A demissão de Rogério Ceni é mais do que um dever. É uma questão de preservar o nome do Esporte Clube Bahia.
O futebol não tem lógica, sabemos. Do mesmo modo que colocamos o líder do brasileiro no bolso (o Botafogo), tomamos quatro cacetadas do Flamengo em um ano. Na prática, não quer dizer nada.
Contudo, face ao histórico de arbitragens polêmicas entre os dois clubes, e de colonização cultural envolvendo o estado da Bahia e o Flamengo, não dá pra aceitar o Sr. Ceni, num jogo contra concorrente direto, tendo aquela interação tão amistosa, elogiosa e bajulatória (se é que existe tal palavra) com os jogadores do urubu, notadamente o senhor Gerson, alvo de uma mentira envolvendo racismo anos atrás, contra um atleta nosso.
Rogério tem todo direito de ter amizade com quem ele quiser. Se ele deixou saudades no Flamengo, não é problema meu. Se ele deseja retornar à Gávea, junto ao seu ex-pupilo Filipe, que vá e não volte. Mas ele deveria, no mínimo, pelo menos fingir um sangue no olho e encarar o jogo como uma final.
Sua postura abúlica, adinâmica e passiva não deve ser aceita pelo torcedor tricolor. A massa azul, vermelha e branca, apesar da perda significativa do poder de pressão contra os britânicos controladores do futebol do clube, deve começar a agir prontamente, exigindo a saída imediata – por justa causa – de Rogério Ceni, por conduta temerária (pra não dizer outra palavra) à frente do elenco do Bahia.
Alguns dirão: “ora, estamos no final da temporada, e demitir não resolve”. Pode até ser, mas eu prefiro ficar em oitavo lugar, tendo tentado reverter essa inaceitável postura do time, do que pagar pra ver, aborrecendo-me dia após dia, com este entregador de coletes.
Foram investidos centenas de milhões de reais na montagem deste elenco, o qual, comprovadamente, demonstrou capacidade para lutar até pelo título. Doravante, enquanto houver dinheiro disponível, o torcedor, em hipótese alguma, deve aceitar e se contentar com meras migalhas.
Para mim, o ano acabou, e a classificação para a Libertadores é possível, é provável, porém o risco de não classificação também é muito provável. 2024 pode ser considerado, sem medo, um ano perdido, porque nada será aproveitado dele senão a sensação de “poderia ser melhor”. Sem atingir nenhuma das metas estabelecidas para as competições que disputar, dizer que “ficamos na série A” ou “vamos para a Sulamericana”, é transitar entre o cinismo, a má vontade e o escárnio. Saudações!
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