é goleada tricolor na internet
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Publicada em 2 de outubro de 2012 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

A César o que é de César

Não tem nem comparação. Claro que estou falando dos dois Bahias neste Brasileirão. O Bahia do 1º turno e o Bahia do 2º turno. Por qualquer prisma que se veja, o Bahia está melhor. Os números são contundentes. Já igualamos o número de pontos em menos da metade dos jogos. Somos líderes do returno. E, esquecendo os números e vendo só as exibições, a diferença é abissal. Tá, falar isso é chover no molhado. E aí, qual foi a mágica? Jorginho é milagreiro? Fez promessa? Ebó? É o Guardiola brasileiro?

Tentar decifrar esse mistério é um terreno de suposições, hipóteses e palpites. Vejamos: com exceção de Neto, todos os outros titulares habituais já estavam ali no primeiro turno. A diretoria contratou mal pra caramba, todo mundo que veio é reserva (só que quase todos vieram com status de titular). Kleberson, Mancini, Caio, Claudio Pitbull, Elias, Gerley, Ryder, e outros. É muito erro. É só ver a escalação tida como titular hoje do Bahia: Lomba, Neto, Titi, Danny, Jussandro; Fahel, Diones, Hélder, Zé Roberto; Gabriel e Souza. Desses, só Neto e Zé Roberto não estão desde o ano passado! E, no primeiro turno, só Neto não estava! Jussandro sempre esteve aí, só não era aproveitado.

Esse é um dos grandes méritos de Jorginho. Apostar em Jussandro. Mas Jussandro não é Roberto Carlos. Sequer é, ainda, Ávine de 2010. Ou seja, não foi ele quem “salvou” o time. Então, qual o segredo?

Jorginho arma bem o time. Tem visão de jogo para mexer com propriedade –tanto nas peças como no estilo de jogo– durante o intervalo. Ao que parece, passa confiança ao time, ao mesmo tempo demonstra, sempre, muita vontade de vencer. E essa vontade contaminou o time.

Esse espírito parece que faltava a Falcão. Não desgosto de Falcão, e acho que sua passagem do Bahia foi vital para o time que se configura hoje com Jorginho. Primeiro, por ter sido o comandante do título baiano que, quer queira quer não, aliviou o ano. Obrigação ou não, demoramos uma década para vencer este torneio de nível técnico medonho. E Falcão era o técnico, então tem méritos. Sobretudo, o mérito maior de ter “descoberto” Gabriel e conseguido extrair do garoto um futebol precioso. Ano passado só víamos Gabriel improvisado de lateral direito. Alguém consegue conceber isso hoje em dia? Nosso melhor jogador, de passes rápidos e tabelas engenhosas. E o mérito de encaixar Gabriel (lá ele) em campo vem de Falcão.

Outro jogador que evoluiu muito com Falcão foi Hélder. Se hoje Hélder é nosso termômetro e tem realizado ótimas partidas, vale lembrar que com Falcão ele também teve um bom início, promissor, mas uma contusão atrapalhou seu progresso.

Mas, se na reta final do Baiano Falcão já estava trocando os pés pelas mãos, no Brasileiro a coisa degringolou feio. A campanha foi horrorosa e a impressão era, sim, de que os jogadores não estavam em sintonia alguma com o técnico. Não sei se era fritura, mas bem que poderia ser, porque a mediocridade estava atingindo níveis alarmantes, culminados na goleada (toda construída no segundo tempo) de 4×0 contra o Fluminense (que ganha quase todas, é verdade, mas não goleia ninguém).

Caio Jr. foi uma negação. Comemorando pontinho em casa contra o Atlético Goianiense. Achando um feito e tanto ter saído do time deixando-o fora da zona, com um ponto de distância. O maior mérito de Caio Jr., no Bahia, foi ter saído rápido. Em um mês já pedia o chapéu.

Mas, voltamos a Jorginho. Qual o segredo dele? Sinceramente, não sei. Afinal, ele treinou a Portuguesa e o Atlético-PR nesse ano de 2012 e em ambos foi sofrível. Mas a dupla Jorginho e Bahia deu liga, deu certo. Resistiu a assédios incisivos. Jorginho, até por conta dos últimos trabalhos ruins, veio pra cá querendo ganhar. E ganhou os jogadores, em primeiro lugar. A entrega e a dedicação estão ainda maiores (nunca achei o grupo molenga em geral, mas em alguns jogos da Era Falcão –como as derrotas pro Grêmio na Copa BR e alguns jogos do Brasileiro– isso parecia mais acentuado). Juntando essa garra e vontade de ganhar com uma boa visão tática, os talentos vão aparecendo.

Podemos não ter nenhum Bobô, nenhum Zé Carlos (nem mesmo um Uéslei, um Marcelo ou um Preto), mas quase nenhum time os tem. Por isso o 12º lugar ainda não é o nosso lugar. E o returno está confirmando isso. Se vai compensar a ruindade do primeiro turno, não sei. Certamente vai servir para nos manter bem longe da zona, o que é ótimo em face das 19 primeiras rodadas. Mas dá pra ser mais, e eu aposto em terminarmos, pelo menos, entre os 8 melhores.

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