Ferran garante Bahia como 2º maior clube e detalha estratégias

Fonte: Douglas Santana / ecbahia.com

A hora mais aguardada chegou: agora o Bahia é Esporte Clube Bahia S.A.F, já constando nos registros da CBF e com todos os contratos devidamente assinados. O Grupo City passa a ser oficialmente o gestor do futebol tricolor, assumindo o controle de absolutamente todas as operações relacionadas ao esporte dentro e fora das quatro linhas.

A assinatura dos contratos foi feita durante evento na manhã desta quinta-feira (4), na Arena Fonte Nova, onde o ecbahia.com marcou presença para acompanhar o pronunciamento oficial do CEO do Grupo City, Ferran Soriano.

Dirigente do mais alto escalão executivo do CFG, o espanhol Ferran Soriano, com mais de 10 anos de atuação dentro do grupo, se pronunciou inicialmente ressaltando a importância que o Bahia já tem.

Ele garantiu que o Bahia é o segundo maior clube do Grupo City, atrás somente do Manchester City, e o citou como excepcional por fatores de tamanho, torcida e importância social – esse que é um fator tido como fundamental para o grupo.

“É um momento muito importante para o Bahia e também para nós do City Football Group. Celebramos hoje o primeiro dia de um relacionamento que com certeza será de longo prazo. Celebramos também o primeiro dia de uma viagem, que tem o objetivo de levar o Bahia a ter o máximo do seu potencial. É uma honra para mim estar aqui, mas também é muita responsabilidade pela excepcionalidade do Bahia dentro do grupo. Todos os nossos clubes, com o Bahia são 13, entre Europa, Américas e Ásia. Todos têm o seu valor, mas o Bahia é excepcional. O Bahia é excepcional pelo seu tamanho, pela sua torcida. O Bahia vai ser o segundo maior clube do grupo e também pelo seu significado social”.

“Entendemos muito bem que o Bahia é um tecido social importante de Salvador e da Bahia. Entendemos isso muito bem. Entendemos a responsabilidade que o clube tem, que nós teremos com as pessoas que vão gerenciar o clube nos próximos anos, que vão ser os guardiões dessa história, desse significado que o clube tem na cultura e na sociedade da Bahia”.

Por que a escolha pelo Bahia?

Ao longo de todo o ano de 2022, muito se questionou sobre a veracidade das informações que davam conta do forte interesse do Grupo City em adquirir a SAF do Bahia. Houve quem duvidasse até o fim, mas o interesse era real e já existia desde 2021.

Ferran Soriano detalhou os motivos que fizeram o CFG apostar no Bahia.

“Passamos muito tempo estudando as possibilidades e oportunidades no Brasil. O City Football Group é a primeira organização de futebol do mundo. E queremos ser os melhores e maiores do mundo, tínhamos que estar no Brasil, no país do futebol, onde o futebol chegou ao nível mais alto do futebol, e também com tanto talento, além de um mercado e oportunidades que estão em um momento de crescimento. É o momento certo de investir em futebol no Brasil e também porque a lei mudou, permitindo que os investidores, como nós, entrarmos no mercado”.

“A questão é como entraríamos no Brasil. Nos conhecemos (ele e Guilherme Bellintani) depois de um ano e meio, depois de muito tempo, e vimos que o Bahia era a melhor opção. Primeiro, pelo tamanho atual, um clube grande. Depois, pelo potencial. É grande, mas pode ser muito maior”.

Importância social do Bahia

“O Bahia é um clube ligado a um tecido social, assim como o Manchester City também é ligado ao tecido social de Manchester. Eu sou catalão, sou de Barcelona, e entendo muito bem como o Barcelona é ligado à sociedade catalã. Mas o Bahia é excepcional e dentro da nossa estratégia será fundamental não só continuar com esse relacionamento com a Bahia, Salvador e os baianos, mas também aprofundar. Temos ideias e oportunidades para aprofundar ainda mais esse relacionamento que está no coração do clube”.

Estratégia do Grupo City tem foco na Bahia, futebol bonito e finanças sustentáveis

“A estratégia do Grupo City é fácil dizer, é crescer. Queremos ver o Bahia crescer esportivamente, economicamente e socialmente. Crescimento. Como vamos fazer isso? Temos três coisas:

“Primeiro, o foco está na Bahia, em aprofundar o relacionamento com a Bahia, temos 15 milhões de pessoas que vão apreciar o nosso trabalho.

A segunda coisa é a nossa filosofia de futebol, que chamamos de “Beautiful Football” (Jogo Bonito), que tem a ver com o amor pela bola, pelo futebol mesmo. Eu acho que o futebol, como na vida, tem duas atitudes básicas: proativa e ofensiva ou defensiva, protetora. Nosso futebol estará na ideia de ser proativo, de jogar bem o futebol, de ataque e um futebol bonito. Sei também que implementar essa filosofia não é fácil e depende dos lugares. O Pep Guardiola faz de um jeito que é diferente em New York, na Austrália e será diferente na Bahia. Precisa ter a flexibilidade para ter os resultados, afinal queremos ganhar jogos. Mas a ideia na base será sempre o futebol espetáculo, o futebol proativo, de ter a bola e a iniciativa do jogo.

A terceira coisa a dizer é que o clube deve ser financeiramente sustentável. Não adianta perder dinheiro. Temos o compromisso de investir até R$ 1 bilhão, que vão ser investidos, e obviamente hoje estamos perdendo dinheiro. O clube vai perder dinheiro no curto prazo, mas no longo prazo não vai. O clube deve gerar receitas para ser autossuficiente financeiramente. Vamos respeitar essas três coisas: foco na Bahia, jogo bonito e finanças sustentáveis”.

Como fazer a estratégia funcionar? CEO do Bahia é apresentado

“Para fazer isso acontecer, o City Football Group trará todos os seus recursos necessários: tecnologia, know-how e experiência. Não há nenhuma razão para não ter nenhuma tecnologia, khow-how e experiência que temos em outros lugares. O grupo tem esse compromisso de trazer recursos para ajudar o Bahia. E temos aqui duas pessoas que vão implementar isso em Salvador. O Carlos Santoro lidera a parte de futebol, ele tem nove anos trabalhando no CFG, sabe como trabalhamos, tem a experiência para ajudar o Bahia na parte do futebol. E temos o Raul Aguirre, que a partir de hoje é o nosso CEO, ele vai cuidar da parte dos negócios. Ele vem com muita experiência na integração e no crescimento de empresas. Sua missão inicial é integrar as operações do Bahia dentro do grupo, para o Bahia aproveitar tudo o que o grupo tem a dar, nas áreas comercial, financeira, marketing e tudo mais. Tenho confiança total nessas duas pessoas, Raul e Cadu”.

Ferran promete estar junto principalmente nas derrotas

“Finalmente, quero dizer que também sabemos que a viagem terá dificuldades. Vamos perder jogos, teremos momentos ruins. Ontem, falei com empregados, jogadores e jogadoras do clube, apresentei o programa e a estratégia para eles e só pedi uma coisa: estarmos juntos no triunfo e na derrota. Na verdade, quero dizer só na derrota. No triunfo é fácil, na derrota é difícil. E na minha experiência isso faz a diferença. A diferença entre os clubes que são grandes é estarmos juntos nas derrotas. Vamos perder jogos, vamos ter dificuldades. E cada uma delas será uma oportunidade para ficarmos juntos e trabalharmos mais. Isso se aplica a empregados e jogadores, mas também à torcida. Sei que toda torcida grande cobra, eu sei. Mas eu aprendi que a torcida do Bahia ama o Bahia e que nos momentos de dificuldade poderemos contar com eles, para ficarmos juntos e trabalharmos ainda mais. É isso o que o City Football Group promete. Prometemos muito trabalho, que vamos ficar juntos nos momentos bons e ruins, e que vamos trabalhar juntos. Você trabalha muito, tem a atitude certa e no final o resultado chega. Os resultados vão chegar.