Fonte: Felipe Oliveira / EC Bahia
O elenco do Bahia está formado para iniciar o Campeonato Brasileiro. Na véspera da estreia, o diretor de futebol Carlos Santoro apareceu, em entrevista no canal oficial do clube, para dar detalhes sobre a montagem do time tricolor.
O Grupo City assumiu de vez o controle do futebol do Bahia no mês de dezembro e teve cerca de quatro meses para realizar a montagem do elenco tricolor para as competições de 2023 – mas também já pensando nos próximos anos.
Para Santoro, o número de contratações (18), é alto e é esperado que não se repita nos próximos anos, já que muitos dos reforços chegarem com contratos longos.
“É uma evolução no futebol aqui no Brasil, como já existe na Europa, que é estipular janelas. A gente ainda acha que essa primeira ainda é muito longa, o que dificulta a montagem do elenco para o início da temporada e faz com que algumas chegadas ocorram no fim dos estaduais. Esse ano eu entendo que foi atípico, porque fomos ao mercado para contratar mais jogadores do que esperamos contratar nos próximos anos. Fizemos 18 contratações, eu entendo que, para os próximos anos, a tendência, com contratos longos, a gente já possa ser mais pontual“.
Apesar de ainda restar seis dias para o fim da janela, é improvável que novos nomes cheguem ao clube. Santoro afirma, no entanto, que o departamento de futebol ficará em alerta para eventuais necessidades na janela de julho.
“Esperamos que com a janela que a gente fez, possa ter encontrado uma equipe para a disputa do Brasileiro e da Copa do Brasil, mas é claro que em julho devemos estar sempre abertos para fazer movimentos, porque lesões podem acontecer ou até algumas saídas inesperadas”.
Perfil dos jogadores buscados para montar o elenco
O dirigente detalhou que foi ao mercado em busca de atletas que atendessem ao perfil de jogo desejado pelo Grupo City e, consequentemente, pelo técnico Renato Paiva, que foi contratado para aplicar uma ideia de jogo propositivo.
“Primeiro, foi muito falado e gerou polêmica, que é a ideia de jogo. É muito claro quando o torcedor assiste as equipes do Grupo City. Tem jogadores e treinadores que têm características de ter a bola”.
“Algumas características são fundamentais. Quando trazemos zagueiros como Kanu e Vitor Hugo, são zagueiros de boa velocidade. Como queremos jogar controlando a posse de bola, e ser protagonista, é importante ter atletas que possam defender em espaços largos. Como o próprio Marcos Felipe que a gente já viu fazendo cobertura de profundidade”.
Auxílio da equipe de scouting do City na Europa
“Tudo isso é importante e já tínhamos muito claro as características para cada posição, com auxílio do departamento de scouting do Grupo City na América e na Europa. Fizemos um trabalho longo, dentro do orçamento que tínhamos, das nossas necessidades e das posições que buscávamos, para encontrar atletas que se encaixem na ideia de jogo do Grupo e do Renato”.
Valor investido é superior ao que era esperado
Sem revelar nenhum valor, por determinação da cúpula do Grupo City, Carlos Santoro afirmou, no entanto, que os valores gastos são realmente maiores do que eram projetos pelo Grupo antes de assumir o comando do futebol do Bahia.
“O valor investido hoje foi maior do que o previsto”.
Para ter investido valores mais altos, Santoro justifica que o mercado brasileiro tem passado por mudanças, com exigências mais altas dos clubes que detêm jogadores e buscam negociar de forma diferente em relação a outros anos.
“(…) A gente entendia de alguns atletas que o valor de mercado era mais alto porque o mercado foi diferente. Essa janela foi muito atípica e isso é muito importante que o torcedor entenda. Atletas que antes eram negociados por empréstimo ou em uma troca, hoje os clubes sabendo que eles são ativos já esperam, seguram os dias finais da janela, para vender por um preço maior.
Thaciano, Ademir e Vitor Hugo eram alvos desde dezembro
Como exemplo de atletas pelos quais as negociações se estenderam além do que era esperado, inclusive na questão de valores, Santoro citou os três nomes que chegaram ao clube recentemente.
“Thaciano e Ademir são bons exemplos disso, tentamos no início da janela. O próprio Vitor Hugo nós tentamos em dezembro e o clube não quis vender. O Ademir a gente concorreu com quatro ou cinco clubes e o trabalho do Renato (Paiva) para explicar o modelo de jogo, e o nosso trabalho para explicar o projeto, para convencer o atleta”.
Pode investir mais?
“É uma dinâmica nova de mercado. O atleta no passado não tinha valor de venda maior do que o que era previsto, então o que eu posso garantir é que, como foi falado pelo Ferran Soriano, se for necessário um investimento maior, pode vir acontecer”.
Os valores que saíram na imprensa condizem com a realidade?
“É natural que o torcedor e a imprensa busquem os valores, é natural, mas nem sempre os valores divulgados são os reais. Às vezes, quem vende quer valorizar dizendo que vendeu por mais, outras vezes o empresário quer valorizar o ativo, então o que eu posso dizer é que o Grupo, e agora nós, Bahia, nunca vamos pagar acima do que a gente considera que é o de mercado”.
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