O Bahia, enfim, mudou sua forma de jogar. Neste sábado (18), a equipe tricolor atuou pela primeira vez com um esquema tático diferente desde o início da temporada, goleando o Itabuna por 4 a 1.
Em entrevista após a partida, o técnico Renato Paiva detalhou o processo de alteração no esquema tático, que, segundo ele, foi montado para que o time se posicionasse em um 3-4-3 na fase ofensiva e com 5-3-2 no setor de defesa.
Segundo Paiva, já havia um planejamento para mudar o estilo de jogo e que foi aproveitada a semana com jogo contra o Fluminense para executar quatro treinamentos com este foco, sendo um deles na quarta-feira, em Teresina.
“Nosso trabalho é planejado, antecipado, e o que decidimos foi planejar dois jogos em um. Viajamos com a equipe toda para o jogo contra o Fluminense, com 26 atletas, e fizemos com uma equipe de início quatro treinos. Inclusive na manhã do jogo contra o Fluminense, fomos ao estádio trabalhar, porque obviamente há uma alteração no sistema tático, que já se vinha trabalhando e que nós, por causa da falta de tempo, que eu me queixo, precisamos encontrar soluções”.
Entendendo os riscos de ‘abrir mão’ do time titular contra o Fluminense, Paiva afirmou que a busca foi por dar mais tempo para treinar um novo esquema de jogo.
“Encontramos uma janela de oportunidade para uma solução, sabendo dos riscos que corríamos, mas também olhando para a equipe que enfrentou o Fluminense e que para nós era mais do que capacitada para ganhar o jogo. Portanto, fizemos esse trabalho de quatro treinos e depois do jogo com o Fluminense, a equipe que jogou se juntou a esse time para fazer dois treinos, com novas dinâmicas para poder entrar para o jogo”.
Como resultado do trabalho semana, o triunfo deixa o treinador satisfeito.
“Então, é planejar, antecipar, e nos preparar para aquilo que não pode ser só nos queixar. É um fato. E encontrar soluções, que é o que tentamos fazer e acho que ocorreu muito bem”.
Jacaré como ala
Um dia após ter afirmado que tem preferência em jogar como atacante pela esquerda, Jacaré foi escalado na ala direita, uma posição na qual atuou como titular pela primeira vez.
Paiva explicou o motivo da opção pelo atacante como ala, e não André, e afirmou vê-lo com potencial para desempenhar a função. Mas, será preciso evoluir defensivamente.
“Quanto ao Jacaré, é importante perceber que o André está ‘tocado’, com uma dor no adutor. Quando fizemos trabalho tático, ele não esteve no campo. Sabendo que só teríamos Jacaré para posição, em função do esquema que alteramos, seria Jacaré e depois André, mas ele hoje a entrar seria sempre um risco. Eu prefiro poupar o André, não tem nada a ver com ele. Esse esquema tático está sendo preparado há pouco tempo, portanto não seria por isso”.
“É uma questão física, o André tem características para fazer essa posição. E eu acho que o Jacaré também. Ele é um jogador com características, em um sistema de 3-4-3, de fazer todo o corredor e hoje provou. Agora, é um jogador que não está habituado a defender. Precisa ser trabalhado quanto a questões posicionais, quando baixarmos para a linha de cinco defensores por exemplo, mas é tempo e treino”.
Jogadores correram hoje?
“Quando me diz que os jogadores hoje correram, acho injusto. Quando a equipe não consegue o resultado ou não faz boa exibição, não quer dizer que não correram. Podem correr mal e em função disso, coletivamente, não sermos o que tentamos ser. É treino. É o que eu disse, temos capacidade de descansar e de treinar, ainda que em pouco tempo, mas em intensidade alta. Quatro treino são uma semana normal com jogo de sábado a sábado. Gostaríamos de ter sempre essa semana para trabalhar. Depois, é um grupo que não gosta de perder, nós não gostamos, sentimos as exibições. Conscientes, como disse o Jacaré na coletiva, que o jogador de futebol precisa treinar, precisa receber informação e comportamentos. Quando não temos isso, é normal… Você não rega uma planta e ela vai murchando, é um pouco disso. Nós conseguimos dessa forma capacidade de residência, de capacidade e intensidade. Parece uma questão de cabeça, de atitude. É, mas também às vezes precisamos ter pernas. Foi uma sucessão de jogos que não nos permitiu treinar como queríamos. Também é verdade que contra o Fortaleza e perdemos, mas porque o Fortaleza é mais equipe nesse momento do que nós, em termos de coletivo. Chegaremos ao pé deles, diminuiremos a distância. É treino e trabalho”.
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