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Jornalista aponta ineficiência do Bahia com gastos no futebol em 2021

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Publicada em 24 de junho de 2022 às 08:51 por Victor de Freitas

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Fonte: Divulgação / EC Bahia

O ano de 2021 foi completamente atípico no futebol. Em razão da pandemia de Covid-19, o Brasileirão de 2020 foi finalizado somente em fevereiro do ano seguinte. Não houve pausa para o início dos estaduais – que inclusive iniciaram antes do Nacional terminar. Poucos meses depois, mais uma Série A foi iniciada.

Sob o ponto de vista esportivo, de fato houve um ano atípico. Financeiramente, também, já que entrou mais dinheiro em 2021 do que em outros anos, sobretudo no que se diz respeito a algumas cotas televisivas referentes à temporada de 2020, mas que ficaram no balanço do ano passado.

A análise financeira foi feita por Rodrigo Capelo, do blog Negócios do Esporte no portal ge. Em sua avaliação anual sobre os dados financeiros divulgados pelos clubes, o jornalista esmiuçou o balanço do Bahia referente ao exercício de 2021 – que inclusive já foi aprovado por Conselho Fiscal, Conselho Deliberativo e sócios-torcedores.

Voltando ao tema das cotas de TV, Capelo destaca que esta foi a fonte de 59% das receitas do Bahia em 2021.

Ressalta também que entre os valores que foram orçados no começo do ano, a diretoria tricolor conseguiu realizar quase todos os setores.

Houve aumento também no faturamento comercial em relação a 2020, que inclui patrocínios e publicidades, porém os ganhos com torcedores não alcançaram o patamar esperado, devido aos portões fechados na maior parte do ano.

O destaque ficou para a venda de jogadores. O clube projetava arrecadar R$ 25 milhões com transferências e conseguiu lucrar R$ 35 milhões.

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Fonte: Reprodução / ge

Ineficiência na gestão de futebol resultou em rebaixamento

Capelo cita que os gastos com a folha foram próximos do que haviam sido estimados pelo clube, mas o rebaixamento para a Série B comprova que houve grandes equívocos na gestão do futebol.

O Bahia gastou R$ 117 milhões com a folha, muito próximo do que havia planejado para a temporada. É um bom sinal. De fato, a direção do clube tomou a decisão de não gastar em exagero”.

Houve, claramente, ineficiência. Por ser o indicador econômico que possui maior correlação com a performance dentro de campo, esse valor deveria ter sido suficiente para que o clube baiano no mínimo sobrevivesse na primeira divisão”.

O jornalista também afirma que adversários que gastaram muito menos do que o Bahia em 2021, conseguiram ficar na primeira divisão – casos como Cuiabá, Atlético Goianiense, América Mineiro e Juventude, por exemplo.

“Rivais ficaram nela com folhas muito menores”.

Dívidas em 2021

Sobre o endividamento do clube, Capelo faz novo destaque ao citar que a diretoria, mesmo com os maus resultados em campo, não deixou as dívidas aumentarem em um ano de rebaixamento.

No que diz sobre as dívidas a longo prazo, houve redução de R$ 174 milhões (2020) para R$ 145 milhões (2021).

Já os débitos a curto prazo permaneceram em R$ 80 milhões de um ano para o outro.

O perfil do endividamento do Bahia é o seguinte:

  • Fiscal – R$ 103 milhões
  • Trabalhista – R$ 100 milhões
  • Bancário e outros – R$ 22 milhões

Conclusão

A análise é concluída ressaltando que a gestão financeira do clube não sofreu novos acidentes, e que ainda pesa o passado nebuloso de outros presidentes, mas que as falhas no futebol em 2021 causaram grande impacto e frearam a recuperação financeira pós-pandemia.

“Números indicam que, na área financeira, não houve acidente. O Bahia é um clube com dificuldades, pois ainda carrega um endividamento de passado distante, além de ter sido desafiado pela pandemia, como todos seus adversários. Mas as diretrizes foram seguidas e havia dinheiro suficiente para que a performance fosse condizente à primeira divisão”.

Foi no departamento de futebol que os piores erros foram cometidos. Bellintani disse, após o rebaixamento, que o título da Copa do Nordeste iludiu a diretoria, que teve de montar um time para o Brasileirão sem tempo e dinheiro. Mais ou menos. Havia ainda menos verba disponível no Atlético-GO, por exemplo, e os goianos sobreviveram”.

O que esperar com a SAF?

“Torcida e mercado estão na expectativa do anúncio do acordo com o comprador da SAF tricolor. O que mudará? Tudo. É desejável que o futuro dono assuma dívidas, se comprometa a investir e estabeleça uma gestão mais eficiente no futebol – o que faltou para que o trabalho da associação, no mandato de Bellintani, pudesse ser considerado aceitável”.

A análise completa feita por Rodrigo Capelo pode ser vista aqui.

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