Fonte: Felipe Oliveira / EC Bahia
Nos seus cinco anos de gestão à frente do futebol e das demais área do Esporte Clube Bahia, Guilherme Bellintani teve como destaque a participação ativa em reuniões da CBF, inclusive, como liderança em encontros com presidentes, como para as Leis da SAF e do Mandante.
Além de participações em temas relacionados a questões políticas sobre o futebol, Bellintani também afirma que costumava se posicionar sem medo de retaliações. Para ele, em entrevista ao canal do Bahia Notícias no Youtube (assista ao vídeo completo aqui), as brigas na CBF geram evoluções para o futebol.
“Não tive rusga com a CBF especificamente. Se eu estou em um lugar, vou dar minha opinião sobre as coisas. Não sei ser pela metade. Se você é um cara que se dá bem com todo mundo, não está fazendo as coisas certo. Na CBF, sempre fui muito combativo por alguns temas. Qualidade de arbitragem. Não vou dizer que o Bahia caiu em 2021 por causa disso. Mas se você olhar os últimos oito jogos, sete fomos prejudicados diretamente pela arbitragem. Tivemos uma sequência de erros graves de arbitragem. Tive que combater o sistema, que é muito defeituoso. É blindado porque é defeituoso. Acho que essas brigas geraram evoluções no futebol brasileiro”.
Autocrítica sobre a situação da Copa do Nordeste
O Nordestão 2023 teve o anúncio final das suas transmissões somente na semana em que iria começar, bem como a divulgação das novas redes sociais do torneio. O motivo foi a relação que a antiga gestão da Liga do Nordeste tinha com a LiveMode, antiga responsável pelo pay-per-view e que tomava conta das redes sociais.
Bellintani afirma que a menor visibilidade do torneio em 2023 tem uma parcela de culpa dos próprios clubes, que não foram incisivos na fiscalização.
“Acho que os clubes foram pouco cuidadosos com a Liga do Nordeste. O Bahia se inclui. Em 2022, a gente fazia reuniões sequenciadas da Liga, eu via ali a carência de uma maior participação dos clubes nas decisões. Era uma concentração na figura do presidente, Alexi Portela, e na empresa que fazia o desenvolvimento do negócio, a LiveMode. Sentia mesmo falta de transparência. Não estou aqui acusando ninguém, mas não tínhamos prestação de contas da associação há anos. Não sabíamos quanto tinha na conta. As reuniões da Associação eram convocadas por um e-mail da LiveMode. Comecei a ficar incomodado com isso. Fizemos questionamentos, gerou uma situação de briga, porque ainda não temos a prestação de contas. A responsabilidade é nossa, dos clubes, porque não exigimos isso em momento nenhum. Isso gerou um problema que está resultando em uma rescisão amigável do contrato e cada um vai para o seu caminho. Infelizmente, a competição está sentindo um pouco isso. É uma pena, porque essa cisão saiu um mês, um mês e meio da competição. Mas às vezes é bom dar um passo atrás para dar dois para frente”.
Elogios ao presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues
Apesar de críticas à forma como a Liga do Nordeste lidou com a competição, Bellintani destaca a importância do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, para o aumento das cotas – antes era R$ 28 milhões e neste ano subiu para R$ 41 milhões.
“Eu falava isso muito entre os presidentes: temos que aproveitar que temos um presidente da Copa do Nordeste nordestino. Nunca vi a Copa do Nordeste ser debatida na CBF com tanta intensidade, volume de horas de dedicação do presidente como vi dessa vez. No momento que tivemos um problema, Ednaldo chegou e falou: eu garanto que se tiver problema financeiro neste primeiro ano, a CBF vai garantir que vocês não vão receber menos do que recebiam. E não só veio isso, como virá um valor razoavelmente maior do que tínhamos. Por mais que a competição esteja escondida no Pey Per View, que as redes sociais não estejam sendo usadas como eram, no final das contas, para o bolso do clube, já neste ano de crise, vamos receber mais do que recebíamos. E não é porque a CBF está aportando. É porque conseguimos desenvolver um novo modelo de contrato, em um mês e meio, que vai gerar mais receitas”.
Ainda sobre o presidente da CBF, Bellintani afirma o ver como um dirigente disposto a ouvir as demandas passadas pelos clubes e não um centralizador.
“O presidente Ednaldo, devo dizer, é solícito. Não consegue atender tudo e não concorda com tudo, mas é uma casa aberta aos clubes. Isso é muito importante. A alma do futebol brasileiro é o clube. Quando imaginávamos que o presidente da CBF seria favorável à Liga do Futebol Brasileiro? Só essa postura mostra que é um movimento real de avanço do futebol brasileiro”.
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