“Estou em lágrimas, não quero mais saber do Bahia enquanto essa diretoria estiver apeada ao poder. Não quero sofrer mais um ano na Terceira Divisão e ainda correr o risco de ver meu Bahia perder-se nas brumas”.
Desabafo sincero e sofrido da minha queridíssima amiga Dra. Cristina Pirajá (Cristi), logo após a derrota do Bahia, em Natal.
Sabe como 100% de infelicidade se transformaria em 100% de felicidade? Aqui vai a equação: Bastaria que ainda hoje toda a diretoria do Bahia o deixasse definitivamente. Ah!… Ficaria o Bahia acéfalo? Não muito mais que está, mesmo assim seria só por horas e logo apareceria alguém adequado ao cargo de presidente dessa legenda que é o Bahia.
Francamente, eu nem falo pela desclassificação iminente, faz parte do jogo. Às vezes tentamos todos os caminhos para que algo dê certo e não acontece. Porém o que não pode é alguém se achar acima do bem e do mal e ficar cego pelo seu egocentrismo, ao ponto de não ver suas próprias mancadas e seus erros gritantes, durante uma “eternidade”.
O Bahia não pode pagar pela incompetência de quem o dirige e nem pela vaidade obsessiva das eminências pardas. Nada tenho contra o Sr. Petrônio, sua honra como homem é indiscutível. Acho-o incompetente, assim como incompetente foi Marcelo Guimarães enquanto presidente. Os fatos estão ai, sucedendo-se ano após ano, e reforçando na prática o que digo.
Caso a diretoria tivesse a lucidez de uma renúncia honrada, a bem do Bahia, o que achamos ruim agora (a possibilíssima quase líquida desclassificação) seria na verdade a transformação de uma frustrante desclassificação em esperança de dias melhores. Isto sem sombra de dúvidas.
Eu diria a minha querida amiga, Cris, que já estamos perdidos nas “brumas”. E alerto aos senhores dirigentes do Bahia para o fato de que eles não têm mais condição alguma de indicar rumo algum. Melhor parar aqui. Deixem que o Bahia ache o seu rumo, um novo comandante o levará para um porto seguro. Certamente.
O sofrimento ao qual está submetida a torcida, pelas administrações de uma década no Bahia, não tem mais razão nenhuma para continuar. Chega! Não vamos esperar que mais desgraças aconteçam para que se mude o Bahia. Será que o Bahia precisa de um exorcista para ser libertado?! A coisa já chegou a um ponto insuportável com o Bahia continuando no ostracismo de uma série C, fora quase que completamente da mídia nacional.
Se deixar o Bahia através de renúncia significar qualquer coisa de ultraje à honra, que se garanta então a aprovação do novo estatuto e conseqüentemente o direito a voto do torcedor, já na próxima eleição. A razão maior da existência do Bahia é o seu torcedor, claro, então por que não respeitá-lo? Pensem nisso.
Neste momento nem interessa muito o resultado de domingo, o torcedor consciente sabe que o Rio Branco não vai desperdiçar a chance de disputar a Segunda Divisão. Ao torcedor do Bahia interessa agora saber qual o destino do seu clube… ele, torcedor, apenas sabe que se continuar à mercê das suas senhorias, dirigentes atuais, o futuro é a bruma temida, por Tereza Cristina, de onde jamais sairá o Bahia.
Não faço apologia à violência, sou apologista sim, da paz. Mas as ameaças de parte da torcida não cessam, vide o que a Bamor divulga (ameaçam tirar os dirigentes “por bem ou por mal”) em seu site e tirem suas conclusões. E se o desespero superar a razão, como é que fica essa relação entre torcedor e dirigente? O ódio em tempo algum deve ser materializado. Os limites dos direitos também devem ser observados. Ou será que o torcedor não tem direitos? O Bahia é uma legenda histórica da Bahia… devolvam o Bahia para a Bahia, ela o quer de volta.
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Quando vi Pernambuco ficar com todos os seus clubes nas divisões inferiores do futebol brasileiro, enquanto a Bahia estava com os seus na divisão principal do Brasileirão, pensei: o futebol pernambucano acabou. Eles sorriam mesmo estando na segundona e eu não entendia o porque do riso… agora eu entendo. Há até uma piada de quem vendia bananas e o que estava indo para vender abacaxi. É mais ou menos por aí.
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