O mais inesquecível jogo da história do confronto

Houve um tempo em que o Bahia era conhecido pelas viradas impossíveis, os gols no finalzinho das partidas, a força da camisa. Sabendo disso, o tricolor autêntico jamais deixava o estádio antes do apito final.

Um dos jogos que contribuíram para a construção dessa mística foi um Bahia x Cruzeiro pelo Campeonato Brasileiro de 1977. Assim como hoje, o time mineiro era cheio de estrelas e favorito para ganhar. Mas o time baiano iria contrariar a lógica.

Estávamos na década de 70 e o Cruzeiro era uma das grandes equipes do período. Uma temporada antes, havia faturado a Taça Libertadores da América. Antes dele, só o Santos de Pelé trouxe o cobiçado troféu para o Brasil. O time celeste era um celeiro de craques e levou para a Fonte Nova, naquele 12 de fevereiro de 78, feras como o goleiro Raul, o lateral Nelinho (dono de um chute violento) e o arisco ponta-esquerda Joãozinho.

O Bahia de então era mais vontade que técnica. Certo que o time ainda tinha nomes como Sapatão, Baiaco e Douglas, jogadores que desequilibravam em campo. Mas poucos apostavam um tostão furado no confronto com o Cruzeiro. A Raposa fez dois gols em um minuto, com Nelinho e Joãozinho. O Bahia se abateu e deu espaço aos mineiros, que abusavam de desperdiçar chances.

Então, fez-se a luz. O espírito dos craques do passado parece ter baixado no ponta-direita Jorge Campos. Aos 42, fez grande jogada e deixou Jésum livre para diminuir. No minuto seguinte, o inacreditável acontece no Octávio Mangabeira. Os mais de 40 mil pagantes deliram quando Jorge Campos acerta um lindo voleio, deixando tudo igual.

FICHA TÉCNICA
Grupo T – Final
Renda: Cr$1.017.384,00
Público: 41.298 pagantes

A Tarde (Adaptado)

Clique aqui para saber tudo sobre o Brasileirão 2003