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Publicada em 18 de dezembro de 2009 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

2010, um ano para recomeçar

Longo período de inatividade para mim, tempo para acompanhar, refletir e tentar fazer previsões. Sofri, como a maioria dos torcedores, mas em determinado momento fui apenas testemunha.

Mais um ano se passou e quase nada mudou. Melhoramos em termos de estrutura, com as reformas no Fazendão, e avançamos num setor pouco explorado, o marketing. No âmbito político, MGF vem tentando não incorrer nos erros do passado. Abriu as contas do clube, é verdade. Mas aquilo que talvez seja o maior desejo da nação tricolor, a aprovação do novo estatuto, ainda não passou de sonho.

Nas quatro linhas, as coisas não foram bem, principalmente na Série B. Chegamos a beirar a zona do rebaixamento, afastando-se apenas nas últimas rodadas as possibilidades de queda. Fazer retrospectiva quando as coisas não vão bem dentro campo, é fácil. Talvez a parte mais difícil seja, no meio disso tudo, encontrar pontos positivos.

Não é fácil montar um time no início de temporada sem uma base formada. Todos nós tínhamos consciência de que seria uma tarefa árdua conseguir, em tempo recorde, criar um grupo que encarasse o campeonato baiano, superando o rival de Canabrava. Mas, bastaram algumas boas contratações e o bom desempenho no começo da competição, para que as expectativas superassem o limite do racional.

O título do baiano não veio, ficaram as lamentações de que poderíamos ter ido mais longe. Chegamos a estar com a taça na mão a poucos minutos do final da partida que decidiu o título, mas não fomos competentes o suficiente. Ficou aquela sensação de que o melhor poderia ainda estar por vir.

O time chegou a fazer partidas convincentes no Baiano. Na Copa do Brasil, encaramos o Coritiba em dois bons jogos, deixando a classificação escapar por dois empates. Alguns jogadores ganhavam destaque: Marcelo, Nem, Elton, Léo Medeiros, Ananias, Leandro, Hélton Luiz, Reinaldo Alagoano e Beto. Perdemos um que faria toda a diferença durante o ano, Alison. Outros se foram sem nem estrear ou por falta de adaptação, que foi o caso de Patrício, que era bom jogador, mas nunca conseguiu entrar em forma física.

Na Série B, a coisa ia bem até o jogo contra o Ceará, em Fortaleza. Se vencêssemos, ficaríamos com reais possibilidades de adentrar no G4, já que a diferença de pontos que era de seis, cairia para três. Perdendo, poderia aumentar para nove. A partir daquela derrota, o time não se encontrou mais. Acredito que esse foi o grande divisor de águas da nossa campanha.

Outras contratações foram necessárias. Vieram Jael, Nadson, Juliano, Paulo Isidoro e Juninho. Houve uma melhora óbvia na qualidade, principalmente, no ataque. Jael e Nadson se completavam. Paulo Isidoro demorou a entrar em forma física, mas quando conseguiu foi importante e decisivo em algumas partidas. Juninho, bastante contestado pela torcida, se esforçou bastante, sem muito sucesso. E Juliano, que parecia ser uma boa opção na meia-esquerda, não passou disso.

Começamos a Série B com Gallo. Depois vieram Comelli, Sérgio Guedes e, por fim, Bonamigo. Esse foi um terrível equívoco, a troca de treinadores surgia sempre como a grande solução para problemas como o baixo desempenho de jogadores ou salários atrasados. Nenhum técnico pode ser responsável por estes aspectos, que são decisivos em qualquer campanha.

Olhando a nossa campanha, apenas dentro de casa, se tivéssemos vencido as seis partidas que empatamos e mais duas que perdemos, estaríamos de volta à primeira divisão. A conta é simples assim. Foram 18 pontos perdidos, que somados aos 51 que fizemos, dariam 69, que seriam suficientes para nosso retorno. Um time que quer alcançar objetivos em campeonato de pontos corridos, tem de fazer o dever de casa, e nós não fizemos.

Acordamos tarde. Nos últimos seis jogos foram cinco vitórias e um empate, campanha de campeão. Bom, aí é que aparecem as teorias conspiratórias. O que nos levou a essa alternância de momentos dentro da competição? Seria apenas má fase coletiva, considerada normal num campeonato tão longo? Ou tem a ver com o atraso de salários, fato confirmado pela diretoria? Ou ainda o somatório de ambos? Eu fico com a última alternativa.

Resta tentar entender o que aconteceu para os salários atrasarem. Uma resposta que ficou em aberto também foi a suposta mala branca que o presidente do nosso Conselho Deliberativo, o grande Rui Aciolly, afirmou ter enviado ao Bragantino para que este vencesse o América/RN. Ela existiu mesmo ou foi mais uma oportunidade perdida, desse belo representante que temos, de ficar com a boca calada? Particularmente, preferia que nenhuma das situações tivesse existido.

Bom, dos males o menor. Conseguimos permanecer na Série B. Pouco para nossas pretensões, mas foi o que nos coube pela nossa competência. Estamos terminando o ano da mesma forma que os anteriores, com esperança de dias melhores. E o que nos preocupa é saber até quando esperar.

XXX

No início da temporada fiz uma previsão sobre quem seriam os destaques da temporada. Errei com Élton e Léo Medeiros, mas acertei em cheio quando disse que Marcelo tinha o perfil ideal para ser um novo ídolo.

Além da técnica, Marcelo se destacou pela garra e vontade, sempre que esteve em campo. Era nítido o seu comprometimento com o clube. Levou um tempo contundido e quando retornou tomou conta do gol e terminou a competição como um dos melhores goleiros.

Com sua renovação de contrato confirmada, temos a certeza de que, se não teremos um grande time, não será por causa do goleiro.

XXX

Acompanhei as manifestações dos torcedores durante a competição, com relação à qualidade do elenco. E não foram poucas. A maioria sempre desqualificando o grupo, questionando a técnica de alguns jogadores e exigindo novas contratações.

Eu sempre afirmei com convicção que o grupo que tínhamos, poderia não ser um primor, mas para o nível técnico atual da Série B daria pro gasto. E não mudei minha opinião em nenhum momento. Se analisarmos tecnicamente os classificados para o acesso, veremos que não havia nenhum sobrenatural.

Enquetes e pesquisas relacionadas à manutenção desse grupo vêm revelando que a torcida mudou de opinião. Com a exceção de Juninho, o mais contestado, não vi tanta exigência para formação de um novo time.

A base está sendo mantida, mas a necessidade de contratação é óbvia. Pelo menos, não vamos iniciar 2010 do zero. Só precisamos acertar mais cedo.

XXX

Notícia bombástica essa contratação de Renato Gaúcho como treinador do tricolor. Foi, até certo ponto, uma ousadia de MGF. Quando já davam certa a vinda de René Simões, eis que surge o nome do polêmico ex-ponta-direita.

Rapidamente, a imprensa baiana foi buscar no passado de 1989, a declaração infeliz do então jogador da Seleção Brasileira, na qual chamava a Bahia de terra de índio. Seria realmente necessário todo esse alarde?

Foi um erro da parte dele e, talvez, essa seja a oportunidade para ele desfazer o mal-entendido. Quando fez a tal afirmação estava de cabeça quente, chateado. Quem nunca fez algo parecido e teve a hombridade de reconhecer a falha depois, pedindo desculpas? Parece que somos todos puritanos e que jamais cometemos equívocos.

Discutir o trabalho dele como treinador, aí sim, é mais válido. Realmente, ele não tem um currículo que nos encha os olhos, mas não podemos fazer julgamento antes de vermos os resultados. Um pouco de cautela é sempre bom.

Acredito que ele vá se entregar de corpo e alma nesse projeto. Ele precisa voltar ao cenário nacional e, se obtiver sucesso no Bahia, não necessitará de maiores apresentações. Por isso, acho a aposta válida.

Bem-vindo, Gaúcho!

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Aproveito para desejar a toda Nação Tricolor, Feliz Natal e um próspero Ano Novo!

Saudações Tricolores!

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