos exames feitos pelos médicos do Bahia no jogador.
comentários
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