Em seus 52 anos de história, poucas vezes a Fonte Nova foi palco de uma partida tão dramática como a que se anuncia para a tarde de hoje. Quando o Bahia entrar em campo às 15 horas, para enfrentar o Cruzeiro, estará em disputa muito mais que meros três pontos.
Em jogo, a honra, a dignidade e o currículo do mais vitorioso clube do Nordeste, prestes a ser manchado por uma nova queda para a Segunda Divisão do Brasileiro.
A rodada promete ser carregada de fortes emoções para a torcida tricolor. Não há meio termo. Ou ela sai do estádio vibrando com a fuga da degola, ou volta para casa amargando o segundo rebaixamento em apenas seis anos. Para evitar esta alternativa, só derrotando o melhor time do País, campeão nacional com duas rodadas de antecedência.
Além da façanha de superar o trem azul mineiro, que vem atropelando os adversários, dentro ou fora de casa, o Bahia precisa contar com um aspecto ausente na maior parte dos seus jogos na competição: a sorte. Pelo menos dois dos cinco concorrentes que lutam contra o rebaixamento precisam perder pontos.
Um dos tropeços é certo. Ponte Preta e Fortaleza se enfrentam em Campinas e um deles será ultrapassado pelo Bahia caso o Esquadrão realmente vença.
TORCER CONTRA
Restaria, então, a agonia da espera pela falha de um dos outros três desesperados. Problema um: todos jogam em casa. Problema dois: enfrentam adversários sem mais nenhuma aspiração no certame.
O Paysandu recebe em Belém o Atlético-PR, que com os triunfos de Paraná e Figueirense, neste sábado, ficou sem chance de se classificar para a Sul-Americana. Só a derrota do Papão interessa ao Bahia. Também somente com o Fluminense perdendo para o Juventude, no Rio, o Tricolor ganharia uma posição. O outro jogo-chave é Grêmio x Corinthians. Nesse caso, um empate já serve para os baianos.
Para aumentar o desafio, o Bahia viveu uma semana cheia de problemas. Inicialmente, voltou de Criciúma derrotado e com dois titulares suspensos, o atacante Danilo e o zagueiro Neto. O meia Luís Alberto, que entrou bem no Sul, também ficou sem condições de jogo por motivo disciplinar. O zagueiro e capitão Marcelo Souza, às voltas com uma inflamação no púbis, é outra baixa para encarar a Raposa.
Mas nenhum dos problemas foi tão sério como o causado por Nonato. Escalado pelo técnico Edinho desde o início da semana para substituir Danilo, o atacante voltou a pisar na bola. No principal treino, o coletivo de quinta-feira na Fonte Nova, ele tomou “chá de sumiço”.
Só no final da tarde informou seu paradeiro ao supervisor Roberto Passos, por telefone. A indisciplina foi punida pela direção com o afastamento definitivo do atleta. Diante de tantas barreiras, o Bahia precisará assumir o papel de fênix, para ressurgir das cinzas e permanecer entre os grandes do futebol brasileiro…
A Tarde (Adaptado)
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