Fonte: Felipe Oliveira / EC Bahia
Apesar de não ter engrenado em nenhum momento da temporada, o Bahia começou o ano acumulando triunfos ou ao mesmo fazendo a sua obrigação contra adversários de menor nível.
Nas últimas semanas, entretanto, o desempenho da equipe caiu consideravelmente e nem sequer os triunfos contra times consideravelmente mais fracos vêm acontecendo.
Desde sua chegada ao Bahia, no dia 12 de dezembro de 2022, Renato comandou a equipe tricolor em 17 partidas e delegou ao treinador do sub-20, Rogério Ferreira, a missão de dirigir a equipe em outros dois jogos.
Quanto mais o tempo passa na temporada, piores são as atuações do Bahia – os resultados são a prova dessa afirmação.
Após a vexatória, mas já esperada eliminação na Copa do Nordeste, o técnico Renato Paiva listou os motivos que, para ele, resultam no baixo nível de jogo do Bahia em 2023 e voltou a criticar o calendário, comparando dessa vez com o Português.
“É um elenco novo, exatamente isso, tempo para trabalhar. Temos 19 jogos feitos em dois meses. Dezenove jogos é um turno inteiro no Campeonato Português que se faz em seis meses”.
Na opinião do treinador, a equipe desandou a partir do momento que ele afirma não ter tido mais tempo para treinos.
“Começamos bem nos primeiros jogos, mas fomos perdendo referência a partir do momento que fomos avançando, treinando menos, dinâmicas. Ainda que nós tenhamos posto em práticas muitas das dinâmicas que nós não conseguimos impor no último jogo ou contra o Vitória, em casa. Hoje, curiosamente, conseguimos impor, mas não fomos bem na finalização”.
Fato recorrente nas últimas coletivas, Paiva voltou a bater na tecla de que o time jogou bem contra o Jacuipense por ter tido alguns dias a mais de treinamento.
“Só com tempo de trabalho. Desde o jogo com o Jacuipense, jogamos com o Vitória em casa e não tivemos tempo para trabalhar. Três jogos e três treinos, um em cada jogo. Só treino e viagem. Humanamente impossível para quem tem um elenco com praticamente 15, 16 jogadores novos, equipe técnica nova e que não faz milagres, futebol não há milagres, há trabalho”.
Dificuldades do trabalho no Bahia
“Se dissesse que pegou uma equipe feita, e que vamos conseguir impor nossas ideias, e até aproveitar ideias que já estavam, e chegando quatro ou cinco jogadores. Mas não dá para aproveitar ideias que já estavam porque ficaram quatro cinco jogadores da época passada. Parece desculpa, mas não dá para seguir com padrão. É viajar, jogar, viajar, treinar, voltar a viajar, voltar a jogar, voltar a viajar, voltar a treinar e voltar a jogar. Nos últimos três jogos foram assim. Padrão vem através do treino e dos comportamentos que se adquirem em campo. Muitas das coisas que nós temos posto aqui que não têm sido regulares foram de quando fizemos na pré-temporada. Depois, já chegaram mais seis, sete, oito, nove jogadores e tentando condicionar os jogadores à nossa ideia do jogo. Nós tínhamos a obrigação de ganhar. Mais uma vez, jogo estranho, e única oportunidade do adversário, sai o gol. Competição estranha. Agora, estamos vivos no Baiano e vamos mostrar isso”.
O que faz para ajustar o time?
“É o que a gente tem feito, conversa. De todas as equipes da Série A, somo a equipe que mais jogos tem feito. Num mesmo espaço de tempo de trabalho, somos a equipe com mais jogos. Há duas, três com 16 jogos, 15, as outras têm mais tempo para trabalhar do que nós. Portando, como digo, tínhamos duas opções, ficar parado e acreditar no treino que fizemos, ou então trabalhar individualmente com os jogadores no hotel, mostrar vídeos, o que está bem, está mal, mostrar por setores. As poucas correções que fazemos é na base do vídeo, da imagem, da conversa individual e por setores. Desde o Jacuipense até hoje, foi o que conseguimos fazer. Portanto, para um treinador que tem jogadores que temos que respeitar o desgaste do jogo, aptidão para treinar e preparação para o jogo, não se consegue fazer mais do que isso. Não deixo de trabalhar, mas prefiro trabalhar no campo. Teoria, vídeo, não é fundamental”.
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